Red Bull admite “romantismo” pelo retorno dos V10, mas prega responsabilidade na decisão
Christian Horner participou de reunião com a FIA e comentou debate sobre futuro dos motores da F1. O chefe da Red Bull classificou o encontro como produtivo e, apesar de ver apelo no retorno dos V10, pediu responsabilidade na tomada de decisão
A Red Bull não descartou a possibilidade de apoiar o retorno dos motores V10 à Fórmula 1 no futuro, mas alertou que qualquer mudança nos regulamentos precisa ser conduzida “com responsabilidade”. Em entrevista no paddock do Circuito de Sakhir, no Bahrein, Christian Horner reconheceu o charme da ideia, mas ressaltou que a categoria não pode desconsiderar os investimentos atuais das fabricantes.
A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) realizou uma reunião na manhã desta sexta-feira (11) para discutir a possibilidade. O encontro contou com a presença de representantes do órgão e de todas as equipes da F1. O chefe do time austríaco reconheceu o “romantismo” no possível retorno, mas afirmou que qualquer mudança precisa ser feita de maneira organizada.
“O lado romântico em mim acha que um V10 gritando poderia ser algo realmente atrativo para a F1”, admitiu. “Mas isso precisa ser feito com responsabilidade. Estamos construindo uma infraestrutura baseada nas regras atuais. Estruturamos nosso negócio em cima deste regulamento e estamos empolgados com 2026. Estamos avançando muito bem”, relatou.
A discussão sobre o futuro dos motores, além da nostalgia dos fãs por um som mais agressivo e visceral como o dos V10 e V8, também inclui um debate sobre eletrificação e sustentabilidade. Segundo o britânico, o objetivo do encontro foi iniciar um processo de coleta de informações com os fabricantes de unidades de potência, mas qualquer mudança antes de 2028 é altamente improvável.

“Com a eletrificação em pauta, será que é um V10 ou um V8? Essa foi basicamente a discussão nesta manhã: como pode ser o futuro da categoria. Neste momento, é uma missão de coleta de dados. Agora cabe aos fabricantes darem retorno à FIA, e as coisas vão evoluir a partir disso”, concluiu.
O retorno dos V10 divide opiniões na F1, tanto entre pilotos, quanto — principalmente — entre montadoras. A Audi, por exemplo, já deixou claro que ingressou na F1 por conta do aumento da dependência da energia elétrica a partir de 2026. Pat Symonds, consultor da Cadillac, mencionou que não há hipótese da marca norte-americana ingressar no próximo ano sem que esteja em vigor o regulamento previsto.
A Mercedes, que será responsável também por fornecer motores para McLaren, Williams e Alpine no ano que vem, já admitiu discutir outras regras para as unidades de potência, mas desde que seja para 2031, quando estará aberta a possibilidade de um novo regulamento. Toto Wolff disse ser “tolice” falar sobre motores antes disso.
Na contramão dessas equipes, a Red Bull já se manifestou favorável ao retorno dos V10, apesar do alerta de Horner no Bahrein. A Ferrari seria outra equipe que apoiaria a mudança, segundo o portal The Race.
Pelo lado da FIA, o retorno dos motores V10 passa pela economia de custos, visto que estas unidades de potência seria muito mais simples do que as atuais, e também pela evolução das pesquisas com combustíveis sustentáveis.
A Fórmula 1 realiza o GP do Bahrein, em Sakhir, entre os dias 11 e 13 de abril, quarta etapa da temporada 2025. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades AO VIVO E EM TEMPO REAL, além de classificação e corrida em SEGUNDA TELA no YouTube, em parceria com a Voz do Esporte. Ao meio-dia (de Brasília, GMT-3) de sexta-feira (11), os pilotos realizam o treino livre 2. No sábado (12), o TL3 acontece às 9h30, ao passo que a classificação será às 13h. Por fim, no domingo (13), os pilotos disputam o GP do Bahrein ao meio-dia. O Briefing chega para comentar na GPTV após o fim de cada dia de atividades.
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