Na Garagem: Schumacher faz corrida de recuperação, mas abandona e Häkkinen leva inédito título no Japão

Há 20 anos, Mika Häkkinën conquistava o primeiro de seus dois títulos mundiais. Suzuka foi o palco da glória do finlandês, em corrida tranquila para ele, mas com todas as atenções voltadas para Michael Schumacher, único que poderia virar o jogo

Aos 30 anos, Mika Häkkinen já era indiscutivelmente um bom piloto, mas seus resultados nas sete temporadas disputadas até então na F1 não o colocavam como um dos grandes da história. Até que, em 1998, a McLaren deu ao finlandês um grande carro e ele teve a chance de batalhar com Michael Schumacher, já bicampeão do mundo, por uma conquista de Mundial.

No dia 27 de setembro daquele ano, os dois lutaram por uma vitória que seria fundamental no sonho do título no GP de Luxemburgo. Schumacher foi o pole, mas perdeu na estratégia de paradas a primeira posição para Häkkinen, que havia largado em terceiro e entrou nos boxes quatro voltas após o rival. Com a vitória, o finlandês abriu quatro pontos de vantagem, em época em que o vencedor levava 10 pontos e o segundo, 6.

Assim, eles foram para Suzuka mais de um mês depois, no dia 1° de novembro. O piloto da McLaren poderia apenas 'colar' no alemão, para que Schumacher, mesmo se vencesse, não tirasse a pequena diferença.

E foi assim que ele fez – ao menos no sábado. Na classificação, o ferrarista fez sua parte e garantiu a pole com 1min36s293. Mas Häkkinen veio logo atrás, com 1min36s471, garantindo que já começaria a prova junto ao rival.

O problema, para Schumacher, foi o domingo. Precisando vencer e torcer para que Häkkinen caísse para terceiro, o alemão viu sua Ferrari ter problemas na marcha na segunda tentativa de largada (na primeira, a Prost de Jarno Trulli teve problemas). O carro ficou parado e Schumacher foi obrigado a largar do fundo do grid.

Michael Schumacher lamenta o abandono em Suzuka (Foto: F1)

O alemão balançou a cabeça negativamente assim que o carro se mexeu para além da linha de largada e ele levantou a mão para atrasar a largada, pois sabia que a chance de título estava praticamente encerrada. Um drama daqueles para a história de decisões da F1 estava definitivamente desenhado.

Mas ainda havia mais o que vir – afinal, Schumacher não seria heptacampeão à toa no futuro. Já na primeira volta, ele subiu para 12°, enquanto Häkkinem abria vantagem com sua pole repentina.

Em quatro voltas, Schumacher já era 7°, posição na qual ficou preso por um tempo, já que logo à frente havia uma batalha de grandes nomes: Damon Hill e Jacques Villeneuve.

Enquanto Häkkinen abria mais de 30 segundos de vantagem, Schumacher aproveitava a parada de quem estava entre eles para avançar no grid, chegando a ser terceiro. A esperança do título seguia viva… Mas só até a volta 28.

Nela, Esteban Tuero acertou Toranosuke Takagi, deixando detritos na pista. Detritos, estes, que furaram o pneu direito dianteiro de Schumacher. Fim de corrida para o alemão e título mundial dado nas mãos da McLaren e de Häkkinen.

Mika Häkkinen (Foto: McLaren)

Após a corrida, em meio a celebração, o finlandês disse que o fator decisivo na pista de Suzuka foi o alívio que teve ao ver o problema do rival, já que isso "tirou pressão de seus ombros". Acabou até chamando a corrida de "fácil".

Título mundial garantido, Häkkinen repetiria a dose um ano depois, na mesma pista japonesa. Seriam estes as duas conquistas de Häkkinen na categoria, antes de se aposentar em 2001.

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