Verstappen reina na sprint e reforça ideia de que rivais precisam fazer mais na F1

Max Verstappen não enfrentou grandes dificuldades para faturar a sprint deste sábado (1) na Áustria, ratificando o domínio que vem exercendo ao longo da temporada. Só chamou a atenção mesmo o ensaio de disputa com Sergio Pérez, ainda nos primeiros metros da prova curta e uma certa irritação do bicampeão. Depois disso, o holandês comandou as ações, mesmo diante de uma corrida tumultuada pela chuva. No fim das contas, a sensação deixada por Max é que os adversários não fazem o bastante para enfrentá-lo

O sábado (1) da corrida sprint na Áustria foi uma dessas oportunidades em que a bagunça causada pela chuva poderia mudar um pouquinho a cara da temporada. Mas é preciso combinar isso com Max Verstappen na F1 2023. Nem mesmo o caos completo foi capaz de parar o holandês, porque, além do excelente carro que tem nas mãos, raramente treme diante da anarquia. Pelo contrário, é nesse momento que se deixa notar do que é feito. E olha que Sergio Pérez, desta vez, bem que tentou temperar o começo da corrida, mas foi superado rapidamente. A partir daí, o líder do campeonato não teve adversários, ratificando não só o domínio que vem apresentando no ano, mas também reforçando a ideia de que é os rivais precisam fazer muito mais para batê-lo, mesmo em condições adversas.

Tudo começou com uma largada mais sólida de Pérez da segunda posição do grid — a classificação da sprint redimiu o mexicano da péssima atuação da sexta-feira e colocou ainda dois nomes interessantes na segunda fila: Lando Norris e Nico Hülkenberg. ‘Checo’ decidiu encarar o colega de Red Bull logo de cara e jogou duro entre a primeira e a terceira curvas do traçado que leva o nome da empresa de energéticos. Verstappen não gostou muito da ousadia do companheiro de equipe e respondeu no mesmo nível, retomando a ponta. E ainda imprimiu um ritmo tão forte que cruzou a linha de chegada pouco mais de 21s à frente de Pérez. Em nenhum momento foi ameaçado ou errou nas 24 voltas da sprint. Pareceu que Max correu uma prova diferente do restante do grid, para vencer pela nona vez na temporada.

No entanto, logo depois da bandeirada, Verstappen tinha outra coisa em mente. “Boa corrida. Apenas a saída da curva um, isso não foi muito bom. Isso poderia ter sido um grande problema. Precisamos conversar sobre isso. Isso não está bem”, falou no rádio ao seu engenheiro Gianpiero Lambiase. E de fato, Max conversou com Pérez logo depois que ambos chegaram ao parque fechado. Aparentemente, tudo resolvido, mas não deixa de ser interessante perceber o quanto a Fórmula 1 perde em disputa por conta da extrema irregularidade do mexicano — único que parece tirar o piloto #1 do sério, ainda que por uma pequena fração de segundos.

Verstappen se irrita, mas vence: os 5 destaques da sprint da F1 na Áustria

Verstappen e Pérez quase bateram no início da sprint: confira os melhores momentos na Áustria (Foto: Reprodução/F1 TV)

De toda a maneira, Pérez precisaria fazer mais para encarar o colega de garagem. Mesmo com uma largada astuta, Sergio perdeu a segunda posição para Nülkenberg, que estava por ali no momento do duelo entre os taurinos. E por algumas voltas, o alemão da Haas sustentou firmemente a vice-liderança. Entretanto, o desgaste anormal dos pneus do carro americano traiu o piloto #27, que perdeu rendimento até parar nos pits e trocar para compostos slicks. Ainda assim, é importante destacar a atuação brilhante de Hülk. ‘Checo’, por usa vez, tomava tempo de Max, mas foi capaz de assegurar o segundo lugar do pódio.

Não será tão fácil para o mexicano no domingo, já que parte do 15º posto, enquanto Verstappen salta da pole no GP caseiro da Red Bull. E a julgar pelo ritmo de corrida apresentado pelo holandês — apesar da pista molhada e depois mais seca no fim —, a tarefa de acompanhar o RB19 #1 será árdua. Quem aparece mais perto de Max é a Ferrari. Charles Leclerc e Carlos Sainz estão em segundo e terceiro, respectivamente, no grid, depois de uma performance contundente na classificação de sexta-feira. Mas a sprint revelou algumas questões.

Ainda que a Ferrari tenha apresentado um ritmo de corrida muito forte em Montreal, a pista do Red Bull Ring é mais exigente do ponto de vista dos pneus, e esse tem sido o calcanhar de Aquiles dos vermelhos neste ano. É bem verdade que o time chega com atualizações importantes, especialmente uma nova asa dianteira, que proporcionou desempenho nos trechos de alta velocidade do circuito, mas há de se colocar na balança a degradação dos compostos. Outro ponto é a própria sprint. Sainz chegou em terceiro, com um ritmo razoável apenas. O espanhol viveu uma corrida solitária. Terminou 2s atrás de Pérez, mas quase 6 à frente de Lance Stroll.

Não seria suficiente para encarar os taurinos, ainda que a previsão seja de tempo seco neste domingo, algo mais perto do ideal para os ferraristas. Há também uma preocupação com Leclerc. Na corrida curta, o monegasco foi apenas o 12º, depois de ter largado em nono. O fato é que o carro #16 perdeu desempenho nas condições mistas do asfalto austríaco. “É algo que me preocupa porque o Carlos foi rápido hoje. E não tem nada a ver com estratégias, é mesmo ritmo de corrida. Brigar tão longe das primeiras posições não é o que me interessa, por isso tenho de dar um passo quando essas condições existem”, disse o piloto.

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Quer dizer, a escuderia italiana depende muito do que o cenário austríaco vai oferecer neste domingo. Se conseguir reproduzir o desempenho de Montreal e os acertos em termos de estratégia, a chance de um pódio duplo será maior. “Se for esse o caso, seremos capazes de ter um ritmo mais forte, talvez não como o da Red Bull, mas será possível levar algo para casa”, emendou Leclerc.

Entretanto, talvez a disputa da Ferrari não seja mesmo com os energéticos, mas com a Mercedes e a Aston Martin, que também confiam em um crescimento maior em termos de desempenho de corrida em condições de piso seco. Embora não tenha chamado particularmente a atenção, as duas equipes evoluíram ao longo da sprint e devem oferecer mais resistência neste domingo.

Em termos de estratégia, a Pirelli descarta o uso dos pneus macios na corrida deste domingo. “No papel, a tática mais rápida parece ser a de dois pit-stops, começando com o composto médio, passando para o duro e finalizando com o amarelo de novo. Ou para quem tem dois conjuntos de C3 disponíveis, mais um stint com o pneu duro”, disse Mario Isola, chefe da fornecedora italiana.

“Uma única parada também pode ser uma estratégia competitiva (médio-duro), mas levando em consideração a corrida do ano passado, é uma opção menos atraente do que fazer dois pit-stops”, completou.

GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do fim de semana da Fórmula 1 na Áustria AO VIVO e EM TEMPO REAL. No sexta-feira, no sábado e no domingo, há também a segunda tela, em parceria com a Voz do Esporte. A corrida deste domingo está marcada para as 10h (em Brasília).

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