Ex-chefe da Alpine admite conversas com Andretti por cargo na F1: “Adoraria ajudá-los”
Otmar Szafnauer admitiu que já conversou com Michael Andretti sobre um possível cargo na equipe de F1 e garantiu que o interesse é recíproco. Por outro lado, o ex-chefe da Alpine disse que é necessário ter tempo para trabalhar, algo que não teve no time francês
Enquanto a Andretti ainda tenta conseguir sua entrada no grid da Fórmula 1, já há quem admita interesse em ajudar a conduzir a equipe americana ao sucesso dentro da categoria. Otmar Szafnauer, demitido da Alpine no final de julho de 2023, admitiu que já até conversou com Michael Andretti sobre o assunto e estaria aberto à possibilidade. No entanto, o romeno frisou que, primeiramente, o time precisa garantir sua introdução no grid.
“Tive algumas conversas com Michael Andretti, ele me ligou antes mesmo de eu ir para a Alpine, e disse a ele que adoraria ajudar”, disse Szafnauer à revista inglesa Motor Sport. “Primeiro, eles precisam conseguir a entrada na F1, porque sem uma entrada, como eu poderia ajudá-lo? Se eles forem aceitos, então poderei conversar sobre meu envolvimento e iniciar as coisas”, pontuou.
Apesar de ainda não ter recebido o sinal verde da Fórmula 1 — apesar de ter sido aprovada pela FIA —, a Andretti não quer ficar de braços cruzados e já iniciou seus trabalhos para competir na categoria. Recentemente, a equipe até divulgou uma imagem do carro no túnel de vento.
Szafnauer disse concordar com a abordagem de começar a trabalhar cedo e ainda fez um paralelo com sua passagem na Alpine, que não concordou com a visão do ex-chefe sobre o tempo que levaria até atingir o sucesso na F1.
“Algo que sei desde os tempos de BAR é que você não pode começar do zero, contratar 900 pessoas e esperar que as coisas sejam feitas em um ano”, afirmou. “Não há tantas boas pessoas assim, com contratos expirando. Simplesmente não é possível”, frisou.
“Isso pode parecer egoísta, mas acredito que eu estava fazendo um bom trabalho na Alpine, com as mudanças certas”, destacou. “Vi chefes de equipe novos mudando apenas por mudar, queriam mostrar aos donos que estavam fazendo alguma coisa para melhorar”, apontou.
“O problema é que, normalmente, eles não entendem as mudanças que você está fazendo”, analisou. “Quando você entra em uma situação como a da Alpine, você precisa primeiro entender o que você tem, o que é bom e o que precisa mudar. Mas não consegue fazer isso da noite para o dia”, explicou.
Assim como já havia afirmado após a demissão, Szafnauer argumentou que sua visão de futuro não batia com o que os donos da Alpine imaginavam. Segundo ele, colocar as coisas no lugar é algo que leva tempo, e não é possível criar a cultura de uma equipe vencedora de forma tão rápida.
“Os donos da Alpine queriam atingir o sucesso mais rápido do que era possível. Eu disse o que era possível, e eles disseram que não tinham tempo para isso. Parece que eles não entendem que leva tempo para mudar uma cultura, para adquirir novas habilidades onde não tínhamos”, avaliou.
“Eles simplesmente não têm a habilidade técnica que precisam. Quando cheguei, disse que precisavam disso e de pessoas novas. Quando você começa a contratar, tem sorte se conseguir alguém dentro do primeiro ano, porque todos têm contratos plurianuais. E, é claro, você precisa oferecer algo que eles não tenham, como uma responsabilidade maior”, comentou.
“Eu disse à Alpine que estava fazendo progresso, mas a resposta era sempre: ‘não temos tempo para isso’. Esse foi o motivo de nosso desentendimento, e recebi um aviso de menos de 10 dias que levou à minha saída no GP da Bélgica”, revelou.
Por fim, Szafnauer ressaltou que gostaria de voltar a trabalhar na Fórmula 1. Na opinião do romeno, ele reúne as habilidades necessárias para levar uma equipe ao sucesso na categoria. Enquanto aproveita a pausa após a saída do time francês, o dirigente admite que há certa “impaciência” para voltar a trabalhar.
“Eu gostaria de continuar, mas precisa ser em uma posição em que minha experiência e meu conjunto de habilidades possam ser bem usados. Acho que tenho mais cinco ou sete anos. Talvez eu tenha uma opinião boa demais sobre mim mesmo, mas ainda acho que tenho as habilidades para reunir uma boa equipe e ser competitivo na F1”, garantiu.
“Então, é o que quero fazer. Agora, tenho esse desejo, mas estou curtindo meu tempo enquanto não volto a competir devido à minha licença de jardinagem. Em breve, espero, poderei voltar ao esporte. O problema é que sou um pouco impaciente”, finalizou Szafnauer.
A Fórmula 1 retorna às pistas de 21 a 23 de fevereiro, com os testes coletivos da pré-temporada no Bahrein, no circuito de Sakhir.
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