Fórmula 1 confirma cancelamento do GP da China por restrições anti-covid

A Fórmula 1 emitiu comunicado nesta sexta-feira (2) confirmando o cancelamento do GP da China, que estava previsto para voltar ao calendário da categoria em 2023. A etapa está fora desde 2019 por conta da pandemia da covid-19

A volta da China ao calendário da Fórmula 1 em 2023 está oficialmente cancelada. A categoria anunciou nesta sexta-feira (2) que a etapa programada para acontecer em 16 de abril não vai mais acontecer por causa do rigor das regras sanitárias do país, ainda em decorrência da pandemia da covid-19.

O cancelamento já vinha sendo especulado pela mídia estrangeira. Há duas semanas, a rede britânica BBC noticiou que a F1 havia desistido de retornar a Xangai por causa da política de quarentena do país. A China determina cinco dias em um centro de isolamento e outros três em casa para aqueles que contraírem a doença. A categoria entendeu, portanto, que não poderia pedir às equipes para se deslocarem à China, já que todos os empregados correriam o risco de serem detidos no caso de uma possível contaminação.

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GP DA CHINA; XANGAI; FERRARI;
Política anti-covid é o motivo do cancelamento do GP da China (Foto: Scuderia Ferrari)

“A Fórmula 1 confirma, depois de diálogo com o promotor e autoridades relevantes, que o GP da China de 2023 não vai acontecer por causa das dificuldades apresentadas pela situação da covid-19”, disse a nota divulgada à imprensa pela categoria. “A Fórmula 1 está avaliando opções alternativas para substituir a vaga no calendário de 2023 e dará uma atualização no momento oportuno”, completou.

De acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), a China registrou até 1 de dezembro um total de 9.691.112 casos de covid-19, com 30.320 mortes. Nas últimas 24h, foram registrados 24.438 novas infecções. Mas, até 21 de novembro, o total de vacinas aplicadas em uma população de 1,412 bilhão de pessoas (segundo números do Banco Mundial) foi de 3.464.683 doses.

Nos últimos dias, a China tem enfrentado uma incomum onda de protestos contra a estratégia ‘Covid zero’ adotada pelo governo. O governo local impõe bloqueios de bairros ou cidades inteiras, faz constantes testes em massa e isola todos os casos positivos, além de seus contatos diretos em instalações especificas, muitas vezes em condições degradantes.

Na quinta-feira, porém, a China sinalizou um alívio nesta política, liberando 24 distritos que tinham sido indicados como de “alto risco”. O governo fala em um “novo estágio”, apontando uma menor gravidade da variante ômicron.

Os protestos, todavia, são proibidos e têm sido reprimidos de maneira dura, inclusive com prisões. As manifestações têm sido apontadas como a maior onda de desobediência civil no país desde os atos pró-democracia na Praça da Paz Celestial, em 1989.

A China estreou no calendário da F1 em 2004. Desde então, foram 16 provas ininterruptas até 2019, a última vez que a categoria correu em Xangai. Na ocasião, Lewis Hamilton comandou o 1-2 da Mercedes junto a Valtteri Bottas, com Sebastian Vettel — então na Ferrari — completando o pódio.

Quanto ao possível substituto, o GRANDE PRÊMIO apurou que Portugal já possui negociações em andamento para voltar ao calendário da F1 em 2023. As chances do circuito do Algarve sediar novamente uma prova “são reais”.

Há um entrave, porém: o fim de semana do GP da China seria entre os dias 14 e 16 de abril. Acontece que Portimão já tem programação marcada para o mesmo fim de semana, a segunda etapa do Mundial de Endurance. Entende-se que a prova do WEC possa ser adiada em uma semana.

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