Mugello e Portimão dentro, Brasil e México improváveis: como calendário se desenha

A revista alemã Auto Motor und Sport deu detalhes, na última quarta-feira (24), de como tende a ser o cronograma da Fórmula 1 depois do GP da Itália. Hockenheim, outrora vista como praticamente certa, hoje aparece como uma espécie de ‘circuito coringa’ caso haja alguma desistência ou impossibilidade. E o GP do Brasil, no país mais afetado atualmente pelo Covid-19, está cada vez mais distante em 2020

Pouco a pouco, a sequência do calendário do Mundial de Fórmula 1 neste incomum 2020 vai ganhando corpo. Até agora, o Liberty Media, empresa que gerencia a principal categoria do esporte a motor, definiu as oito primeiras datas, começando pelo GP da Áustria, em 5 de julho. Mas o que se desenha depois de 6 de setembro, data do GP da Itália, em Monza, traz o prolongamento da temporada na Europa com corridas em Mugello e Portimão, em Portugal; traz a perspectiva de viagem à América do Norte e o desfecho do campeonato no Oriente Médio. A informação é da revista alemã Auto Motor und Sport na última quarta-feira (24). A respeito dos GPs do Brasil e México, países seriamente afetados pela pandemia do novo coronavírus, a publicação considera que as corridas são “improváveis”.

A ideia da Fórmula 1 é divulgar algumas datas no fim de semana do GP da Áustria. Entretanto, se o plano inicial era de anunciar a sequência definitiva do calendário, o avanço da pandemia, sobretudo na América Latina e o início de uma segunda onda na Ásia faz com que seja difícil ter qualquer prognóstico sobre os próximos meses.

No entanto, resta somente a confirmação oficial de uma nova corrida na Itália. Mugello, que é um autódromo de propriedade da Ferrari e que nesta semana abrigou a sessão de testes da equipe de Maranello com o carro de 2018, vai ser o palco do 1000º GP da história da escuderia na Fórmula 1 em 13 de setembro, uma semana depois da prova em Monza.

Resta só a confirmação de Mugello como palco do 1000º GP da Ferrari na F1 (Foto: Ferrari)

Mugello será, desta forma, a terceira corrida seguida depois dos GPs da Bélgica e da Itália, formando assim a terceira rodada tripla depois dos GPs da Áustria, Estíria e Hungria (nos dias 5, 12 e 19 de julho) e dos GPs da Inglaterra, do Aniversário da F1 e da Espanha (em 2, 9 e 16 de agosto).

Daí pra frente, a informação é que haverá um fim de semana de folga. A incógnita no calendário começa com o GP da Rússia. A corrida no Parque Olímpico de Sóchi figurava no cronograma original no dia 27 de setembro. Entretanto, o país governado por Vladimir Putin tem sido severamente afetado pela pandemia, com 613 mil casos e 8.594 vidas perdidas — segundo a última atualização feita pela universidade norte-americana Johns Hopkins.

Segundo a Auto Motor und Sport, Hockenheim desponta como um ‘circuito coringa’ para substituir Sóchi caso a Rússia não seja capaz de receber a Fórmula 1. A administração do autódromo alemão, contudo, deixou claro que não se vê confortável com a situação de esperar a definição da categoria sobre uma data por conta da necessidade de realizar eventos para manter a saúde financeira de Hockenheim.

Sobre Portugal, a corrida está programada para o Autódromo Internacional do Algarve em 4 de outubro. O circuito de Portimão tem o Grau 1, a homologação máxima concedida pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e que permite a um autódromo receber a Fórmula 1. Ímola tem a mesma homologação, mas sua inclusão no calendário mostra ser pouco plausível em razão do layout da saída dos boxes.

GP do Canadá no frio; Brasil e México com poucas chances

A etapa no Circuito Gilles Villeneuve, outrora marcada para 14 de junho, vai ser remarcada para 11 de outubro. A informação é da revista canadense Pole Position. Caso a prova de fato seja confirmada, vai ser somente a segunda vez que o GP do Canadá vai acontecer em outubro, repetindo 1978. Na ocasião, Gilles Villeneuve venceu pela primeira vez na Fórmula 1. Diferente do cenário habitual, com o GP do Canadá acontecendo tradicionalmente às vésperas do verão, uma corrida em outubro tende a ser bastante fria, com a temperatura longe de passar dos 15ºC neste período.

A intenção dos organizadores do evento é que a corrida tenha a presença do público nas arquibancadas, ainda que com um número limitado para evitar o contágio pelo novo coronavírus.

A Fórmula 1 almeja fazer uma dobradinha e, depois de Montreal, correr em Austin. Bobby Epstein, promotor do GP dos Estados Unidos, disse que, por enquanto, os planos de realização da etapa no Texas seguem de pé na data originalmente prevista, 25 de outubro. Atualmente, a região de Austin registra 6.914 casos positivos de Covid-19 e 116 mortes, informa o jornal local Statesman.

Em maio, o chefe do serviço de saúde de Austin, Dr. Mark Escott, recomendou a não-realização de eventos de grande porte nos próximos meses.

Se o GP dos Estados Unidos é uma incógnita, as etapas no México e no Brasil são apontadas como “improváveis” pela Auto Motor und Sport. O grande ponto de interrogação é a situação dos dois países latino-americanos frente à pandemia. Os autódromos Hermanos Rodríguez e Interlagos, na Cidade do México e em São Paulo, respectivamente, estão em grandes centros afetados severamente pelo novo coronavírus, de modo que qualquer evento de maior porte seja, neste momento, pouco razoável.

O GP do Brasil está cada vez mais distante de ser realizado em 2020 (Foto: Red Bull Content Pool)

A organização do GP do Brasil espera a sinalização da FIA sobre a inclusão no calendário para iniciar a venda de ingressos. A data original do evento, 15 de novembro, pode coincidir com o primeiro turno das eleições municipais, com a possibilidade do pleito — previsto inicialmente para o primeiro domingo de outubro — ser adiado por conta da pandemia. O tema vem sendo discutido no Congresso Nacional.

O México é o sétimo país com mais vítimas fatais da pandemia ao registrar 24.324 mortos e um total de 196.847 casos positivos de acordo com a Universidade Johns Hopkins. Já o Brasil, segundo a última atualização, tem 1.188.631 infectados pelo novo coronavírus e 53.830 vítimas fatais. Tanto Brasil quanto México são governados por presidentes que adotaram políticas negacionistas frente à pandemia.

Interrogação sobre China e desfecho do campeonato no Oriente Médio

O interesse do Liberty Media é, após os cancelamentos dos GPs de Singapura e do Japão, realizar pelo menos uma prova na Ásia Oriental. Xangai, palco do GP da China, o primeiro a ser adiado por conta da pandemia, ainda desponta com chances de sediar uma ou até duas corridas, mas o destino é visto com reservas por muitos dentro da Fórmula 1 neste momento.

Quanto ao término do campeonato, a AMuS informa que está tudo encaminhado para dois GPs no Bahrein, sendo uma prova realizada no anel externo do circuito de Sakhir e outra na versão mais tradicional do traçado barenita. A última etapa do incomum calendário de 2020 da Fórmula 1, até por força de contrato, vai ser em Abu Dhabi, conforme planejado. A expectativa é que o campeonato seja concluído em meados de dezembro.

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