Prefeitura de SP garante verba federal para seguir com obras, mas insiste em privatizar Interlagos
O Ministério do Turismo vai repassar cerca de R$ 43 milhões para dar continuidade às obras em Interlagos. Ainda assim, a Prefeitura de SP insiste no projeto de privatizar o Autódromo José Carlos Pace e aguarda ação da Câmara Municipal
A mudança na gestão da Prefeitura de São Paulo não significa o abandono do projeto de privatização da pista. Prefeito desde 7 de abril, Bruno Covas segue firme no propósito de passar o Autódromo José Carlos Pace à iniciativa privada.
O Projeto de Lei 01-00705/2017 aborda o processo de privatização do complexo esportivo do qual faz parte o Autódromo José Carlos Pace e o Kartódromo Ayrton Senna. O projeto foi criado quando o prefeito da cidade ainda era João Dória, sendo tratado como prioritário pelo governador eleito, antes mesmo do início do seu mandato em 2017. Ele não garante, porém, a manutenção das atividades esportivas em caso de venda do complexo.
Doria chegou a falar que a "privatização era irreversível" antes de deixar o cargo. Em novembro passado, foi colocada em votação na Câmara de SP e aprovada com 37 votos favoráveis e nove contrários. Ainda há, ao menos, mais uma votação com necessidade de ser realizada antes da sanção do prefeito.
Prefeito de São Paulo, Bruno Covas garantiu que o processo de privatizar Interlagos segue adiante (Foto: Beto Issa)
Em 15 de agosto, o Ministério do Turismo confirmou o repasse de cerca de R$ 43 milhões para a continuidade das obras que garantiram a permanência da F1 em São Paulo. Nesta fase, a reforma vai compreender aumento da altura e cobertura dos boxes.
Somando as obras feitas nas fases anteriores, o investimento federal em Interlagos é de R$ 160 milhões.
Neste domingo (11), Covas esteve em Interlagos acompanhando a F1 e, questionado pelo GRANDE PRÊMIO, confirmou que o projeto de privatizar o autódromo não foi abandonado com a saída de Dória do cargo.
“Claro, fui eleito junto com João Dória, prometendo as mesmas coisas na campanha de 2016, e uma das promessas era a privatização de Interlagos”, respondeu. “A gente aguarda a Câmara Municipal em segunda votação, para que a gente consiga dar continuidade no processo de venda”, seguiu.
No início de junho, uma comitiva que contava com pilotos como Rubens Barrichello e Felipe Giaffone, além do presidente da CBA (Confederação Brasileira de Automobilsmo), Waldner Bernado, tentou convencer Covas de que a privatização não é o ideal, mas, ao que parece, não teve sucesso na empreitada. O grupo tinha sugerido a concessão do espaço.
“A reunião foi na Prefeitura e o que ficou definido lá, esclareci que, antes do processo de privatização avançar, vamos avançar no PIU Jurubatuba que estabelece as regras de uso e ocupação do espaço”, explicou. “A partir do momento que você discute as regras do jogo, a partir do momento que você sabe o que pode e não ser construído nesse espaço, é que a gente avança na discussão se pode ou não privatizar. Essa discussão se vai ter pista ou não, vai construir ou não, isso tudo vai ser definido antes, com a aprovação do PIU. A partir do momento que é aprovado, aí sim a gente discute se vale ou não continuar a ser público um espaço como esse”, justificou.
Covas ressaltou, porém, que a ideia é manter o traçado, motivo pelo qual a administração tenta a aprovação da PIU.
“A nossa proposta é que a pista permaneça. Exatamente por isso vamos aprovar primeiramente o PIU para que essa discussão não fique prejudicando a venda de Interlagos”, declarou Bruno.
Perguntado pelo GP se manter o kartódromo é, também, uma prioridade, Covas respondeu: “Acredito que sim. É uma das grandes reivindicações da população, justamente por isso vamos avançar com o PIU”.
“Volto a dizer, com o PIU vamos ter a regra do jogo estabelecida, o que pode ou não ser construído, o que pode ou não ser derrubado”, frisou.
Indagado, então, sobre a possibilidade de os debates concluírem que a pista não seria preservada, o prefeito rebateu: “Mas por que chegaria a essa conclusão? Por que você está torcendo tão contra?”.
Ainda, Covas falou sobre o contrato de R$ 43 milhões com o Ministério do Turismo e disse que continua “a tratar bem o autódromo” por entender a importância dele para a cidade.
“Nós assinamos agora um contrato de R$ 43 milhões com o Ministério do Turismo, vamos fazer a cobertura do paddock, reformar os boxes aqui”, afirmou o prefeito. “Enquanto o processo de privatização não avança na Câmara, a gente continua a tratar bem o autódromo, já que sabemos a importância dele para a cidade de São Paulo”, reconheceu.
“Não vamos ficar aguardando o processo ser aprovado na Câmara para continuar os benefícios que um espaço como esse precisa receber para continuar a receber grandes eventos além da F1”, completou.
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