Verstappen ratifica favoritismo. Ferrari acerta mão e bate Mercedes e Aston Martin

Max Verstappen confirmou o alto desempenho da temporada ao cravar a sexta pole de 2023 na casa da Red Bull, na Áustria. Mas há uma ressalva: a Ferrari obteve um salto de qualidade ao antecipar suas atualizações e foi capaz de colocar Charles Leclerc a 0s048 do bicampeão taurino. Carlos Sainz pareceu pouco atrás, enquanto Mercedes e Aston Martin perderam rendimento e terão de remar mais no domingo

Verstappen na pole e 47 voltas deletadas: melhores momentos da classificação na Áustria (Vídeo: Reprodução/F1)

Diante da supremacia técnica que impõe aos adversários na F1 2023, era muito difícil imaginar um cenário em que Max Verstappen não estivesse na pole-position logo na corrida de casa da Red Bull. Portanto, a posição de honra conquistada nesta sexta-feira (30) não causa espanto algum. Mas se engana quem pensa que a classificação do GP da Áustria foi uma barbada para o holandês. Na verdade, Max precisou enfrentar a si mesmo, por conta dos irritantes limites de pista, e também certo suspense por conta de uma inesperadamente assertiva Ferrari. Ainda assim, Verstappen não abriu guarda e vai mesmo largar do principal posto do grid no domingo pela sexta vez na temporada, quarta de forma consecutiva.

Mas tudo começa na pista. Os excessos na pista forma de fato uma dor de cabeça, até mesmo para o líder do campeonato. Mas, claro, nem isso foi capaz de pará-lo. De toda a maneira, Max precisou de voltas adicionais em vários momentos por ter ultrapassado os limites. No fim do Q3, acertou todas as curvas com maestria costumeira, para virar 1min04s341 — resultado de um primeiro e segundo setores precisos. Sim, Max teve de aliviar um pouquinho no trecho derradeiro. “Foi muito difícil, por causa dos limites de pista. Nós não fazemos de propósito, mas, em velocidades tão altas, é difícil de julgar a linha branca”, destacou o piloto do carro #1. “Honestamente, foi sobre sobreviver, até no Q3, porque você simplesmente quer registrar uma volta”, explicou.

“Isso tira um pouco a diversão”, reconheceu. “Ainda assim, foi uma grande volta, estou muito feliz por estar na pole, mas ainda temos um longo fim de semana pela frente”, admitiu. E tem razão, pois neste sábado ainda há uma segunda classificação, agora para a sprint, além da própria corrida mais curta.

+5 coisas que aprendemos na sexta-feira do GP da Áustria da Fórmula 1 2023

Como o fim de semana obedece a esse formato especial, a Fórmula 1 viveu apenas um treino livre. E pela forma como a Red Bull e o holandês levaram a sessão, ficou nítido que mais uma vez será difícil bater o ritmo de corrida dos taurinos. Verstappen foi o único a não usar os pneus macios durante o TL1 e teve um grande ritmo com os pneus médios — o melhor de todo o grid —, o que ratifica alta performance em desempenho de prova, mesmo que a variação de temporada no Red Bull Ring tenha causado uma ligeira preocupação nos boxes dos energéticos. Ou seja, de novo, os adversários, sobretudo a Ferrari, que sai mais perto, terão trabalho no domingo.

No entanto, nem tudo é glória para os donos da casa. Se Verstappen entrega tudo, Sergio Pérez faz muito pouco. Novamente, o mexicano se viu aquém do resultado que o RB19 pode conduzir. Pérez ampliou um pouco mais a má fase e se tornou o pior piloto Red Bull em classificação na F1 em 15 anos. Acontece que os limites de pista pegaram o Checo. Ao todo, foram três voltas deletadas no Q2 e a eliminação. O rapaz vai partir apenas do 15º lugar do grid. Uma decepção, especialmente em um momento que o mexicano precisava se recuperar — agora, é tentar ao menos uma boa pontuação. Ritmo não falta ao RB19.

Mas se não foi capaz de colocar seus dois carros na primeira fila, a Red Bull viveu instantes de suspense por conta da Ferrari. A escuderia antecipou algumas atualizações, sobretudo asa dianteira e assoalho, o que proporcionou ainda um ganho significativo em curvas de alta velocidade. O carro respondeu bem, assim como a dupla de pilotos, que acompanhou Verstappen durante toda a sessão que definiu as posições de largada. E no fim que Charles Leclerc quase tirou a pole das mãos do holandês. O monegasco acertou o primeiro setor e foi ganhando confiança ao longo da volta derradeira. Foi por muito pouco, apenas 0s048. Uma diferença que salta aos olhos, em um dia de decisões certeiras dos italianos. Carlos Sainz também acompanhou o colega e se colocou na terceira posição, a pouco mais de 0s1 do pole.

“É bom ter uma classificação limpa novamente e estar de volta à primeira fila”, confessou Leclerc, que não avançou ao Q3 no GP da Espanha e do Canadá. “A sensação foi um pouco melhor do que nas últimas corridas e depois, no Q1 e Q2, foi uma questão de construir para a volta rápida no Q3”, completou.

Charles Leclerc vai alinhar em segundo no grid (Foto: Ferrari)

“Consegui colocar tudo o que queria naquela última volta do Q3, muito perto do Max. Não foi o suficiente hoje, mas no geral não esperávamos estar tão perto da Red Bull, então é um bom avanço”, comemorou.

De fato, a melhor sexta-feira de 2023 da Ferrari também abre a expectativa de um melhor domingo. A equipe italiana tem como objetivo reproduzir o ritmo de corrida apresentado em Montreal, em que conseguiu crescer na prova e se recuperar de uma péssima classificação. Se assim conseguir na Áustria, a disputa tende a ser mais apimentada com a Red Bull. “O ritmo de corrida parecia bastante bom em Montreal. A consistência é onde precisamos focar, então teremos de ver no domingo se temos aquele mesmo ritmo. A Red Bull está mais rápida na performance de corrida no momento, então será difícil, mas se conseguirmos dificultar para eles, faremos isso”, emendou Charles.

Logo atrás de de Verstappen e Ferrari, surgiu uma surpreendente McLaren. Lando Norris quase repetiu o desempenho da Espanha, mas mostrou consistência em cima de um carro revisado também. A equipe inglesa atualizou o assoalho e parece ter acertado em cheio. Norris parte da quarta colocação, tendo sido excepcional em todas as fases da sessão. E sua performance representa uma preocupação não só para a Ferrari, mas especialmente para Mercedes e Aston Martin. As duas equipes se colocaram fortes no Canadá e deixaram a impressão de que em pistas mais rápidos poderiam colar na Red Bull. A classificação na Áustria foi um banho de água fria.

Lewis Hamilton foi o melhor entre os dois times. O heptacampeão conquistou o quinto melhor tempo em um dia de muito trabalho em cima do acerto do W14 remodelado. “Foi uma sessão difícil, nosso carro em geral não se adapta muito a esta pista, e isso aconteceu novamente hoje”, lamentou o inglês, que crê em um domingo melhor. “Vamos ver se podemos fazer melhor na classificação da sprint amanhã, dependendo do clima e das temperaturas. O 5º lugar para domingo é uma posição forte de largada, no ano passado eu estava mais atrás e foi uma corrida difícil, então espero que possamos ter um desempenho melhor”, emendou.

É verdade que a Mercedes costuma crescer no domingo, e a expectativa é que isso aconteça novamente. Como no caso de Norris, a comparação com Barcelona é pertinente, embora o circuito espanhol seja mais a cara desse carro alemão. Ainda assim, na Catalunha, a esquadra estrela foi capaz de imprimir uma performance sólida para alcançar o pódio, mesmo com George Russell tão atrás, exatamente como agora. De novo, o piloto #63 caiu no Q2. A ressalva se faz por conta de Ferrari e McLaren.

Lando Norris foi a surpresa da sessão (Foto: McLaren)

Pelos lados da Aston Martin, o resultado pareceu um pouco mais complexo, também lembrando a etapa espanhola. Lá, entretanto, Fernando Alonso enfrentou problemas com o carro após uma escapada. Desta vez, o ritmo pareceu um pouco menos competitivo. Mesmo assim, o asturiano viu o copo mais cheio.  “Foi muito intenso, como sempre na Áustria, com dez carros dentro de 0s2 ou 0s3. No Q2, tive uma volta cancelada que me obrigou a gastar um jogo extra de pneus, então, só tinha uma chance no Q3. Não é o ideal, mas estou feliz. A equipe ficar em sexto e sétimo é um resultado forte, com boas posições de largada”, analisou o bicampeão mundial.

Portanto, o cenário é dos mais intrigantes, com os italianos mais perto de Verstappen, enquanto Mercedes e Aston Martin tentam lidar com uma classificação aquém do que apresentam de costume. O GP da Áustria tende a ser também agitado, não só pela natureza do circuito, mas principalmente pela variação de temperatura, prevista para o domingo, bem como o desgaste e os temidos limites de pista. É uma corrida de duas paradas, o que sempre proporcionar um jogo de estratégia interessante.

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