Mercedes promete “mudanças radicais” no W14 para F1 2023, mas já avisa: “Leva tempo”

O diretor de engenharia, Andrew Shovlin, detalhou três problemas que foram mapeados pela escuderia anglo-alemã e revelou que a ordem para mudanças radicais no conceito do carro partiram do chefe da equipe, Toto Wolff.

A Mercedes pretende promover mudanças radicais no W14 ainda nas primeiras etapas da temporada 2023 da F1. É o que revelou o diretor de engenharia, Andrew Shovlin, em um vídeo publicado nesta quinta-feira (9) no canal oficial da equipe alemã. As alterações são motivadas pelo início “muito difícil” e considerado insatisfatório no GP do Bahrein.

Shovlin detalhou três problemas que foram mapeados pela Mercedes: degradação dos pneus, ritmo de classificação e corrida, além das asas traseiras. Todas essas fraquezas estão diretamente relacionadas ao conceito do carro, que será revisto após ordem do chefão Toto Wolff.

Em 2022, com o novo regulamento técnico da categoria, a Mercedes apresentou um carro com o conceito “zero sidepod”, com objetivo de aumentar o direcionamento de ar por cima do assoalho e assim melhorar a aerodinâmica – a ideia é que o carro ficasse mais “grudado” ao chão. O design foi mantido para 2023, ainda que na temporada passada tenha sido alvo de críticas. Nas próximas corridas, a tendência é que o modelo passe por uma revisão.

Toto Wolff se mostrou insatisfeito com W14 e pediu mudanças radicais (Foto: Steve Etherington/Mercedes)

“As pessoas geralmente usam a palavra conceito quando querem dizer o design do sidepod. Toto afirmou recentemente que estamos analisando uma revisão que virá nas próximas corridas, de qualquer maneira. Dada a diferença para os que estão na frente [do grid], é claro que vamos olhar para mudanças mais radicais”, reconheceu o engenheiro de pista dos octacampeões.

“Mas essas mudanças levam tempo até que se alcance uma solução mais rápida no túnel de vento, você não pode fazê-las da noite para o dia. Há muito desenvolvimento necessário em torno de qualquer tipo de grande mudança da parte aerodinâmica. Veremos alterações visíveis no carro nas próximas corridas”, ratificou o britânico.

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Depois de confirmar que a Mercedes vai mesmo mudar o conceito do W14, o engenheiro explicou três problemas que foram observados. O primeiro é a degradação dos pneus que acaba fazendo com que o carro “escorregue um pouco mais, os pneus esquentam mais e tudo isso dificulta mantê-los sob controle”. De acordo com Shovlin, esse entrave tem sido estudado pela equipe para que possa ser entendido.

O segundo contratempo é o ritmo de classificação e de corrida. “O ritmo natural do carro não é bom o suficiente. Estamos trabalhando muito no momento para entender o que podemos fazer no futuro de curto a médio prazo para tentar nos colocar em um lugar melhor”, afirmou o engenheiro da Mercedes.

Por fim, a terceira dificuldade tem sido a asa traseira. Nas sessões de treino livre do GP do Bahrein, realizado no último fim de semana, Lewis Hamilton e George Russell testaram asas diferentes, sendo a de Russell mais longa. Porém, a do heptacampeão mundial teve uma performance mais satisfatória.

“Lewis ficou com nossa asa atualizada, a asa de downforce mais leve e a conclusão da sessão de sábado foi que a asa que Lewis usou foi a mais rápida nos trechos de linha reta e a mais rápida no geral. Na corrida, os dois carros estavam com a mesma asa traseira”, explicou Shovlin.

Embora tudo tenha sido testado, os resultados na etapa barenita não foram bons. Hamilton foi o quinto e ficou a mais de 50s do vencedor, Max Verstappen (Red Bull). Por sua vez, Russell foi sétimo e teve dificuldades no duelo com Lance Stroll (Aston Martin).

O começo de temporada complicado foi admitido por Shovlin, mas ele disse que toda a equipe está comprometida em superar e melhorar o W14.

“Os pilotos estão muito envolvidos com isso e têm trabalhado muito bem juntos para tentar nos ajudar a desenvolver e melhorar o carro. É bom ver como todos são muito honestos sobre o desafio que temos pela frente, muito humildes sobre onde estamos e o que precisamos fazer para seguir em frente. Faremos tudo o que pudermos para melhorar o carro”, garantiu o engenheiro.

A primeira oportunidade de apresentar as mudanças será no GP da Arábia Saudita, no circuito de rua de Jedá, que acontece entre os dias 17 e 19 de março.

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