Briatore se diz “ditador democrático” e explica mudanças na Alpine: “Tomo decisões”
Flavio Briatore falou dos motivos de ter escolhido Oliver Oakes para assumir o cargo de chefe de equipe da Alpine e explicou, ainda, por que não se esforçou tanto para contratar Adrian Newey
Sempre muito polêmico em tudo o que faz desde que colocou os pés dentro da Fórmula 1, Flavio Briatore classificou a si próprio como “ditador democrático” e falou sobre as mudanças que vem implementando na Alpine desde que assumiu o cargo de conselheiro-executivo, em junho. O italiano ainda explicou os motivos de não ter tentado a contratação de Adrian Newey quando teve a oportunidade.
Além da polêmica decisão de deixar de utilizar as unidades de potência da Renault e fechar um acordo com a Mercedes da temporada 2026 em diante, o dirigente também foi responsável por tirar Bruno Famin do cargo de chefe de equipe e colocar Oliver Oakes — reconhecido pelo trabalho com a Hitech na Fórmula 2 e Fórmula 3 — no lugar. A promoção de Jack Doohan ao posto de titular ainda em 2024 também foi ideia dele, que admitiu que chegou a negociar com Carlos Sainz e, depois, sondou Franco Colapinto.
“Nomeamos Oliver Oakes como chefe da equipe porque ele é jovem, motivado e tem experiência no campo do automobilismo. Gerenciar uma equipe de F1 certamente é diferente de ser chefe na F2. Mas Ollie aprende muito rápido, é uma excelente escolha”, começou Briatore em entrevista à revista alemã Auto Motor und Sport.
“Por que não sou o chefe da equipe? Já fui por tempo suficiente. Quero lidar com o panorama geral e não estar todos os dias na fábrica em Enstone. Represento nosso presidente Luca [de Meo, CEO da Renault]. Não preciso de um título para fazer isso. Todo mundo sabe: eu tomo as decisões. Para implementá-las, são necessários um chefe de equipe e um diretor-técnico. Lembro-me da minha antiga equipe, Benetton. Havia três ou quatro pessoas cuidando de tudo”, explicou.

“Naquela época, eu tinha menos experiência, mas, felizmente, contava com uma boa equipe técnica, com Ross Brawn, Rory Byrne e Pat Symonds. Agora, temos uma boa equipe sob a liderança do nosso diretor-técnico David Sanchez, uma mistura de pessoas do passado e de jovens engenheiros. A partir daqui, precisamos construir os novos Ross Brawn, Rory Byrne e Pat Symonds. Sou um ditador democrático. Confio nas pessoas, desde que elas me devolvam a confiança”, afirmou Briatore.
Depois de toda a polêmica envolvendo Christian Horner, chefe da Red Bull, nos primeiros meses do ano, Newey decidiu se livrar do clima conturbado que se instaurou na fábrica de Milton Keynes e deixou a família taurina após quase 20 anos de parceria. Ao virar alvo de interesse de diversas equipes do grid, o ‘Mago da Aerodinâmica’ acabou assinando com a Aston Martin.
Embora tenha admitido que chegou a conversar com o projetista para convencê-lo a embarcar no projeto de reestruturação da Alpine nos próximos anos, Flavio disse que a escuderia francesa não se encontra em condições, ainda, de oferecer a Newey o que seria necessário para que o mesmo exercesse corretamente a sua função.
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“Adrian é um artista. Ainda não estamos prontos para alguém como ele. Para aproveitar o potencial dele, é preciso ter a equipe certa ao seu redor. Talvez estejamos prontos daqui dois ou três anos. Por isso, nunca falei seriamente com ele”, concluiu.
A Fórmula 1 agora está oficialmente de férias e dá adeus a 2024. A próxima atividade é exatamente a sessão única de testes coletivos de pré-temporada, marcada para os dias 26, 27 e 28 de fevereiro, no Bahrein. A temporada 2025 começa com o GP da Austrália, nos dias 14-16 de março.

