GP de São Paulo prepara ação para prevenir assédio com equipe especializada e ouvidoria

A organização do GP de São Paulo ouviu as queixas e os apelos do público feminino e adotou medidas para evitar o assédio e a importunação durante os três dias de Fórmula 1 nas arquibancadas de Interlagos. A iniciativa dos promotores tomou forma após relatos feitos por torcedoras ao GRANDE PRÊMIO

A organização do GP de São Paulo de Fórmula 1 inicia nesta sexta-feira (11) uma série de medidas para monitorar, prevenir e promover se necessário ações imediatas contra episódios de assédio e importunação nas arquibancadas do autódromo de Interlagos e demais setores durante os três dias da penúltima etapa da temporada 2022. A iniciativa da promotora da prova brasileira surgiu após relatos feitos por mulheres ao GRANDE PRÊMIO.

Embora seja uma situação bastante recorrente ao longo dos anos – e não apenas no Brasil –, a edição de 2021 da corrida foi marcada por múltiplos casos de assédio em quase todos os setores do circuito paulistano. Algumas dessas histórias foram contadas diretamente ao GP, muitas em condição anonimato, mas o fato é que diversas mulheres que passaram pela pista sofreram algum tipo de desconforto e não se sentiram seguras o suficiente para acompanhar a etapa sozinhas ou em pequenos grupos.

“Quando eu saí do banheiro, uns caras formaram uma rodinha e começaram a mexer comigo. Eu voltei para o banheiro, fiquei encurralada por eles e mandei mensagem para o meu namorado, para ele me buscar. Aí, quando um homem chega, eles param de mexer. Passei o resto da corrida sem ir ao banheiro”, contou uma torcedora ao GP.

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O GP de São Paulo terá equipe especializada para evitar casos de assédio em Interlagos (Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio)

O receio e a própria experiência em situações como essa motivaram a criação de campanhas por respeito às mulheres e a formação de grupos nas redes sociais para a troca de informação entre as torcedoras. Uma das pioneiras é Beatriz Rosenburg, que foi uma vítima e, por isso, iniciou a campanha #RespectWomen, pedindo respeito às mulheres nas arquibancadas. A atitude de Beatriz também ajudou a criação da página Assédio F1, no Twitter. A pessoa responsável pelo perfil, que pediu para não ter sua identidade revelada, conversou com o GP e disse que quis fazer do espaço mais um meio para chamar a atenção das autoridades.

Ao saber dessas experiências, a organização se mobilizou e, ao longo do ano, promoveu estudos e definiu ações para evitar que casos como esses se repitam. 2022 será o primeiro experimento dessas medidas. “Tomamos conhecimento [dos problemas] por meio do GRANDE PRÊMIO, e isso nos motivou a buscar uma solução. Nós tivemos muitas conversas com o departamento jurídico, com departamento de segurança, com o departamento de operação. Nós conversamos com todos para mapear o que acontece. Levamos em conta o que as meninas disseram, as experiências delas. E isso nos ajudou a desenhar as ações que estamos tomando neste momento”, revelou Marília Frias, diretora de imprensa do GP de SP ao GRANDE PRÊMIO.

Entre as muitas ações, duas se destacam: a primeira é um canal de atendimento. A ideia é que sirva como uma ouvidoria. Esse recurso começa a funcionar nesta sexta-feira, primeiro dia de atividades da F1 em Interlagos. A pessoa tem acesso por meio do site do GP de São Paulo: f1saopaulo.com.br.

A segunda medida é mais ampla e promete maior agilidade. A organização vai distribuir por todos os setores do autódromo equipes especializadas para o atendimento direto do público. Esse grupo será uniformizado e será identificado como staff. “A orientação é que qualquer pessoa no autódromo que se sinta ameaçada, incomodada por ação de outros do público, seja assédio ou discriminação, procure o staff do GP de São Paulo“, explicou Frias.

“Nós fizemos treinamentos com essa equipe especificamente para lidar com essas questões. A ação imediata será tomada pelo staff. Vai ter, sim, um canal que vamos colocar no ar na sexta-feira pela manhã. Vai ficar ativo durante todo o evento, mas esse canal vai funcionar mais como um ‘queremos te ouvir’. Como uma ouvidoria. A ideia é que a pessoa entre em contato por qualquer situação, de queixas a elogios”, completou.

Porém, a diretora do GP reforça que, para uma reação rápida e eficaz, a recomendação é que o público procure a equipe especializada. “Se precisar intervir ou prevenir de alguma forma, é necessário realmente acionar o staff, porque são pessoas treinadas para isso”, destacou.

“A equipe vai estar em todos as arquibancadas da pista, em quantidade suficiente para atender o público. Todos os setores também vão contar com um número suficiente de seguranças. Todo o staff foi treinado para a ação imediata. A orientação é que essa equipe circule pelas arquibancadas, prestando a atenção em possíveis situações de assédio e discriminação. Portanto, a recomendação é que a pessoa levante a mão caso se sinta desrespeitado em alguma situação e procure o staff rapidamente”, reiterou.

Ainda, a organização preparou uma campanha para conscientização do público, que será exibida nos telões do autódromo e nas redes sociais do evento. Além disso, haverá sinalização nos banheiros e em pontos chave com orientação de como procurar ajuda.

GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades AO VIVO e EM TEMPO REAL e cobre o GP de São Paulo de Fórmula 1 ‘in loco’ com Ana Paula Cerveira, André Netto, Evelyn Guimarães, Felipe Leite, Gabriel Curty, Luana Marino, Rodrigo Berton, Pedro Henrique Marum e Victor Martins.

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