As dez equipes da
Fórmula 1, cada uma de sua forma, parecem capazes de tirar algo de positivo do quarto dia de pré-temporada em Barcelona,
nesta quarta-feira (26) em Barcelona. Mercedes e Ferrari tiveram boas quilometragens, isso enquanto Red Bull e Alfa Romeo forçaram mais seus bólidos em dia de bom rendimento. Ficar falando só sobre carros e testes seria, entretanto, mascarar o verdadeiro assunto do dia no paddock: o fato de que o buraco é cada vez mais fundo para uma categoria cercada pelo coronavírus.
Não se falava em outra coisa no paddock da F1. O dia já começou na toada de uma semana de franca expansão do Covid-19 pela Europa, principalmente na Itália. Até mesmo rincões um tanto distantes e inatingidos, como o Brasil, entraram na roda. Com a evolução da epidemia para pandemia cada vez mais próxima, cresceu o drama da categoria para fazer acontecer a primeira fase do campeonato.
O GP da China já havia caído, sem surpresas. Só que agora os do Bahrein e do Vietnã dão indícios de que podem seguir o mesmo caminho. O país do Oriente Médio começou a restringir voos internacionais, isso enquanto o do sudeste asiático adiou torneio de badminton marcado para uma semana antes do GP. A F1 mantém a posição de confirmar as provas, mas o temor no paddock é notório. A Ferrari já adia voos para as primeiras provas do ano,
a AlphaTauri impede funcionários suspeitos de visitar a fábrica, funcionários de imprensa não sabem se de fato terão permissão de seus superiores para embarcar. E é assim, em um efeito cascata semelhante ao que acometeu a etapa de Xangai um mês atrás, que a situação se aproxima do insustentável.
A F1 testa em fevereiro ainda sem saber o que fará em março ou abril (Foto: McLaren)
Ainda não há indícios de que o GP da Austrália de daqui três semanas vá cair, mas isso não é garantia de vida tranquila para FIA e F1 na hora de elaborar o calendário. Relatos mais extremos, mas ainda plausíveis, dão conta de que o primeiro terço inteiro da temporada, sete provas, está na berlinda. Mesmo em um mundo mais realista, fica a sensação de que teremos ao menos um mês e meio sem corridas entre a corrida em Melbourne e o GP da Holanda. Nesse caso, simplesmente não há como remarcar três provas para outra época do ano, isso em um 2020 já inchado quase ao seu limite.
Dessa forma, não é exagero dizer que as equipes têm vida mais fácil na hora de desenvolver seus carros do que a FIA ao fechar a versão definitiva do seu calendário. A grande maioria das escuderias precisou apenas dar continuidade ao desenvolvimento de 2019. Já sabendo dos pontos fracos, não foi tão difícil os corrigir.
Não muda a cotação do dólar, mas Robert Kubica foi o mais rápido do dia (Foto: AFP)
As três gigantes da F1 – Mercedes, Ferrari e Red Bull – relatam bólidos melhores que os de 2019. Cada uma tem sua realidade, mas até a equipe italiana controlou parte das críticas ao conseguir 164 voltas num dia só e indicar que o carro até tem confiabilidade, sim.
Em um pelotão médio ainda sem líder definido, mesmo com certo favoritismo da Racing Point, todos parecem capazes de ganhar terreno. A Alfa Romeo consegue ao menos boas voltas de classificação; a AlphaTauri parece ter uma boa base com um carro que lembra bastante o da Red Bull de 2019; McLaren e Renault dão pinta de que, na pior das hipóteses, seguem no mesmo patamar. Até mesmo a Williams, que tem tudo para seguir na lanterna, celebra estar mais próxima das demais rivais. Talvez só a Haas, que ainda não mostrou muito, tenha motivos para perder o sono. Mesmo assim, não os mostra e mantém declarações otimistas.
Quando chegarmos a Melbourne, teremos um grid de carros muito bem testados. A quilometragem monumental indica não só carros muito resistentes como também permite mais chances de fazer ajustes finais e andar ainda melhor. O problema vai ser mesmo se a F1 não tiver uma temporada realmente completa para mostrar isso em 2020.
O GRANDE PRÊMIO cobre AO VIVO, em TEMPO REAL e ‘in loco’ os testes de pré-temporada da F1 em Barcelona com o repórter Vitor Fazio. Siga tudo aqui.
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