Russell relembra acidente “emotivo” com Bottas em Ímola: “Moldou minha carreira”

George Russell passou por tempos difíceis na Williams antes de finalmente ganhar uma oportunidade na Mercedes em 2022. Com poucas oportunidades para pontuar, a última temporada do britânico ficou marcada por alguns grandes momentos, como o pódio na Bélgica, quanto por erros, como o acidente no GP da Emília-Romanha com Valtteri Bottas.

Na ocasião, Russell foi tirar satisfação com o finlandês após a forte batida. Os dois disputavam uma vaga na Mercedes na época, e George acabou sendo o escolhido. Relembrando aquela prova em Ímola no podcast Beyond The Grid, o britânico contou que nada da situação fora das pistas passou por sua cabeça naquele momento, e que estava apenas dando o seu máximo para conseguir pontos com a Williams.

“Foi um dia emotivo, eu diria. Nada disso passou pela minha cabeça. A única coisa que passou pela minha cabeça foi: ‘Estou em uma Williams, não marcamos um ponto em muitas corridas e anos’, e essa ultrapassagem pode ser a diferença entre o décimo e o nono lugar nos Construtores’, que seriam milhões e milhões de libras em prêmios em dinheiro para o time, o que pode transformar totalmente uma equipe”, disse Russell.

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“Sempre que eu tinha meia oportunidade de marcar pontos pela Williams, eu estava 120% disposto a tentar de tudo, colocar tudo em risco, e era exatamente isso que você tinha que fazer. Em retrospectiva, vendo que era o Valtteri, vendo que era a Mercedes, levando em consideração todas as condições – e o fato de que ele tinha um carro muito superior ao meu e provavelmente teria me ultrapassado quatro voltas depois – foi um uma tentativa de ultrapassagem audaciosa”, admitiu o jovem de 24 anos.

O calor do momento acabou tomando conta de Russell, e a cena do britânico dando um tapa no capacete de Bottas não pegou bem. Naquela hora, o então piloto da Williams pensava apenas que o finlandês poderia ter dado mais espaço, mas acredita que o episódio serviu de aprendizado e que no final das contas ajudou a moldar sua carreira na Fórmula 1.

“Seu coração está batendo e eu senti, na época, com ou sem razão, que ele poderia ter me deixado um pouco mais de espaço, e ele provavelmente teria me deixado um pouco mais de espaço considerando a velocidade e as condições se fosse qualquer outra pessoa”, explicou George.

“Agora, se isso é certo ou errado, quem sabe, mas foram os pensamentos que passaram pela minha mente naquele momento. E acho que você precisa de momentos como esse para moldar sua carreira, sua personalidade, seu futuro, e acho que isso provavelmente ajudou a moldar o meu”, afirmou o britânico.

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Se o acidente e a forma com quem Russell lidou com a frustração do momento não agradaram a Toto Wolff, o chefe da Williams, Jost Capito, deu apoio total a seu piloto. Com poucas oportunidades para pontuar, a equipe sabia que seria preciso arriscar tudo em alguns momentos e lidar com as consequências.

“Ele disse que se isso acontecesse novamente, era para tentar, e [ele] não mudaria nada. Jost é um cara que é, [eu] não diria tudo ou nada, mas na posição em que estávamos na Williams, era meio que tudo ou nadar, porque não tínhamos um carro capaz de pontuar, então tínhamos que correr riscos. Então, ele não tinha nenhuma preocupação, mas, obviamente, Toto [Wolff], por outro lado, tinha uma opinião ligeiramente diferente, que também era totalmente compreensível”, contou Russell.

Em sua primeira temporada com a Mercedes, George tem impressionado. Ele ocupa atualmente a quarta posição no Mundial de Pilotos e já obteve cinco pódios em 2022, além de uma pole-position na Hungria. A Fórmula 1 retorna no dia 28 de agosto, para o GP da Bélgica, no circuito de Spa-Francorchamps.

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