Haas tem novo chefe que é engenheiro e chegou com Grosjean: conheça Ayao Komatsu

Ayao Komatsu foi confirmado como novo chefe de equipe da Haas na última quarta-feira, após anúncio da saída de Guenther Steiner

A Haas tem novos dias adiante para a sequência da trajetória da Fórmula 1. A equipe de origem nos Estados Unidos e que opera primordialmente direto da fábrica de Banbury, na Inglaterra, anunciou, na última quarta-feira, a primeira troca da história no cargo de chefia. Quem saiu de cena foi um Guenther Steiner responsável por montar a equipe para a F1, enquanto o escolhido para assumir a função foi Ayao Komatsu, engenheiro de longa data no time. O GRANDE PRÊMIO apresenta um perfil do novo chefe.

Antes de entrar na vida e construção de Komatsu para alcançar o cargo, cabe uma breve reconstituição do motivo para as mudanças na Haas, definidas diretamente pelo dono Gene Haas. Steiner foi o primeiro funcionário contratado pelo americano e encarregado de tocar toda a montagem da equipe, tanto pelo ponto de vista esportivo quanto executivo. E assim foi, com um começo promissor a partir de 2016. Já em 2018, o quinto lugar do Mundial de Construtores empolgou, mas as coisas pioraram daquele momento em diante.

Nos últimos cinco anos, a Haas só conseguiu ficar uma vez acima da penúltima colocação do Mundial e foi em 2022, quando parecia retomar o crescimento após uma série de duas temporadas em que somou três míseros pontos. Mas uma nova lanterninha em 2023 fez com que o dono da equipe resolvesse botar as mãos na massa.

“Tivemos alguns sucessos, mas precisamos ser consistentes na entrega de resultados que nos ajudem a alcançar nossos objetivos mais amplos como organização. Precisamos ser eficientes com os recursos que temos, mas melhorar a nossa capacidade de design e engenharia é a chave para o nosso sucesso como equipe”, afirmou a Haas em comunicado que também já informava quem seria o novo chefe.

O novo chefe da Haas: Ayao Komatsu (Foto: LAT/Haas)

E quem é o novo chefe da Haas?

Ayao Komatsu nasceu em 28 de janeiro de 1976 e, portanto, completa 48 anos de idade bem antes do começo da temporada 2023. Japonês da capital Tóquio, saiu do país de origem aos 19 anos de idade para cursar a faculdade na Loughborough University, na Inglaterra, onde se formou engenheiro automotivo e, em seguida, PhD em dinâmica e controle de veículos.

O período universitário durou a segunda metade dos anos 1990 e o começo dos 2000, quando, finalmente, entrou no universo do automobilismo em 2003, ainda aos 27 anos. E logo para trabalhar na Fórmula 1: foi engenheiro da área de pneus na BAR. Aliás, o time de Craig Pollock contava com uma dupla cascuda de pilotos àquela altura: Jacques Villeneuve e Jenson Button. No fim da temporada, o drama da saída de Villeneuve deu um gosto ao que era o momento do time.

Embora tenha ficado somente duas temporadas na BAR, Komatsu pegou importante mudança na área dele: o time foi de usar os pneus Bridgestone em 2003 para os Michelin no ano seguinte. Deu certo: 2004 foi a melhor temporada para a BAR, que terminou vice-campeã no Mundial de Construtores, atrás de uma Ferrari que atropelou a concorrência no último título de Michael Schumacher.

A conversa entre o agora chefe Ayao Komatsu e Gene Haas (Foto: LAT/Haas)

Ao deixar a equipe, ficou fora do cenário por cerca de um ano, até ser contratado para trabalhar na Renault, em 2006. Na nova equipe, o cargo seria outro: engenheiro de performance com a equipe de testes. Era um momento em que a fábrica francesa mandava na F1: fora campeã em 2005 e seria novamente naquele 2006, tanto no Mundial de Construtores quanto no de Pilotos, com Fernando Alonso. Mas Komatsu lidava inicialmente com os pilotos de testes, grupo àquela altura formado por Nelsinho Piquet, Heikki Kovalainen, José María López e Jonathan Crochet.

Logo em 2008, porém, o engenheiro foi alçado à equipe de corridas e passou a trabalhar na parte de performance dos pilotos titulares. O grande salto viria em 2011, quando o então engenheiro de corridas Mark Slade deixou o time e abriu a porta para que Komatsu fosse promovido. Foi o que aconteceu e passou a ser o engenheiro de corridas de Vitaly Petrov naquela temporada. No ano seguinte, já com a Renault oficialmente virando Lotus, foi trabalhar no lado da garagem de Romain Grosjean, que chegara de vez após breve passagem em 2009 e, agora, com moral: era o campeão vigente da GP2.

A parceria como engenheiro pessoal de corridas de Grosjean deu frutos. Com Komatsu sendo o homem das conversas no rádio, o francês foi a três pódios em 2012 e mais seis em 2013, com direito até a desafiar com chance real de vencer provas. A equipe, porém, sofreu queda brusca durante o campeonato de 2014, o que forçou a chefiar a efetuar mudanças e deu nova oportunidade ao engenheiro. Komatsu passava ao cargo de engenheiro-chefe na Lotus para 2015. Grosjean ainda conquistou um pódio para a equipe, mas havia mudança à vista.

Endividada, a Lotus voltava a vender a equipe para a Renault pelo simbólico valor de US$ 1. Sim, isso mesmo. Na prática, a Renault recuperava o time apenas ao assumir as dívidas deixadas pelos anos de Lotus — que tinha apenas o nome, mas nada da estrutura da velha e vencedora Lotus, um direito pelo qual a dona do time na ocasião, a investidora Genii Capital, pagou.

Komatsu e Magnussen (Foto: LAT/Haas)

Grosjean foi recrutado para assumir a vaga de piloto numa equipe que estrearia no grid em 2016, a Haas. E Komatsu também recebeu o convite e, como também fez o piloto, partiu. O engenheiro japonês se tornava diretor de engenharia nas operações de pista da Haas já a partir de 2016. O papel na engenharia da equipe cresceu desde então, passou a ser diretor geral do setor, até que, com a necessidade enxergada de mudanças por Gene Haas, foi visto como bote salva-vidas. A partir de 2024, será o chefe.

“Naturalmente, estou muito animado pela oportunidade de ser chefe da Haas na Fórmula 1”, disse Komatsu. “Tendo estado com a equipe desde sua estreia, em 2016, estou apaixonadamente inserido em seu sucesso na Fórmula 1. Estou ansioso para liderar nosso programa e nossas várias operações internas para garantir que possamos construir uma estrutura que produz performances ainda melhores na pista”, destacou.

“Somos um negócio baseado em performance”, adicionou Komatsu. “Nós obviamente não temos sido competitivos o suficiente ultimamente, o que tem sido uma fonte de frustração para todos nós. Temos um suporte incrível de Gene [Haas] e de nossos vários parceiros, e queremos espelhar esse entusiasmo com um produto melhor na pista. Temos uma grande equipe de pessoas em Kannapolis, Banbury e Maranello. Juntos, sei que podemos atingir os resultados que somos capazes de ter”, finalizou.

É bom ressaltar que Komatsu não terá o mesmo papel que tinha Steiner. O engenheiro será o responsável pelas operações esportivas da equipe, enquanto o lado executivo ficará com alguém ainda a ser definido. De qualquer forma, trata-se do grande momento da carreira.

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2
▶️ Conheça o canal do GRANDE PRÊMIO na Twitch clicando aqui!

OCTA de Hamilton É POSSÍVEL na F1 2024? + Norris EVITA BRIGA com VERSTAPPEN | Paddock Sprint
Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.