Verstappen segue implacável, mas tem razão em colocar Mercedes como ameaça no México

Max Verstappen parece não ter limites. Novamente, não deu chances e aproveitou o vacilo da Mercedes para cravar a pole do GP da Cidade do México. Só que a esquadra alemã está em boa forma para tentar entrar na briga pela vitória, tirando proveito de uma pista que se adapta muito bem ao W13

Mesmo depois de garantir o campeonato com antecedência, Max Verstappen segue implacável em 2022. O holandês superou os problemas iniciais da Red Bull na Cidade do México e, quando foi para valer mesmo, mostrou por que é o homem do ano na Fórmula 1. Em uma condução forte e tirando proveito de um melhor entendimento do particular Hermanos Rodríguez, o bicampeão conquistou o direito de sair do posto de honra do grid na corrida deste domingo. Foi a sexta pole da temporada e a 19ª da carreira. Só que a disputa não foi tão simples como ele costuma fazer parecer dentro dessa fase estelar em que vive. Acontece que a Mercedes surgiu como elemento de combate neste fim de semana, o que pode tornar a corrida mexicana bem mais interessante.

“Eles têm um bom ritmo de corrida. Acho que vamos nos divertir muito e ver muita ação. E provavelmente também dependerá da estratégia”. A declaração de Max faz todo o sentido. O carro prata apresentou uma performance especialmente competitiva no traçado da capital do México. E há explicações para isso. A primeira delas é a própria Cidade do México. A alta altitude reduz o arrasto aerodinâmico que tanto incomoda o W13 em reta. Outro motivo é o desenho do circuito, que se adapta às necessidades do modelo alemão, com seu trecho sinuoso e de baixa velocidade – não à toa, o segundo setor é o ponto forte da Mercedes. Essa combinação ajudou a gerar performance, além de todo um pacote que vem sendo avaliado pela esquadra chefiada por Toto Wolff.

Portanto, George Russell e Lewis Hamilton trataram de aproveitar ao máximo o salto de qualidade que o carro mostrou neste sábado (29). A primeira fila, como o inglês #63 comprovou, era realmente possível, mas erros de ambos os pilotos acabaram afastando a possibilidade de ocupar a linha mais importante do grid. A última tentativa de Russell foi comprometida por falha no último setor, enquanto o heptacampeão arriscou demais na volta inicial do Q3 e teve o giro deletado. Depois, preferiu a cautela, até porque lidou com contratempos técnicos.

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BRIEFING ANALISOU A CLASSIFICAÇÃO DO GP DA CIDADE DO MÉXICO

“A equipe merecia mais hoje. A pole-position estava ao alcance. Infelizmente, cometi um erro no final”, reconheceu George, segundo no grid e que ficou a 0s3 da marca de Verstappen.

Mesmo assim, a Mercedes se colocou em uma posição forte e tem elementos para acreditar que pode ameaçar o RB18 #1. “O México é nossa melhor chance de vitória”, admitiu o chefão da Mercedes.

“Onde quer que todos tenham de guiar com o máximo de downforce, temos uma boa chance. Então, em Budapeste, Zandvoort e aqui. Porque nosso carro funciona melhor nesta configuração e porque o arrasto, devido ao ar rarefeito, não é tão importante. Há poucos solavancos, então há uma oportunidade”, acrescentou.

Para Hamilton, foi a “melhor classificação do ano” e foi realmente foi. O inglês enfrentou problemas de potência e dirigibilidade ao longo da parte final da sessão, mas compartilha do otimismo de seus colegas. “Acho que foi uma apresentação incrível e estou muito orgulhoso da minha equipe. Mostra também que ter perseverança e nunca desistir é o caminho a se seguir. Estou muito feliz com a minha posição [no grid], para ser honesto. É um caminho longo até a curva 1.”

De fato, a longa reta do Hermanos Rodríguez pode ser um coringa na mão da Mercedes, ainda que Verstappen e a Red Bull tenham à disposição um carro especialmente eficiente nessa condição. “Com dois carros tão à frente, podemos jogar com duas opções taticamente”, alertou Russell.

Max Verstappen conquistou a pole pela sexta vez na temporada 2022 (Foto: Red Bull Content Pool)

Engenheiro de pista da Mercedes, Andrew Shovlin confia mesmo no melhor ritmo de corrida dos carros prateados para tentar pegar os taurinos. “Depois da última sessão de treinos, ficou claro que poderíamos brigar pela pole. No fim, a diferença para Max foi um pouco maior do que esperávamos. No entanto, podemos nos animar com o desempenho do carro após as atualizações recentes. Nosso desempenho em ritmo se mostrou muito competitivo ontem e, geralmente, somos um pouco melhores em prova do que em classificação”, explicou.

“Nós não temos a mesma velocidade em reta da Red Bull, mas tudo ainda é possível amanhã.”

Curiosamente, a Red Bull também se preocupa com a posição de Verstappen e com o que a Mercedes pode aprontar de cara, uma vez que a pista mexicana não é particularmente interessante para o RB18. “Temos de pensar com mais otimismo agora”, disse o consultor Helmut Marko.

“Nossa velocidade final é tão forte que podemos ultrapassar nas retas [se perdermos a largada]. E a corrida é longa, há muito por acontecer, mas temos de ser otimistas. Estamos felizes pela pole”, emendou.

Max também revelou que o time conduziu uma série de mudanças entre o TL3 e a classificação, e isso tornou o carro mais competitivo. Além disso, a performance em condições de corrida continua muito consistente, o que deve colocar a estratégia como um ponto decisivo também neste domingo. “Foi uma boa classificação”, descreveu Verstappen. “Foi apertada, mas fizemos alguns ajustes no carro depois do TL3 e alcançamos um ritmo melhor. Conseguir a [primeira] pole aqui é maravilhoso”, celebrou o bicampeão mundial.

“No início, temos uma longa reta até a curva 1”, alertou o holandês. “Por isso, precisamos de uma boa largada. Nós temos um bom carro, e isso é o mais importante”, completou.

E a Ferrari? Desta vez, a leoa de sábado enfrentou mais problemas do que o normal e ficou fora da briga pelas primeiras colocações. Além disso, a equipe italiana deve também sofrer ao longo da corrida. Acontece que o time não foi capaz de se adaptar à grande altitude da Cidade do México como fez a esquadra dos energéticos. O ar rarefeito tirou potência do motor de Maranello, e isso comprometeu a eficiência aerodinâmica e, por consequência, a performance. Ainda que tenha tentado uma classificação mais limpa, Carlos Sainz ficou mesmo em quinto. Mais errático que de costume, Charles Leclerc acabou em sétimo. Será um domingo mais complicado que o usual para os ferraristas, enquanto a briga pela vitória deve se concentrar entre as duas rivais da frente.

Com relação à estratégia, a Pirelli prevê uma corrida de duas paradas. E como tática mais rápida no papel: começar com pneus macios e realizar dois stints com os médios. Ou iniciar a prova com os médios, trocar para os macios e terminar com os médios. Existe também a possibilidade de disputar a etapa de 71 voltas com um pit-stop, mas isso defende demais do desgaste e da própria condição do clima. Neste caso, os compostos duros são uma escolha interessante.

GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e EM TEMPO REAL todas as atividades do GP da Cidade do México de Fórmula 1. No domingo, a largada está marcada para as 17h (de Brasília, GMT-3).

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