FIA convoca reunião para discutir crise na Ucrânia e possível exclusão de pilotos russos
Após a Federação de Automobilismo da Ucrânia elaborar uma série de exigências à FIA, entidade convocou uma reunião de emergência para debater desdobramentos da invasão russa
Após a Federação de Automobilismo da Ucrânia (FAU) entrar com um pedido junto à FIA para que a entidade suspenda todas as licenças de pilotos russos – incluindo Nikita Mazepin -, a Federação Internacional de Automobilismo se manifestou e convocou uma reunião para discutir os desdobramentos do conflito entre Rússia e Ucrânia no leste europeu.
“Uma reunião extraordinária do Conselho Mundial de Automobilismo será convocada amanhã para discutir assuntos relacionados à crise em andamento na Ucrânia. Outras atualizações serão dadas após a reunião”, escreveu a FIA sobre o cenário que envolve os pilotos da Rússia. O breve comunicado foi feito na tarde desta segunda-feira (28), por meio de um porta-voz.
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Na figura de seu presidente, Leonid Kostyuchenko, a FAU fez uma série de exigências. Pediu o afastamento de competidores da Rússia e de Belarus; o banimento das licenças emitidas nos dois países; a recusa de tais nações em serem aceitas como sedes em competições oficiais da FIA; e, por fim, a exclusão das bandeiras e símbolos de qualquer atividade.
Essa é mais uma consequência que a invasão russa gera no universo do esporte a motor. Anteriormente, a Fórmula 1 já havia decidido que não iria correr em Sóchi “sob as circunstâncias atuais”, ainda que evitando cancelar de maneira definitiva o GP.
Além disso, no último dia de testes da pré-temporada da F1 em Barcelona, a Haas retirou os patrocínios da Uralkali e as referências e cores da Rússia em seu carro. Vale lembrar que a empresa é de Dmitry Mazepin, pai de Nikita – tal situação coloca em dúvida a permanência do piloto no time e, consequentemente, na categoria.
Nem mesmo o chefe da equipe, Guenther Steiner, conseguiu assegurar a permanência de Mazepin na Haas. Os americanos devem tomar uma decisão definitiva com relação ao patrocínio ainda nesta semana.

Entenda o conflito entre Rússia e Ucrânia:
No último dia 21, o presidente russo Vladimir Putin reconheceu, em decreto, a independência das províncias separatistas ucranianas de Donetsk e Luhansk. O movimento gerou sanções da União Europeia e dos Estados Unidos ao governo e a empresas russos, aumentando também o medo de um confronto na região.
A tensão escalou de vez no leste europeu na última quinta-feira (24),quando a Rússia atacou a Ucrânia em um movimento classificado por Kiev como uma “invasão total”. Às 5h45 [23h45 de quarta-feira, no horário de Brasília], Putin anunciou em um pronunciamento uma “operação militar especial” para “proteger a população do Donbass”, uma área de maioria étnica russa no leste ucraniano.
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O comando militar russo alega que “armas de precisão estão degradando a infraestrutura militar, bases aéreas e aviação das Forças Armadas da Ucrânia”. De acordo com a rede britânica BBC, há relatos de tropas cruzando diversos pontos da fronteira e explosões perto das principais cidades do país ― não só no Donbass, onde grupos separatistas foram reconhecidos pela Rússia.
Na TV, Putin afirmou que a Rússia não planeja uma ocupação da Ucrânia, mas ameaçou com uma resposta “imediata” qualquer um que tente interromper a operação atual. O mandatário russo recomendou que os soldados ucranianos se rendam e voltem para casa. “Do contrário, a própria Ucrânia seria culpada pelo derramamento de sangue”, avisou.
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Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky decretou lei marcial em todo o país, instaurando regime de guerra e convocando grande parte dos reservistas das forças armadas – inclusive impedindo que qualquer homem entre 18 e 60 anos de idade saiam do país nos próximos 30 dias.
A crise militar é uma das maiores desde a Segunda Guerra Mundial e a mais grave da Europa envolvendo uma potência nuclear.

