Mercedes exalta atualizações e diz que está “mais fácil” resolver problemas do W15

Diretor de engenharia de pista, Andrew Shovlin falou da quebra de expectativas com o W15 no início da temporada e explicou o caminho de desenvolvimento adotado pela Mercedes desde então

Andrew Shovlin admitiu que a Mercedes ficou “frustrada” quando viu as primeiras respostas do W15 em pista no início da temporada 2024 da Fórmula 1. De acordo com o diretor de engenharia de pista, porém, as primeiras soluções encontradas para o bólido prateado a partir do GP de Mônaco tornaram o desafio das Flechas de Prata “mais simples”, já que a equipe passou a ter maior clareza sobre qual o rumo de desenvolvimento que deveriam seguir desde então.

Depois de ficar mais de um ano e meio sem vencer uma única corrida sequer na categoria, o time comandado por Toto Wolff subiu no degrau mais alto do pódio em três das últimas quatro etapas antes da pausa de verão — George Russell venceu na Áustria, enquanto Lewis Hamilton foi o nome da vez na Inglaterra e também na Bélgica. Situação inimaginável há alguns meses, no Bahrein, quando os pilotos receberam a bandeira quadriculada com mais de 46s de desvantagem para Max Verstappen, da Red Bull.

Desde o início do regulamento atual, em 2022, parece que a Mercedes só agora encontrou o caminho certo para conseguir ser competitiva. Mas olhando para 2024, o que aconteceu em tão pouco tempo para que a esquadra da estrela de três pontas fosse capaz de uma reviravolta tão impressionante? “Nós realmente não trouxemos novidades para as primeiras corridas do ano”, disse Shovlin em conversa com o portal PlanetF1.

“Começamos a adiantar algumas novidades a partir do novo assoalho aplicado em Miami. Também adiantamos a implantação de uma asa dianteira que seria apenas para mais tarde no ano, no carro de George, em Mônaco”, continuou. “Acho que, naquele ponto, era possível ver que tínhamos um carro com o qual poderíamos trabalhar e melhorar. Desta forma, o que vimos desde então é uma entrega bastante impressionante de atualizações para cada pista”, destacou o engenheiro.

Andrew Shovlin está satisfeito com o ritmo do W15 (Foto: Mercedes)

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“À medida que resolvemos os problemas com o equilíbrio do carro, o desafio realmente se torna simples e obtemos mais clareza sobre o que desejamos fazer a seguir. No início do ano, tivemos um carro cujo comportamento mudava muito com as oscilações relativamente pequenas nas condições de pista”, lembrou. “Em Jedá, estávamos quicando muito nas curvas de alta velocidade. Olhando para pistas como Budapeste, diria que ainda estamos superaquecendo os pneus traseiros”, explicou.

“Mas acho que os problemas com os quais estamos lidando, à medida que o carro fica mais rápido, também se tornaram mais fáceis de ver”, acrescentou Shovlin. O diretor também foi questionado sobre os motivos que fizeram o W15 não ser tão bom no início do ano, contrariando as expectativas da própria Mercedes, que estava confiante no novo conceito adotado após as decepções com o W13 e W14.

“Não tínhamos uma base muito boa. Acho que fizemos um bom trabalho ao entender os problemas e resolvê-los. Agora, claramente temos um caminho razoável para encontrar desempenho. A frustração aconteceu porque era o terceiro ano consecutivo que apresentávamos um carro que não era tão bom quanto precisávamos”, observou o britânico.

A equipe agora soma três vitórias nas útimas quatro corridas (Foto: Sam Bloxham/Mercedes)

“Essa situação, no entanto, apresenta desafios tanto do lado técnico quanto do desenvolvimento — precisamos entender o problema e precisamos tentar encontrar soluções rapidamente para ter mais desempenho. Isso também cria um desafio para todos na fábrica, que trabalham duro da mesma forma, independentemente de estarmos ganhando ou ficando para trás. A rotina de trabalho não muda”, garantiu.

Por fim, Shovlin destacou que a Mercedes continua trabalhando firme na construção de uma equipe forte para os próximos anos, principalmente na contratação de nomes importantes para compor o time técnico na fábrica em Brackley. Em 2025, as equipes encaram o último ano dentro do atual regulamento antes de um novo conjunto de regras entrar em vigor.

“Acho que fizemos um bom trabalho ao aprender com as oportunidades. Simultaneamente a isso, estamos reestruturando a organização para tentar nos dar a melhor equipe técnica para nos levar ao futuro”, frisou. “Tudo o que podemos fazer é tentar aproveitar ao máximo a situação que está diante de nós. Mas, esperançosamente, construiremos sobre essa base em vez de dar um passo para trás”, finalizou.

Fórmula 1 faz a tradicional pausa para as férias de verão na Europa e volta de 23 a 25 de agosto em Zandvoort, para a disputa do GP dos Países Baixos.

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