Ricciardo vê período sabático crucial em volta à F1: “Com Red Bull, é preciso estar pronto”

Daniel Ricciardo é um dos pilotos mais queridos do paddock atual e mesmo nos meses em que ficou de fora da Fórmula 1, após a demissão da McLaren, seu nome jamais deixou de ser lembrado. Aquele período longe, no entanto, foi mais conturbado que o normal, a ponto de fazer o sorriso do australiano de 34 anos não ser mais tão fácil. Mas o lado positivo foi fazer uma “pausa para respirar” — primeiro, para recuperar o amor pelas corridas, mas também para estar pronto no momento em que a Red Bull o chamasse de volta.

Após a saída da equipe laranja, resultado de duas temporadas difíceis, Daniel foi resgatado pela marca dos energéticos, onde começou toda a sua trajetória na Fórmula 1. Desde então, passou também a integrar algumas atividades com os taurinos, bem como cuidar da própria jornada, até que a chance de retornar ao grid se tornou real.

Ricciardo foi chamado para assumir o carro da AlphaTauri após a demissão repentina de Nyck de Vries ainda antes do fim da primeira fase da temporada. Atuando como piloto de testes e um dos reservas em Milton Keynes, o rapaz de Perth se viu de volta ao cockpit. Mas independentemente de estar competindo nos finais de semana, o tempo parado veio como um bálsamo.

De quebra, o sorriso marcante também passou a ser visto com a frequência de outrora, mais leve. Ricciardo recebeu o GRANDE PRÊMIO nas instalações da AlphaTauri em Interlagos, na última quinta-feira (2), durante a passagem da F1 por São Paulo. A descontração passava a certeza de que, sim, o Daniel habitual estava de volta.

“Foi muito bom [voltar ao carro], muito bom porque acho que desde o último ano, nesta corrida mesmo, não tinha certeza se voltaria, principalmente para o ano seguinte”, começou o australiano. “Não sabia, então é realmente ótimo, ainda mais depois de um fim de semana como o do México, sinto que voltou a ser bom. Eu me sinto competitivo e forte, então isso é ótimo”, acrescentou.

Só que Ricciardo ainda teve mais um desafio pela frente: uma inesperada lesão logo em seu segundo final de semana após o retorno, na Holanda. Um punho quebrado e molho de mais cinco corridas. Uma situação “um pouco de partir o coração, mas tudo bem”, frisou o #3.

“Sabe, acho que da maneira como esse esporte é, há muitos altos e baixos, então foi uma lesão. Ok, não é tão comum nesse esporte, mas podemos ver o quão rápido as coisas acontecem. Então tudo bem. Acho que em toda a minha carreira, se essa foi a minha primeira lesão oriunda de corrida, não é tão ruim”, pontuou.

Em seguida, o GRANDE PRÊMIO perguntou o peso do período sabático para a carreira, e Daniel ainda arriscou um portunhol na resposta: “Mui importante”, brincou. “Tive de fazer uma pausa simplesmente para respirar um pouco. E também me distanciou para apreciar o esporte mais uma vez e reencontrar um pouco da paixão”, completou, acrescentando que, de início, acreditou que realmente precisaria de 12 meses, “mas seis, na verdade, foram o bastante”.

A ligação de Helmut Marko, consultor da Red Bull, aliás, foi um tanto surpreendente, mas não o bastante para pegar o veterano piloto desprevenido. Uma vez no grupo dos austríacos, não há escolha: é preciso sempre estar pronto, como exemplificou Ricciardo.

“É uma surpresa quando ele te liga. Acho que uma semana antes eles disseram: ‘Se você for bem no teste, talvez tenha uma oportunidade este ano’. Então pensei, ‘Ok, talvez’. Fiz o teste, e quando ele (Marko) me ligou, foi tipo ‘Ok'”, contou, imitando a expressão de choque da ocasião.

“Pensei que talvez fosse para Zandvoort, após as férias de verão, mas quando ele disse Budapeste, pensei ‘Tudo bem, vamos'”, e a reportagem do GP completou com um “Estou pronto!”. Ricciardo, então, emendou: “Com a Red Bull, você tem de estar pronto. Sem escolha”, finalizou.

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