Mercedes vê manutenção do ‘zeropod’ em 2023 como “maior erro dos últimos anos”

Toto Wolff, chefe da Mercedes, admitiu que a equipe não deveria ter insistido no conceito do W13 na concepção do W14. Além disso, o austríaco fez uma crítica a si mesmo nas entrevistas pós-corrida e disse que precisa diminuir as reclamações públicas sobre o próprio time

Depois de mais um ano abaixo das expectativas e, desta vez, sem vitórias — algo que não acontecia desde 2011 —, Toto Wolff, chefe da Mercedes, reconheceu que insistir no conceito ‘zeropod’ em 2023 foi um de seus maiores erros recentes. Mesmo com os avisos de Lewis Hamilton de que a escolha não funcionaria, a equipe optou por manter o projeto após a vitória no GP de São Paulo de 2022, sua única naquela temporada, e passou o campeonato em branco este ano.

“O W13 foi meu principal erro nos últimos anos”, admitiu Wolff ao jornal alemão Bild. “Escolhemos a abordagem errada na concepção do carro de 2022, não era o caminho certo a seguir. Insistir nesse conceito em 2023 foi o segundo grande erro”, lamentou.

“Mas defendo essa decisão, pois vencemos no Brasil [em 2022]. Cada time considerava aquele fim de semana como um ponto de partida para o ano seguinte. Mais da metade da equipe estava convencida de que a situação estava melhorando”, reconheceu.

Em meio a uma temporada difícil, não foi incomum ver Wolff reclamando sobre o trabalho da Mercedes no desenvolvimento do W14, o primeiro a passar uma temporada inteira sem vencer desde o W02, carro da temporada 2011.

A Mercedes abandonou o ‘zeropod’ ainda com o campeonato em andamento (Foto: Mercedes)

Apesar de ter conseguido uma posição a mais no Mundial de Construtores, subindo do terceiro para o segundo lugar, a equipe viu a Ferrari ser a única equipe a realmente desafiar a Red Bull por algumas vitórias — e conseguiu uma, em Singapura, com Carlos Sainz.

O único ponto alto da Mercedes no ano ficou mesmo pela pole de Hamilton no GP da Hungria, em que o heptacampeão mundial perdeu a liderança logo nos primeiros metros. Wolff, admitindo certa dificuldade de controlar as emoções em um campeonato difícil, reconheceu que precisa melhorar o equilíbrio nas críticas públicas feitas à equipe.

“Criticar a equipe em frente à imprensa é parte de um equilíbrio que eu nem sempre consegui gerenciar perfeitamente”, destacou. “Muitos empregados ficam motivados quando veem um chefe ambicioso, mas, às vezes, eu passo do ponto”, refletiu.

Wolff admitiu que a Mercedes deveria ter mudado o projeto para 2023 (Foto: Rodrigo Berton/Warm Up)

“Preciso tomar um chá de camomila antes das entrevistas para me acalmar. Porém, se for muito duro, volto à fábrica na segunda-feira e peço desculpas. Isso também faz parte de uma boa liderança”, finalizou.

A Mercedes terminou a temporada com 409 pontos conquistados, 234 de Hamilton e 175 de George Russell. A campanha foi suficiente para garantir o segundo lugar nos Construtores, apenas três tentos à frente da Ferrari. Com 860, a Red Bull foi campeã sem grandes dificuldades.

Com a temporada encerrada, a Fórmula 1 retorna apenas no ano que vem, no dia 2 de março, com a estreia do campeonato no GP do Bahrein.

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2
▶️ Conheça o canal do GRANDE PRÊMIO na Twitch clicando aqui!

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.