F1 prevê calendário com 23 GPs em curto prazo, mas projeta expansão e “fazer dinheiro”

Com o objetivo claro de completar 23 corridas em 2021, o recorde de provas em um ano na Fórmula 1, Stefano Domenicali, CEO e presidente da categoria, confia que o número de provas previsto para o ano é o ideal para a categoria, ao menos para os próximos anos. Com planos de expandir o cronograma para chegar em até 25 corridas por temporada, isso em médio prazo, o executivo enxerga com bons olhos um calendário maior para a Fórmula 1. Tudo para fomentar o aumento do lucro depois de um ano marcado por cancelamentos e um cronograma mais enxuto em razão da pandemia.

Em entrevista ao site holandês RacingNews365, Domenicali esmiuçou os planos para o futuro da Fórmula 1 e não descartou aumentar o número de datas, caso as equipes concordem. “Tecnicamente falando, [um bom calendário seria de] 24 ou 25 corridas, segundo o Pacto de Concórdia, porque você precisa da aprovação geral. Mas creio nisso, neste momento, que precisamos considerar os diversos pedidos de vários lugares”, analisou.

“Creio que estabelecer a expansão em torno de 23 corridas em médio prazo seja um bom número, até porque podemos ter posições concretas, a quantia certa de dinheiro, os lugares certos para irmos. Diria isso, realmente falando no curto prazo, que essa é a meta que gostaríamos de atingir”, seguiu o chefão da Fórmula 1.

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Com o calendário sendo duramente afetado pela pandemia de Covid-19 no último ano, a Fórmula 1 teve de se reinventar para correr em 2020 em praças que há muito não recebiam a categoria, ou que jamais foram antes palco de uma etapa do Mundial, como Mugello e Portimão. Cenário este que, esportivamente e financeiramente, agradou Domenicali, que vê com excelentes olhos intercalar corridas em diferentes autódromos do mesmo país, caso de Ímola, na Itália.

Questionado sobre um eventual rodízio de circuitos, Domenicali também não descartou. “É uma possibilidade em alguns lugares. Posso ver como uma possibilidade nos envolver com países e lugares que nos queiram, mas que não consigam estar no calendário todo ano. Absolutamente, a resposta é simples. Você tem de pensar globalmente. Se você pensar como uma unidade, não terá uma rotação interessante, você deve pensar na possibilidade de nacionalizar eventos de formas diferentes”.

Entretanto, há praças igualmente tradicionais que não fazem parte do calendário atual da Fórmula 1. O maior exemplo disso é o GP da Alemanha. “Temos percebido que estamos deixando alguns países de lado, sentimos que eles deveriam estar no calendário. Mas se eles não querem investir nisso conosco, é justo. Temos uma série de requisitos para poder preencher o calendário”, avisou o italiano, que destacou o modelo de Zandvoort, que dispõe de capital totalmente privado para voltar a abrigar o GP da Holanda a partir desta temporada.

“Zandvoort está para acontecer. Eles têm um modelo de negócio incrível, com um organizador privado, sem receber investimentos governamentais, podem fazer negócios de forma lucrativa”, citou.

Por fim, Domenicali ressaltou que, passado o pior da pandemia e com a Europa, berço da Fórmula 1, rumando para a normalidade, é chegada a hora de recuperar os prejuízos e ganhar dinheiro. “Agora é hora para todos, depois da Covid-19, de garantir o máximo do nosso negócio na direção certa, é hora de ser criativo, hora de ver o que os outros estão fazendo. Creio que é o momento para mostrarmos que é possível estarmos nesse negócio fazendo dinheiro”, finalizou.

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