Hamilton vê Mercedes com “norte” a seguir na concepção do W15: “Não tivemos por 2 anos”

Lewis Hamilton reafirmou que a Mercedes levou muito tempo para entender como resolver os problemas do carro, mas entende que, enfim, a equipe sabe a direção que precisa seguir para 2024

Após mais um ano sem vitória na Fórmula 1, algo que nunca havia acontecido até 2022, Lewis Hamilton acredita que a Mercedes encontrou um caminho a seguir no desenvolvimento do W15, carro da próxima temporada. Depois de admitir que notou problemas no W14 logo em seu primeiro contato com o monoposto, o britânico viu evolução no entendimento da equipe sobre o conjunto e crê que há uma direção a seguir no planejamento de 2024.

“Acredito que temos um norte agora”, disse Hamilton em entrevista à emissora britânica BBC. “Algo que acho que não tivemos por dois anos. Mas ainda estamos chegando lá, não é uma linha reta. Certas coisas, decisões que foram tomadas, nos deixaram bloqueados e no fim do caminho. E você não pode fazer nada, por causa do teto de gastos e todas essas coisas”, pontuou.

“Se você olhar para a Red Bull, e eles fizeram um trabalho incrível, eles tinham um problema de quiques no Bahrein e resolveram na mesma semana. E você pode imaginar: se você está tentando construir uma parada, precisa ser um tijolo atrás do outro. É tudo sobre desenvolvimento e desenvolvimento”, apontou.

Hamilton disse que a Mercedes levou muito tempo para entender as deficiências do carro. Segundo ele, os experimentos feitos não funcionaram porque o time não sabia em qual direção seguir, mas fechou a temporada de 2023 com uma compreensão muito maior sobre o que fazer para o ano que vem.

Hamilton vê a Mercedes com uma direção a seguir no carro de 2024 (Foto: Mercedes)

“Tínhamos muita aerodinâmica no carro do ano passado. Precisamos basicamente tirar um monte de downforce dele e, então, tentar adicionar lentamente. Mas, em todas as vezes que tentávamos, piorava. Então, não conseguimos melhorar por muito tempo. Acho que entendemos o carro de uma maneira muito melhor. Estou esperançoso”, frisou.

Mesmo com tantos problemas, Hamilton garantiu que não pensou em se aposentar das pistas. Segundo ele, além de ser campeão mundial novamente, seus projetos sociais o motivam a seguir em frente. O britânico reafirmou que gostaria que a Fórmula 1 voltasse à África e revelou que mantém conversas com Stefano Domenicali, CEO da categoria, sobre o assunto.

“Não [pensei em aposentadoria], não durante as negociações”, garantiu. “Tenho fé de que chegaremos lá. Vencer o campeonato mundial é uma grande parte dessa vontade. Continuar contribuindo com a equipe em termos de impacto do trabalho que estamos fazendo, continuar indo à frente com a Mission 44”, explicou.

O britânico reafirmou a vontade de ver a Fórmula 1 correndo novamente na África (Foto: AFP)

“Não sei o quão longe isso pode ir, e estou tentando expandir. Isso significa que preciso levantar mais dinheiro. Preciso construir mais do que um time se for continuar fazendo trabalhos no Brasil, por exemplo, e na África. Conseguir uma corrida na África seria enorme”, apontou.

Apesar da vontade de continuar, Hamilton reconheceu que chegou a questionar se o momento atual valia todo o estresse de continuar correndo. Afinal de contas, no ponto em que sua carreira chegou depois de ser campeão sete vezes e acumular mais de 100 vitórias, as críticas são muito mais constantes do que os elogios.

“Há muito glamour e muitos pontos positivos, mas não é fácil se manter no seu melhor, continuar comprometido, treinando e entregando. É muita pressão. Você está sendo avaliado o tempo inteiro, e estou em um momento da vida em que não posso vencer”, avaliou.

Lewis afirmou que o sentimento ao entrar no carro o motiva a continuar na F1 (Foto: Mercedes)

“Se ganhar uma corrida, será: ‘ele é heptacampeão mundial, já tem 103 vitórias’. Se não vencer, virão as críticas. Só posso perder nesse ponto da minha vida. Então, é claro, houve um período em que questionei se queria continuar passando por isso”, admitiu.

“Mas ainda amo pilotar. Amo entrar no carro. Quando ligam o carro e você tem todas aquelas pessoas da equipe ao redor, quando você vai ao pit-lane… ainda tenho o mesmo sorriso desde o primeiro dia em que pilotei”, afirmou.

Por fim, o britânico destacou que ainda tem uma área a melhorar para os próximos anos: a classificação. Apesar de ter gostado do próprio ritmo de corrida na maior parte do ano, o piloto da Mercedes afirmou que a complexidade do carro o impede de extrair melhores resultados em situações de volta lançada.

Para o inglês, o ritmo de classificação é um aspecto que precisa ser melhorado para 2024 (Foto: Mercedes)

“A maioria das minhas performances de corrida foram boas. Então, estou feliz com isso, voltando ao nível em que deveria estar. A classificação é uma área em que preciso melhorar. Como equipe, sofremos para extrair desempenho desses pneus”, lamentou.

“Você pode notar que, em alguns finais de semana, George [Russell] estava completamente fora [do ritmo] e eu estava bem. Em outros, a situação se invertia completamente. E isso se dá por alguns pequenos detalhes do carro”, completou.

Com a temporada encerrada, a Fórmula 1 retorna apenas no ano que vem, no dia 2 de março, com a estreia do campeonato no GP do Bahrein.

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2
▶️ Conheça o canal do GRANDE PRÊMIO na Twitch clicando aqui!

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.