Russell espanta e toma pole de Ferrari e Red Bull na Hungria. Verstappen tem problemas

Ferrari, Red Bull ou Nicholas Latifi: quem levaria a melhor na busca pela pole do GP da Hungria. Claro que Latifi liderar o TL3, disputado horas antes, foi uma surpresa, mas também fruto das circunstâncias. Na hora da definição mesmo, no fim da manhã deste sábado (30), no circuito de Hungaroring, as duas principais equipes do grid de colocaram em paridade de forças. E nenhum dos quatro carros das duas escuderias larga na frente. Um surpreendente George Russell bateu a carteira dos favoritos e conquistou a posição de honra.

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Russell fez uma volta em que pode até não ter tido nenhum dos melhores setores da pista, mas foi extremamente rápido em todos. Se antes já ficara em segundo, à frente de Charles Leclerc, conseguiu também bater Carlos Sainz ao colocar 1min17s377 na tabela de tempos. Foi por apenas 0s044, mas George deu a primeira pole da Mercedes desde o GP da Arábia Saudita de 2021.

Sainz e Leclerc ficaram nas posições imediatamente abaixo e viram um também rapidíssimo Lando Norris baixar da casa de 1min18s e colar na quarta colocação. Esteban Ocon bateu Fernando Alonso, algo que pareceu improvável durante os treinos livres, para ser o quinto – mas com Fernando logo em sexto. Lewis Hamilton, Valtteri Bottas e Daniel Ricciardo vieram na sequência.

Max Verstappen foi décimo colocado, mas é um caso à parte. O holandês errou na primeira volta do Q3 e, quando voltou para a tentativa derradeira, acusou falta de potência do motor. Assim, não foi veloz e terminou com a pior volta da fase final do treino. A Red Bull precisa botar mãos na massa para descobrir o que aconteceu com o líder do campeonato mundial.

Foi, aliás, o fim de uma classificação decepcionante da Red Bull. Sergio Pérez nem sequer avançou para o Q3 e larga na 11ª posição. O mexicano vem tendo dificuldades na pista do Hungaroring desde o começo da sexta-feira.

O GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e EM TEMPO REAL todas as atividades do fim de semana do GP da Hungria de Fórmula 1. No domingo, corrida tem a largada marcada para as 10h [de Brasília, GMT-3].

Confira como foi a classificação:

Q1 – Hamilton anda na frente, mas Latifi desmonta após história da manhã

Esqueça o calor da sexta-feira, com temperatura perto de 60°C no asfalto, e também deixe de lado a chuva do terceiro treino livre de algumas horas antes. O clima para a definição do grid de largada do GP da Hungria era seco e ameno: 22°C de temperatura ambiente e 31°C no asfalto. Algumas nuvens carregadas permaneciam à espreita, mas, ao menos para o momento, não tinha chuva.

Se a situação de Sebastian Vettel preocupava após a batida no fim do TL3, tudo certo com ele: o tetracampeão estava dentro do cockpit e pronto para tomar a pista depois da Aston Martin deixar o AMR22 nos conformes. Inclusive, expectativas altas para ver o carro verde em ação com as novas asas traseiras, que suscitaram curiosidade no paddock.

Mercedes e Red Bull demoraram um pouco para sair no TL3, mas foram imediatamente para o traçado na classificação. A Ferrari fez o caminho inverso e, junto de McLaren e Alpine, demorou um tanto mais. Max Verstappen arrebentou com as voltas dos pilotos de outras equipes na tentativa inicial, ao anotar 1min19s020. Para efeitos de comparação, Lewis Hamilton e George Russell ficaram, respectivamente, em 1min19s7 e 1min19s8. Mesmo a volta de Max ainda era alta para o que se esperava do restante do dia.

As Ferrari pintaram depois de cinco minutos e vieram para as voltas cronometradas bem no momento em que os tempos caíram mais. Inicialmente, não mostram grande coisa, mas logo Carlos Sainz fez 1min18s561, ao passo que Charles Leclerc ficou em 1min18s806. Verstappen levou o tempo para 1min18s509. Lando Norris era mais um que baixava da casa de 1min19s.

Mick Schumacher ainda não tinha volta rápida mesmo depois de dez minutos de Q1, já que o giro que conseguira fora cancelado por conta dos limites da pista, mas a Haas não tinha grandes sobras, porque Kevin Magnussen surgia só em 16º e brigava ali com Yuki Tsunoda pela primeira vaga de classificado.

Hamilton foi para mais uma tentativa e, com três minutos pela frente, cravou 1min18s374 e assumiu a liderança do Q1. Russell grudou nele, somente 0s033 atrás e foi para segundo, com Sainz pintando em terceiro. Verstappen e Leclerc já haviam terminado a participação no Q1 com segurança do avanço.

A briga era embaixo. Daniel Ricciardo, Esteban Ocon e Valtteri Bottas, que chegaram a aparecer ameaçados, saíram do calor. A briga era mesmo entre Haas, AlphaTauri, Aston Martin e Williams. O time norte-americano se salvou com bons giros de Magnussen e Schumacher no fim das contas, então só tinha vaga para mais um.

Nicholas Latifi, líder do TL3, veio para a volta final de maneira voadora. Fez a melhor primeira parcial da classificação, foi bastante razoável na segunda e, quando parecia garantido no Q2, errou na última curva e não melhorou a volta. Ficou no 20º lugar. Assim, quem se salvou foi Lance Stroll.

Yuki Tsunoda, Alexander Albon, Sebastian Vettel, Pierre Gasly e Latifi foram os eliminados.

Q2 – Céu e inferno na Red Bull: Verstappen lidera e Pérez é eliminado

Da mesma forma que antes, as Mercedes resolveram aparecer logo na pista para começar a segunda fase da classificação. Hamilton travou pneus na curva de abertura do que era a primeira volta rápida e ficou mesmo atrás de Russell.

Já na Ferrari, Leclerc foi melhor que Sainz, mas nenhum deles assumiu a liderança. Esta coube a Norris, que mostra se entender muito bem com a pista do Hungaroring: 1min18s121. Mas foi só até Verstappen gravar tempo. O líder do Mundial fez 1min17s703.

Sergio Pérez veio atrás e fez o terceiro tempo, mas que foi cancelado por desrespeitar os limites da pista na curva cinco. Minutos mais tarde, os comissários conversaram e decidiram cancelar o cancelamento: voltaram atrás e desistiram de deletar o tempo de Pérez, porque entenderam que não houve infração. Quando o tempo retornou, porém, era para o nono lugar.

Fernando Alonso pôs a Alpine em terceiro, atrás de Verstappen e Leclerc, que também melhorara o tempo. Além deles, Sainz era mais um que fizera voltas na casa de 1min17s.

Com cinco minutos para o fim do Q2, a zona de eliminação pulsava. Pérez era nono, enquanto Russell melhorara a volta para ir a sétimo. Passariam?

O mexicano sequer estava na pista para os dois minutos derradeiros. Na última volta veloz, reclamou de ser bloqueado por Magnussen e não melhorou. Do telão, viu Bottas e Ocon saltarem seus tempos e o tirarem da definição do grid. Pérez, de Red Bull e tudo, com todas as dificuldades que mostrou no fim de semana, larga na 11ª colocação.

Além dele, Zhou, Magnussen, Stroll e Schumacher, nesta ordem, também foram eliminados. Os dez pilotos que disputariam a pole eram Verstappen, Leclerc, Alonso, Sainz, Hamilton, Norris, Russell, Ricciardo, Ocon e Bottas.

Q3 – A surpresa do ano nos sábados: Russell brilha e é pole

Ninguém quis saber de segurar os pneus para o Q3: a pista encheu com os dez pilotos como num passe de mágica. Ocon foi o primeiro a entrar no relógio, mas logo Leclerc faria 1min17s985. Era bom? Não o bastante, porque Sainz atropelou ao alcançar 1min17s505.

Russell veio bem e dividiu os dois pilotos da Ferrari para colocar a Mercedes na segunda posição. Já Verstappen errou, travou os pneus e passou fora da curva. O tempo do holandês valeu somente a sétima colocação, na frente de Ocon, Bottas e Ricciardo.

A pista esvaziou para todo mundo se recuperar e preparar a tentativa derradeira. Quando começaram a voltar, problemas para Verstappen. “Não tenho potência”, disse. O engenheiro da Red Bull pediu para esperar e, depois de segundos, mandou passar o motor para o modo ‘Fail 21’. Verstappen reiterou: não tinha potência.

Sem potência, Verstappen não deu mais voltas rápidas e caiu para o último lugar do Q3. A Red Bull terá as posições dez e 11 no grid quando a largada for autorizada no domingo – salvo, claro, alguma mudança posterior.

O que aconteceu de interessante sequer foi isso. Leclerc não conseguiu superar Sainz, e o espanhol ficou na frente entre os dois carros vermelhos. Já que não havia mais Red Bull pela frente, então era essa a primeira fila, certo? Errado! Russell, de maneira assombrosa, passou o carro nos dois. Foi míseros 0s044 mais rápido que Sainz, mas que que são 44 milésimos gigantescos de uma Mercedes que buscar a recuperação. É pole de Russell na Hungria.

Fórmula 1 2022, GP da Hungria, Hungaroring, Classificação:

1	G RUSSELL	Mercedes		1:17.377		23
2	C SAINZ JR	Ferrari		1:17.421	+0.044	22
3	C LECLERC	Ferrari		1:17.567	+0.190	22
4	L NORRIS	McLaren Mercedes		1:17.769	+0.392	19
5	E OCON	Alpine Renault		1:18.018	+0.641	20
6	F ALONSO	Alpine Renault		1:18.078	+0.701	17
7	L HAMILTON	Mercedes		1:18.142	+0.765	21
8	V BOTTAS	Alfa Romeo Ferrari		1:18.157	+0.780	20
9	D RICCIARDO	McLaren Mercedes		1:18.379	+1.002	19
10	M VERSTAPPEN	Red Bull RBPT		1:18.823	+1.446	21
11	S PÉREZ	Red Bull RBPT		1:18.516	+1.139	16
12	G ZHOU	Alfa Romeo Ferrari		1:18.573	+1.196	16
13	K MAGNUSSEN	Haas Ferrari		1:18.825	+1.448	18
14	L STROLL	Aston Martin Mercedes		1:19.137	+1.760	16
15	M SCHUMACHER	Haas Ferrari		1:19.202	+1.825	16
16	Y TSUNODA	AlphaTauri RBPT		1:19.240	+1.863	9
17	A ALBON	Williams Mercedes		1:19.256	+1.879	10
18	S VETTEL	Aston Martin Mercedes		1:19.273	+1.896	10
19	P GASLY	AlphaTauri RBPT		1:19.527	+2.150	9
20	N LATIFI	Williams Mercedes		1:19.570	+2.193	10

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