Glórias, domínio e escândalo: como foram as passagens de Alonso na Renault?

105 corridas e 17 vitórias depois, Fernando Alonso escreverá novos capítulos vestindo as cores da Renault. Uma história de títulos e bastante controvérsia

Fernando Alonso está de volta. O espanhol de 39 anos foi anunciado pela Renault como novo piloto da equipe a partir da temporada 2021, substituindo Daniel Ricciardo, que está de saída para a McLaren.

A jornada de Alonso em Enstone contém história e bastante polêmica. Vestindo o macacão da esquadra francesa, ele se tornou o mais jovem campeão da Fórmula 1, em 2005, mas foi por lá que passou pelo momento mais baixo da carreira, quando a equipe manipulou o resultado do GP de Singapura de 2008.

Após iniciar a carreira na Fórmula 1 em 2001, pela Minardi, Fernando chamou a atenção de diversas equipes como Prost, Arrows e Sauber, mas Flavio Briatore conseguiu a contratação. Na época, a Benetton passava pela parte final da transição para virar Renault. A equipe resolveu manter Jenson Button para formar dupla com Jarno Trulli, deixando o jovem espanhol como piloto de testes.

Com a demissão de Button ao fim de 2002, Alonso foi promovido ao posto de titular para a temporada 2003. A estreia foi com pontos, no 7º lugar no GP da Austrália, mas o piloto chamaria a atenção mesmo na corrida seguinte, na Malásia. Foi o pole-position mais jovem da história da Fórmula 1, com 21 anos e 236 dias. Terminou a prova em terceiro, assim como na etapa seguinte, no Brasil, mesmo após sofrer um dos acidentes mais graves da carreira, quando acertou a barreira de pneus em alta velocidade depois de atingir uma roda solta do carro de Mark Webber.

Fernando Alonso terminou 2003 com quatro pódios (Foto: Reprodução)

Ele conquistou um pódio em casa, na Espanha, e teve o grande brilho da temporada meses depois. Pole-position e vitória dominante no GP da Hungria, a primeira das 32 da carreira. Ao total, foram 55 pontos e a sexta colocação no Mundial de Pilotos.

A expectativa era alta em 2004, e apesar da Renault ter um carro bastante competitivo, o domínio da Ferrari ofuscou o time francês, que venceu apenas nas mãos de Jarno Trulli, nas ruas de Mônaco. Porém, Alonso teve a campanha mais consistente, anotando quatro pódios e fechando o campeonato em 4º, enquanto o companheiro caiu de nível e sequer terminou a temporada em Enstone.

Os anos de glória vieram a seguir. Com severas mudanças de regulamento, Alonso teve um 2005 brilhante. Foram 7 vitórias, 6 poles e 15 pódios, que deram o primeiro título da carreira do espanhol com duas corridas de antecedência sobre o rival Kimi Räikkönen, que sofreu com problemas de confiabilidade e quase não ameaçou o conjunto campeão.

Alonso comemora a vitória em Nürburgring (Foto: Reprodução)

O favoritismo para 2006 foi muito bem compensado na primeira fase do campeonato. Foram 6 vitórias nas 10 primeiras corridas e uma vantagem de 25 pontos para Michael Schumacher. A situação foi piorando na metade final da temporada, quando o alemão cresceu muito com a Ferrari, e o campeão amargou falhas como a roda mal encaixada na Hungria e o problema de motor na Itália.

No GP do Japão, Alonso e Schumacher chegaram empatados na classificação. O alemão tinha tudo para vencer a corrida até uma quebra de motor deixar o triunfo e o título no colo do espanhol, que precisou de um segundo lugar protocolar no Brasil para faturar o bicampeonato. Então, ele partiu para a McLaren, com quem tinha firmado contrato no fim de 2005.

2006 Fernando Alonso Renault R26 | Carros, Desenhos animados
Fernando a bordo do famoso Renault R26 (Foto: Reprodução)

Apesar de ter um carro campeão nas mãos, a relação de Alonso com o chefe Ron Dennis foi deteriorando ao longo de 2007, especialmente pelas acusações do espanhol de favorecimento ao novato Lewis Hamilton e o escândalo de espionagem que a McLaren se envolveu. Depois de fechar o campeonato em terceiro, apenas 1 ponto atrás de Kimi Räikkönen, acertou contrato para a segunda passagem na Renault, formando dupla com Nelsinho Piquet em 2008.

Ao contrário do primeiro período, Fernando tinha um carro pouco capaz de brigar por vitórias, sendo apenas uma constante presença nos pontos e figurando atrás de Ferrari, McLaren e BMW, até que chegou o GP de Singapura.

Na ocasião, Alonso largou de 15º e foi beneficiado pela entrada do carro de segurança pelo acidente do companheiro Piquet. O bicampeão foi jogado para a frente do pelotão por um acerto na estratégia e venceu, assim como fez duas semanas depois em Fuji, no Japão. Um pódio no Brasil foi o suficiente para deixar Fernando no top-5 do Mundial.

A Renault não foi tão competitiva na segunda passagem de Alonso (Foto: Reprodução)

Com nova mudança de regulamento em 2009, a Renault tinha expectativas altas, mas que não foram correspondidas. O carro era menos competitivo em relação ao ano anterior, evitando grandes contribuições de Alonso, que teve um grande momento na mesma Hungria da primeira vitória, quando anotou a pole, mas um erro no pit-stop enquanto liderava a prova o fez abandonar.

Pouco tempo depois, veio a público um dos maiores escândalos da história da Fórmula 1. Piquet confessou que bateu a pedido do chefe Flavio Briatore com a intenção de beneficiar Alonso. A FIA baniu Briatore e o engenheiro Pat Symonds. Fernando foi inocentado e posteriormente assinou com a Ferrari para 2010, a Renault perdeu o patrocínio do banco ING e precisou vender parte de suas ações ao grupo de investimentos Genii.

Ao total, são 105 corridas e 17 vitórias vestindo as cores da Renault. É recordista nas duas estatísticas.

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