Ferrari desponta em sexta-feira inconclusiva e vexatória da Fórmula 1 em Las Vegas

Depois de um dia dos mais fracassados de sua história recente, a Fórmula 1 precisa reagir e entregar um mínimo de competividade em Las Vegas. Isso porque a sexta-feira deixou uma péssima impressão ao ir de um caos provocado por um simples bueiro à inexplicável retirada do público das arquibancadas. Em meio a tudo isso, a Ferrari surgiu à frente e dá pinta de querer repetir a performance de Monza

A Fórmula 1 desembarcou em Las Vegas com pompa e cerimônia, shows e ingressos caríssimos, vendendo um campeonato que sequer existe na prática, uma vez que Max Verstappen e a Red Bull já fecharam a conta há alguns meses, e a disputa agora se resume ao vice. Ainda assim, os chefes insistiram em emplacar esse ‘espetáculo’, numa bela iluminação neon, mas esqueceram de fazer o básico. E quem diria que isso poderia dar errado, não é?

E o comando da Fórmula 1 tem total culpa nesse dia desastroso, e isso também inclui a FIA (Federação Internacional de Automobilismo), que deveria selar pelo esporte. Da pista liberada às pressas, passando pelo inexplicável bueiro e a retirada do público após horas de espera, há muito o que falar e lições a tirar. É inaceitável, ao fim e ao cabo, mas é preciso que sirva, de fato, como aprendizado. Não só para as edições futuras, mas para todo e qualquer novo projeto.

Por ora, a imagem que permanece é de um evento mambembe e sem graça. O Mundial paga um preço alto, merecidamente, e agora tem de encontrar algum tipo de redenção, porque a impressão deixada depois dessa madrugada é de um fiasco retumbante.

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F1 precisou cancelar o primeiro treino por causa de uma tampa de bueiro (Reprodução/F1)

Dito isso, a sexta-feira terminou de maneira inconclusiva, ainda que a Ferrari tenha mostrado mais de suas cartas. Como o primeiro treino livre foi cancelado, devido aos problemas com o bueiro, que se soltou e destruiu a Ferrari de Carlos Sainz, além de danificar também o carro de Esteban Ocon, a segunda sessão ganhou ainda mais importância no trabalho não só de se habituar a um novo traçado, como também de entender a combinação entre o acerto aerodinâmico e o comportamento dos pneus. Neste aspecto, as temperaturas mais baixas da madrugada dificultaram a análise de pilotos e equipes, mas há pontos em comum.

O primeiro deles tem a ver justamente com a Ferrari. Apesar do revés com Sainz e do fato de ter de pagar uma punição no grid pela troca dos componentes da unidade de potência, o carro vermelho se mostrou rapidamente bem nas ruas de Las Vegas. A velocidade máxima é a grande arma dos ferraristas neste fim de semana. A equipe italiana mandou os dois pilotos com uma configuração de baixo downforce, muito semelhante ao que fora usada em Monza, onde a escuderia surpreendeu a Red Bull.

Durante o TL2 — que acabou estendido para 90 minutos devido ao caos do início das atividades —, ficou claro que a SF-23 com menos asa e uma tração forte tem condições de brigar pela pole, como disse Charles Leclerc, que liderou o dia, com uma mega volta já com pneus macios, em 1min35s265, mais 0s5 melhor que a do companheiro de garagem. Outro fator que coloca a Ferrari numa posição de destaque é exatamente os pneus. Nesta sexta, foi possível colocar o carro em uma janela de temperatura mais adequada, o que minimizou o desgaste e a aderência ainda muito frágil do asfalto urbano.

“Estamos fortes agora. É difícil entender exatamente onde estamos no ritmo de corrida, mas, em ritmo de classificação, parecemos fortes. Ainda temos de trabalhar para tentar avançar amanhã, mas é um bom começo”, confirmou Leclerc.

Max Verstappen terminou o dia longe da ponta da tabela em Las Vegas (Foto: AFP)

De fato, a Ferrari lidera o ritmo de volta única e é forte candidata mesmo à pole, algo que já aconteceu nessa temporada em condições parecidas, como no GP do Azerbaijão com o próprio monegasco e, na Itália, com Sainz. A ideia é repetir essa performance, apenas melhorando em corrida. Por ora, já que tudo ainda está muito no início, dos ferraristas têm o segundo melhor carro em corrida.

A primazia em ritmo de prova ainda tem a Red Bull como referência. Verstappen obteve apenas o sexto tempo, enquanto Sergio Pérez foi um pouco mais rápido, fechando duas posições à frente na tabela. É fato que os taurinos encontraram mais dificuldades com os pneus macios, mas é verdade também que focaram no desempenho do domingo. E como também fizeram em Monza, optaram por uma maior carga aerodinâmica, na busca por aderência e tração. É uma escolha perspicaz dos atuais campeões.

“A pista é muito escorregadia”, disse Max. “É claro que não rodamos muito no TL1, então é preciso dar tempo para melhorar, mas no fim foi um pouco melhor. No entanto, conseguimos completar todo o programa, o que considero o mais importante.”

O tricampeão ratificou a apreensão quanto à estratégia. “Acho que o composto macio na volta única é bom, mas em ritmo de corrida é mais difícil. Tivemos mais problemas com ele, então mudamos para os médios. Mas a situação não é tão clara, mesmo com os médios. Por isso, há muito o que fazer. Acho que, em geral, estamos bem em comparação com os outros, só que não será tão simples a preparação para essa corrida”, reconheceu o holandês.

Ainda assim, a Red Bull leva uma ligeira vantagem em termos de performance com os médios na comparação com a Ferrari — cerca de um décimo.

Fernando Alonso gostou do que viu da pista de Las Vegas no primeiro dia (Foto: AFP)

Entre as duas equipes, a Aston Martin apareceu bem com Fernando Alonso, em terceiro, embora longe de Leclerc. O espanhol até classificou o dia da equipe verdinha como decente, mas admitiu que ainda há algum trabalho a ser feito. A velocidade máxima pode ser um fator aqui.

Assim como para Mercedes e McLaren. A esquadra de Toto Wolff ficou longe das primeiras posições na tabela, mas também não dedicou o dia ao ritmo de classificação. Tentando se redimir da derrota no GP de São Paulo, a garagem alemã tratou de se concentrar na performance dos pneus e no desempenho de corrida. E isso se revelou interessante, porque os octacampeões estão muito próximos da Ferrari.

Já o time laranja enfrentou mais problemas. Não é a melhor pista para o carro inglês, que tem como ponto fraco as curvas de baixa velocidade e a tração. Desta vez, a McLaren começa um pouco mais longe.

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