Ímola revela acordo com Ecclestone para receber GP da Itália em 2017 e pressiona circuito de Monza

A novela sobre a permanência ou não do lendário circuito de Monza no calendário do Mundial de F1 ganhou mais um capítulo na manhã desta segunda-feira (18). Ímola, que reivindica o lugar de Monza para receber a F1 já no ano que vem, chegou a um acordo com Bernie Ecclestone, o chefe supremo do esporte, para ser palco do GP da Itália a partir do ano que vem. Selvatico Estense, presidente de Ímola, fez a revelação ao site norte-americano ‘Motorsport.com’.

 

Mas o acordo não significa, na prática, que Ímola vai receber o GP da Itália no ano que vem. Para tal, é necessário o aval do Automóvel Clube da Itália, na figura do seu presidente, Angelo Sticchi Damiani, que defende a permanência de Monza como sede de uma das mais tradicionais corridas do campeonato. Entretanto, o circuito enfrenta dificuldades financeiras para bancar as taxas pedidas por Bernie Ecclestone para receber a corrida e ainda não fechou acordo para renovar o contrato, numa novela que já vem se arrastando há tempos.

À agência italiana de notícias ‘Ansa’, Ecclestone deu um ultimato. Ou o Automóvel Clube da Itália aceita Ímola ou então o país não receberá mais a F1 no ano que vem. “Estamos tentando solucionar o problema de Monza, mas é muito complicado porque é um problema político. Estamos trabalhando em mudar o GP da Itália para Ímola, mas se não der certo, teremos de dar adeus à F1 na Itália”, ameaçou.

 

Estense, por sua vez, aproveitou para não apenas revelar o acordo de Ecclestone com Ímola, mas também para pressionar Monza e o Automóvel Clube da Itália. “Bernie sabe que estamos disponíveis e ele nos enviou uma proposta, que assinamos e devolvemos. Estamos muito felizes de trazer a F1 de volta para Ímola. Nosso principal esforço é conseguir esse tipo de resultados.”

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“Simplesmente depende de Angelo Sticchi Damiani. Acho que é um problema político. Temos um acordo com Bernie e só precisamos da aprovação das autoridades desportivas nacionais. Se no futuro não houver um GP da Itália, vai ser unicamente problema de Sticchi Damiani, que não permitiu este acordo”, bradou o dirigente.

 

O responsável por Ímola disse também que conta com outros apoios de dirigentes regionais. “Stefano Bonaccini, presidente da região Emília-Romagna, nos apoia. É um homem muito pragmático e ele disse que se temos um contrato, Bernie está contente e as autoridades nacionais esportivas apoiam este acordo e vão nos apoiar”, previu.

 

Estense pediu pressa nas negociações para garantir o quanto antes a presença de Ímola no lugar de Monza como palco do GP da Itália. “Acho que não temos muito tempo para decidir. Nós vamos continuar adiante com o trabalho, apesar de não ter a resposta de Sticchi Damiani. Acho que temos até dezembro, no máximo. Acho que é o limite, mas o melhor vai ser antes para ter um ano inteiro para promover a corrida”, complementou.

 

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“Reestruturamos a empresa há muitos anos e agora estamos numa boa posição. Temos um bom prestígio. Fechamos os últimos três balanços no azul, com um bom resultado, de modo que acreditamos que estamos numa boa posição para reivindicar o GP. Acreditamos que em Ímola podemos ter muito sucesso com os espectadores. Estamos construindo novas instalações, uma nova sala de imprensa, completando o projeto que Hermann Tilke começou em 2006. Agora mesmo estamos avançando com o centro médico e construindo um novo. Estamos fazendo muito”, finalizou.

 

Ímola já recebeu a F1 em 27 oportunidades. Em 26, foi o circuito-sede do GP de San Marino, entre 1981 e 2006. Mas em 1980, porém, o circuito recebeu o GP da Itália, uma vez que Monza passava por uma ampla reforma para levar a F1 de volta a partir do ano seguinte. O lendário autódromo na região da Lombardia teve de se adaptar às normas de segurança depois do acidente que matou o sueco Ronnie Peterson em 1978.