Todt rebate críticas de Ben Sulayem à antiga gestão da FIA e cutuca: “Conheço a figura”

Mohammed Ben Sulayem, atual presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), fez algumas críticas ao período em que Jean Todt esteve à frente do órgão que rege o esporte a motor. O francês, no entanto, rebateu as palavras proferidas pelo seu sucessor e afirmou que, sabendo de quem se trata, não é nenhuma surpresa receber críticas baseadas em dados sem fundamento.

Sulayem chegou ao posto de presidente da FIA em 2021 e logo foi reclamando dos problemas deixados pela gestão de Todt. Um deles seria a falta de dinheiro em caixa, que Mohammed se mostrou “satisfeito” em ter conseguido superar. Jean, no entanto, não ficou quieto quando soube da fala do atual presidente, e reiterou que triplicou as economias da FIA quando estava no comando da entidade entre 2009 e 2021.

“Quando deixei o comando, deveria ter cerca de €250 milhões — R$ 1,3 bilhão, na cotação atual. Quando cheguei em 2009, mal tínhamos €40 milhões — aproximadamente R$ 214 milhões — mesmo que a FIA tivesse cedido os direitos comerciais da F1 por algumas centenas de milhões anos antes. Não chamo isso de déficit. Quando saí, o orçamento tinha sido triplicado, com novas competições e fontes de renda, como Fórmula E, WEC e WRC”, rebateu Todt.

Sulayem ainda afirmou que seus primeiros dias à frente da FIA foram problemáticos devido a um processo judicial “inesperado”, que envolvia uma disputa de patente do Halo. O ex-presidente tratou de esclarecer a situação.

“É verdade que deixamos uma batalha sem fim quando saímos, sobre o Halo, mas não empurrei para debaixo do tapete. Estava tudo bem documentado e monitorado por nossa equipe. Apresentamos ao Senado [da FIA] e para o Conselho Mundial antes de minha saída, então o atual presidente presenciou essas apresentações”, contou Jean.

“Há um processo no Texas, de um engenheiro que possuía uma patente [do Halo], mas era válida apenas nos Estados Unidos e por breve período. Não havia segredo algum e era o único caso em andamento, só. Mas não estou surpreso, sei quem é meu sucessor, conheço a figura”, finalizou Todt.

Com quase dois anos completos como presidente do órgão regulador, Sulayem tem colecionado desafetos principalmente entre as personalidades que fazem parte da Fórmula 1. Além de ter aberto uma investigação — que foi repudiada pelas dez equipes do grid — para apurar possível conflito de interesses envolvendo a família Wolff, a FIA se envolveu em inúmeras outras polêmicas sob o comando de Mohammed.

Entre eles estão o caso de perseguição às jóias — utilizadas principalmente por Lewis Hamilton —, o adiantamento da divulgação do calendário da temporada 2023 sem o consentimento da F1, além da interferência em negociações quando opinou sobre o valor financeiro da categoria.

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