Red Bull tenta entender Miami e vê Ferrari muito perto. McLaren é elemento surpresa

De novo, Max Verstappen driblou as próprias adversidades e ainda contou com os vacilos da concorrência para cravar a sexta pole da temporada 2024 da F1. O tricampeão larga favorito neste domingo, como tem sido ao longo do campeonato, mas talvez não com a mesma folga. Miami reservou algumas surpresas e talvez essa seja a maior delas. Porque Ferrari e McLaren estão muito próximas entre si e também da Red Bull

Max Verstappen varreu o sábado (4) em Miami. Depois de vencer a sprint sem ser incomodado, voltou ainda no fim do dia para conquistar a sexta pole da temporada 2024 da F1. Zero surpresa até aí, só que olhando um pouco mais a fundo é possível notar que o tricampeão precisou driblar adversidades. O fato é que a Red Bull não está completamente à vontade no ardiloso circuito montado no estacionamento do estádio dos Dolphins. O desempenho dos pneus tem sido um mistério e, em nenhum momento, Verstappen foi capaz de virar voltas limpas — as queixas dele, inclusive, foram diversas. Daí a forte sensação de que a concorrência está mais perto do que nunca — mas precisa também saber aproveitar as oportunidades.

Mesmo garantindo que tem tudo sob controle e que fez o suficiente, a Red Bull reconheceu que tem sido mais difícil do que o esperado entender os sinais e os problemas neste fim de semana. “O vento, a temperatura e os pneus são muito sensíveis por aqui, mas fizemos o suficiente para conseguir a pole com Max [Verstappen] e o quarto lugar com Checo [Pérez]”, afirmou o chefe Christian Horner.

“Baseado na corrida sprint, temos uma janela de 19 voltas para entender melhor como os pneus vão se comportar durante a corrida de amanhã. Mas nosso carro se comportou razoavelmente bem, então vamos ver o que pode acontecer”, completou.

A questão envolvendo os pneus também intriga a Pirelli, fornecedora única da F1. Primeiro, porque há uma pequena diferença apenas entre os compostos médios e macios — vale destacar que a fabricante escolheu para a etapa americana os pneus C2 (duros), C3 (médios) e C4 (macios). Mas, além disso, há outro aspecto ainda mais bizarro: “Os tempos de classificação foram mais lentos do que os do ano passado em cerca de 0s4 e com uma diferença ainda mais significativa de quase um 1s em comparação com a nossa simulação”, disse Mario Isola, o chefe da empresa italiana.

E todos sofreram em algum momento. Charles Leclerc, por exemplo, enfrentou um inesperado superaquecimento na tentativa final no Q3, e isso acabou por lhe tirar a chance da pole. Ainda assim, o monegasco ficou a 0s1 de Verstappen, comprovando a importante performance da Ferrari em Miami — e reproduzindo a primeira fila da sprint. A escuderia se preparou bem para a corrida da Flórida. O ritmo de corrida parece muito forte, diante do que foi visto na sprint. Leclerc assumiu que preferiu evitar riscos, mas uma coisa é verdade: a SF-24 #16 acompanhou o Red Bull #1 de perto ao longo dos 19 giros da prova curta.

“Há um pouco de frustração porque esperávamos um resultado melhor, mas foi difícil para todos fazer uma boa volta com os macios”, revelou o chefe Frédéric Vasseur. “Mas, no geral, o resultado é positivo, estamos nas primeiras posições com os dois carros. Vamos ver como será amanhã”, acrescentou.

É fundamental dizer também que Carlos Sainz superou Sergio Pérez na classificação e já abre uma boa oportunidade em termos de estratégia para os ferraristas. “O ritmo de corrida também será uma história diferente em comparação com a volta rápida, pois não correremos com os macios. Com eles, acho que todos estavam no limite, e se excedêssemos um pouco, íamos longe demais. Foi assim para os nossos pilotos, mas também para os outros 18”, completou Vasseur.

Dona de uma performance sólida, a tática é tirar também proveito do DRS, de acordo com o francês. E ele tem razão: a sprint mostrou como a asa móvel é uma arma poderosa. “Se conseguirmos pegar o DRS nas primeiras voltas, será muito importante. E isso significa que temos de melhorar desde a primeira volta. Será uma longa corrida e a diferença será o desgaste [de pneus].”

Charles Leclerc vai novamente dividir a primeira fila com Max Verstappen em Miami (Foto: Ferrari)

Quem também olha com interesse para o comportamento dos pneus é a McLaren. Até aqui, tem sido um fim de semana frustrante, porque, apesar do ótimo pacote de atualizações, a equipe laranja pode fazer pouco. Na sprint, Lando Norris foi acertado logo na largada e Oscar Piastri também se viu preso no pelotão, embora tenha apresentado um desempenho bastante decente. O caso é que o carro britânico tira mais ritmo dos pneus médios, e isso pode mudar a história da corrida, porque, desta vez, a dupla parte um pouco mais à frente. O inglês sai em quinto, uma posição melhor que o australiano.

“A classificação de hoje foi intensa. Ficou tudo mais difícil porque a pista estava muito quente, os pneus se comportaram de um jeito difícil de tirar a melhor aderência possível. Tentamos diferentes tipos de pneus, mas, no fim, o resultado foi normal, o esperado na ordem de forças. Esperávamos um pouco mais pela performance forte de ontem, mas, ainda assim, temos potencial para uma boa corrida saindo de quinto e sexto no grid. O ritmo de Oscar na sprint nos deu esperanças”, explicou Andrea Stella, o chefe da McLaren.

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Portanto, o GP de Miami se encaminha para uma corrida estratégica entre as três primeiras equipes do grid. E nesse cenário, a escolha dos pneus será crucial — até mesmo para a Red Bull. A prova tende a ser de uma única visita aos boxes, mas a pergunta é: com que compostos?

“Quanto à estratégia, não há dúvidas de que um único pit-stop é claramente a opção mais rápida. Mas a questão é diferente quando se trata dos compostos e da ordem em que serão usados. Embora os pilotos tenham achado o C4 mais difícil de ler durante uma volta rápida, a sprint demonstrou que esse composto não pode ser descartado para a corrida. O C2 será definitivamente o favorito, mas todas as combinações dele com o C3 e o C4 são viáveis ​​no papel”, assegurou Isola.

GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e EM TEMPO REAL todas as atividades do GP de Miami de Fórmula 1primeiro de três que acontecem nos Estados Unidos, e transmite classificações e corridas oficiais e da sprint em segunda tela, em parceria com a Voz do Esporte, na GPTV, o canal do GP no Youtube. Além disso, debate tudo que aconteceu na pista com o Briefing após classificação sprint e classificação oficial, além de antes e depois da corrida. No domingo (5), a largada está marcada para as 17h.

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