Norris ganha chance de ouro na balbúrdia e só tem uma tarefa: vencer em Interlagos

Lando Norris foi capaz de construir um cenário dos mais confortáveis em meio à desordem que tomou conta de Interlagos desde o sábado. E na excepcional classificação da manhã deste domingo (3), o rapaz da McLaren cravou talvez a pole mais importante da temporada, considerando a fraca 17ª posição do rival Max Verstappen. Portanto, não há momento melhor para tirar, enfim, proveito do bom equipamento que tem nas mãos e descontar os pontos que, desesperadamente, precisa no duelo com o tricampeão da Red Bull

Lando Norris resistiu ao pandemônio que tomou conta de Interlagos e ganhou uma oportunidade valiosa de descontar os pontos que, desesperadamente, precisa na intensa batalha contra Max Verstappen na Fórmula 1 2024. Lando já venceu a sprint do fim de semana, é verdade, mas só isso não é suficiente para encarar o tricampeão da Red Bull. É necessário um milagre e uma combinação maluca de resultados, e isso tudo parece se desenhar neste chuvoso domingo (3) de GP de São Paulo, com a pole conquistada mais cedo — depois que a classificação precisou ser reagendada após o temporal que atingiu a capital paulista no sábado. Mas é imperativo que o inglês siga tirando proveito de cada perrengue do adversário.

Isso porque Verstappen viveu uma manhã desastrosa. Apesar de costumeiramente se dar muito bem em pista molhada, o neerlandês encontrou mais dificuldades no manhoso circuito paulistano e não foi capaz de aproveitar as condições adversas para tentar a pole. O piloto #1 caiu no Q2, depois de perder a chance de uma volta rápida após uma bandeira vermelha — Max, inclusive, reclamou da demora da direção de prova em paralisar a sessão, em função do acidente de Lance Stroll. Naquele instante, o líder do campeonato estava em 11º, exatamente na hora em que Charles Leclerc o tirou da zona de classificação. O tempo maior até a bandeira permitiu que Liam Lawson melhorasse, ampliando os problemas de Verstappen.

No fim, o três vezes campeão do mundo ficou mesmo fora da fase decisiva da classificação, com a 12ª posição. Porém, vai perder cinco colocações pela troca do motor, o que o joga para o 16º lugar após o abandono de Alexander Albon. É claro que a performance da sprint, quando chegou em terceiro, tentando ameaçar a McLaren, é promissora para a corrida de logo mais. Mas também não dá para deixar de considerar o fato de que Norris sai da pole e com um carro rápido. A chuva ainda é a maior aliada de Max.

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Por ora, Verstappen ainda tenta se recuperar da ira contra a direção de prova pela decisão atrasada de acionar o pano vermelho. “O carro acerta o muro, precisa ser uma bandeira vermelha direta. Não entendo como precisam esperar 30, 40 segundos para que a bandeira vermelha venha. É um absurdo”, disparou.

De toda a forma, a Red Bull parece mais consistente em São Paulo. Sete dias atrás, o ritmo de corrida também foi alvo de críticas por parte de Verstappen. Agora, o desempenho foi mais forte. “Encorajador”, como definiu Christian Horner após a corrida curta do sábado. De fato, o RB20 se mostrou equilibrado, especialmente no setor mais sinuoso da pista paulistana. “Acho que a coisa mais encorajadora nessa corrida foi que o ritmo de corrida foi decente para ficar na cola por 24 voltas e ultrapassar a Ferrari. Isso foi encorajador. Acho que há algumas coisas que estamos começando a entender”, analisou Horner.

Ainda assim, o favoritismo segue ao lado dos papaias. Com chuva ou sol, o carro laranja se mostrou forte o bastante para vencer. E diante de uma pista encharcada nesta manhã, Norris fez o que tinha de fazer. Levou a classificação com cautela, avançando sem sustos até a pole — talvez a mais importante da temporada até agora, em função das circunstâncias e da colocação de Verstappen. Mas logo mais o comportamento cuidadoso será tão importante quanto a percepção de que será preciso também uma dose de agressividade, para utilizar tudo que parece estar a seu favor neste fim de semana. Não há espaço para erros ou indecisão.

Max Verstappen se enfureceu com a direção de prova em Interlagos (Foto: AFP)

“Houve muita coisa acontecendo hoje, mas estou muito, muito feliz”, começou o #4 da McLaren. “Estava com muitas dificuldades no início da classificação. Tive muito o que fazer e não estava nada confortável, portanto terminar na pole…”, acrescentou. “Trabalhei muito durante a classificação. Precisava melhorar em muitas áreas, mas fiz exatamente isso. Fiquei um pouco surpreso novamente por estar na pole, mas dei algumas boas voltas. Eu me senti bem no final, um bom resultado para nós”, celebrou Norris, explicando, em seguida, que as condições da pista estavam mais difíceis do que às vezes se vê pela TV.

“Você está sempre tentando encontrar o próximo ponto. Vimos quantos estavam saindo da pista, batendo e travando roda. Seria fácil terminar mal, ir parar no muro ou fazer algo que talvez nem desse para participar da corrida hoje. Essa relação risco-recompensa não foi fácil hoje, especialmente no Q1. É por isso que estou feliz. É um alívio se classificar depois de algo assim”, completou Norris, que terá a seu lado na primeira fila o compatriota George Russell.

Mas a chuva tende a persistir ao longo do domingo. A previsão fala em 90% de chance de intempérie, então nada está ganho, mas há uma vantagem aí. E se a McLaren usa mesmo a temporada 2021 como referência, hoje é hora de provar.

Lando Norris é o pole do GP de São Paulo (Foto: Rodrigo Berton/Warm Up)

A diferença entre Verstappen e Norris caiu para 44 pontos depois da vitória do britânico na sprint de sábado. Em média, Lando agora precisa tirar 11 pontos por etapa para o rival, com quatro pela frente.

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