Pneus mais macios e fim do superaquecimento: Pirelli explica mudanças para F1 2025

Diretor de automobilismo da Pirelli, Mario Isola também revelou que a fornecedora tem o interesse de aumentar a diferença de desempenho entre os compostos já disponíveis

A Pirelli continua buscando maneiras de melhorar a qualidade dos pneus utilizados na Fórmula 1, alvos de muitas críticas por parte de pilotos e equipes. Chefe da fornecedora nos assuntos referentes à categoria principal do automobilismo, Mario Isola falou dos desafios enfrentados para eliminar o superaquecimento dos compostos e revelou, também, que uma borracha ainda mais macia que o atual C5 está sendo desenvolvida para entrar em ação nos circuitos urbanos.

Ao longo do ano, diversos testes aconteceram em parceria com os times do grid. Era apenas início de fevereiro quando Lewis Hamilton e Fernando Alonso assumiram os carros de 2023 da Mercedes e Aston Martin, respectivamente, em Jerez, e completara um total de 282 voltas. Uma semana antes, porém, Charles Leclerc e Carlos Sainz já tinham visitado a pista de Fiorano com o mesmo intuito. A dupla da Ferrari voltou a participar de testes para a Pirelli em junho, desta vez em Mugello.

Retrocedendo apenas algumas semanas no tempo, durante o GP da Cidade do México, o treino livre 2 contou com uma duração maior do que a habitual e serviu como período de observação dos pneus para 2025. Após o fim das atividades, Simone Berra, engenheiro-chefe da marca italiana, explicou quais foram os resultados obtidos e disse que os novos compostos provaram ser “mecanicamente mais resistentes” do que os que são utilizados atualmente.

Isola, por sua vez, também decidiu abordar as conclusões que foram tiradas até o momento e detalhou quais são os objetivos a serem alcançados para o próximo certame. “Teremos uma nova construção para melhorar a integridade do pneu na mesma pressão. Um dos objetivos que nos propusemos é trabalhar tanto no pacote de construção quanto nos compostos para reduzir o superaquecimento”, começou em entrevista ao site FormulaPassion.

Mario Isola, Pirelli, Fórmula 1
Mario Isola falou dos problemas de superaquecimento dos pneus (Foto: Pirelli)

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“Não é um fenômeno fácil de identificar, pois muitas vezes é através dos comentários dos pilotos que tentamos encontrar uma correlação com um parâmetro físico, como a temperatura da superfície ou da carcaça. Essa correlação nem sempre existe. Pode ser uma perda de aderência que o piloto sente como sinal de superaquecimento, mas que não está ligada ao aumento da temperatura”, explicou o chefe da Pirelli. “Realizamos inúmeras análises, encontrando soluções que reduzam o superaquecimento”, apontou.

Ao contar com a redução no superaquecimento dos pneus, os pilotos se tornam capazes de permanecer mais tempo perseguindo o carro à frente, ganhando novas chances de efetuar a ultrapassagem e, consequentemente, melhorando o espetáculo para todos que acompanham o esporte.

Outra mudança que deve acontecer é em relação à disposição dos compostos. Hoje, a Pirelli seleciona três gamas de pneus para cada fim de semana de corrida, seguindo uma escala de grau de dureza, onde o C1 é o mais duro e o C5, ordenadamente, o mais macio. De acordo com Isola, a intenção é desenvolver um ainda mais macio, o C6, para ser utilizado em pistas como Mônaco, Azerbaijão e Singapura, por exemplo.

Pirelli deseja desenvolver um pneu ainda mais macio do que o C5 (Foto: Carl Bingham/Pirelli/LAT Images)

“Gostaria de ter uma família de compostos que contassem com diferenças maiores de desempenho. Há pouca diferença entre o C1 e o C2, por exemplo. Além disso, gostaríamos de ter um C6, portanto, um composto mais macio para explorar em algumas situações — falando de três ou quatro corridas por ano. Nos circuitos de rua que visitamos atualmente, não somos agressivos o suficiente com os C3, C4 e C5”, encerrou Mario.

Fórmula 1 agora volta às pistas para o GP de Las Vegas, nos Estados Unidos, entre os dias 21 e 24 de novembro. Depois, realiza corridas no Catar, última sprint do ano, e Abu Dhabi.

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