Red Bull confirma força no dia 2 dos testes e assombra rivais. Mercedes se perde de novo

É bem verdade que a Alfa Romeo liderou o dia 2 dos testes da F1 2023, mas são apenas testes, não é mesmo? Sim, mas há quem entregue mais. A Red Bull já está em modo campeonato e chega forte mais uma vez, enquanto as adversárias ainda tentam entender o que deu errado

Uma das coisas que fazem da pré-temporada da Fórmula 1 mais divertida é o fato de que, ao menos em um dos dias, a ponta da tabela acaba nas mãos de alguém que, em condições normais de temperatura e pressão, dificilmente teria chance. Dá manchete e deixa piloto/equipe feliz por ver o nome no topo da lista de tempos. O problema, claro, é que não é real. E a Alfa Romeo sabe bem disso – mas é sempre bom e inofensivo comandar a tabela. Desta vez, coube a Guanyu Zhou a tarefa de aparecer na frente, calçado com pneus macios e a bordo do C43 com pouca carga de combustível. Mas isso significa algo? Pouca coisa, porque a verdade é que, mesmo sem liderar, a Red Bull atrai todos os holofotes da iluminada pista do Bahrein e fica impossível começar qualquer análise sem falar da obra de arte projetada por Adrian Newey.

Não é segredo algum que os taurinos compreenderam melhor do que todos o regulamento que trouxe de volta o efeito solo. A questão agora é que parece que a equipe austríaca colocou na pista um modelo ainda mais sofisticado – de soluções intrigantes, como o assoalho duplo, o difusor e todo o conjunto de suspensão. Na pista, o carro corresponde a toda a inovação alcançada por Newey.

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Diferentemente da quinta-feira, o time de Christian Horner começou o dia com Sergio Pérez. O mexicano iniciou os trabalhos usando um pneu de teste da Pirelli, para depois focar na simulação do ritmo de corrida, aí sim utilizando os compostos C1, C2 e C3. Então, possível comprovar a solidez do RB19 – que ratificou a performance de Verstappen do primeiro dia. À tarde, o bicampeão assumiu o cockpit e, de novo, assombrou os rivais.

Max também procurou o desempenho em corrida, andando com o carro mais pesado e em stints longos. A impressão é que a Red Bull não faz força para ser veloz e consistente. A única ressalva mesmo foi uma falha técnica na parte vespertina que tirou tempo de pista. “Hoje, nós focamos mais nos detalhes pequenos e demos pequenos passos. Novamente, o carro respondeu bem a tudo que fizemos. Aprendemos muito para o próximo fim de semana e as corridas futuras também”, comentou o holandês, que foi o líder do dia 1.

“Toda vez que entrei no carro, me senti confortável e podia acelerar instantaneamente. Um crédito grande a todos na fábrica, trabalharam durante todo o inverno e até no ano passado para preparar o carro que temos agora. Ver na pista e o jeito que se comporta é ótimo. Vamos ver o quão rápido seremos na próxima semana, mas me sinto positivo”, completou Max, que encerrou sua participação nos testes. O último dia será de Pérez ao volante do RB19.

Além dos taurinos e dessa Alfa Romeo ‘foguetinho’, o segundo dia de testes da Fórmula 1 acompanhou novamente a velocidade da Aston Martin. Fernando Alonso tomou a responsabilidade pela sessão completa e trabalhou em muitas frentes. O espanhol terminou o dia com o terceiro melhor tempo e vale muito dizer: a marca de 1min32s205 veio em cima dos pneus C3 – os médios. Isso é importante porque mostra um ritmo mais perto do real, assim como acontece com a Red Bull, por exemplo, não lançou mão de compostos mais macios para alcançar registros expressivos.

Max Verstappen teve problemas técnicos nesta sexta-feira (Foto: AFP)

O bicampeão vai voltar ao AMR23 neste sábado, mas divide as atividades com Felipe Drugovich. O brasileiro foi novamente chamado pela equipe britânica para guiar o carro, uma vez que Lance Stroll ainda se recupera do acidente de bicicleta.

Enquanto as equipes do pelotão intermediário, como AlphaTauri e a Haas, se concentraram em rodar pneus mais macios, a Ferrari seguiu o trabalho com os compostos C1 e C3 – duro e médio, respectivamente. A escuderia deixou claro que não procura performance neste primeiro momento, ainda que Carlos Sainz tenha liderado a manhã em Sakhir. O ponto é que a equipe vermelha vem tentando acumular quilometragem, ao mesmo tempo em que testa diferentes configurações de asa, em busca de velocidade de reta e consistência.

“Sinceramente, estou feliz com a maneira como estamos conseguindo rodar, o número de testes que fizemos nesses primeiros dias, explorando os limites do acerto, colocando o carro em diferentes lugares e aprendendo bastante com isso, algo que era uma meta pessoal desde o ano passado”, afirmou Sainz após entregar o carro a Charles Leclerc.

Mas há algo importante para os ferraristas: os saltos vistos ontem quase sumiram nesta sexta-feira, também resultado das mudanças constantes da configuração do carro. “Não acho que estamos preocupados com isso [tempos de volta]. Fizemos alguns acertos extremos ontem, mudando muito o carro. Acho que o primeiro dia foi para isso, tentar e ir para direções diferentes em uma escala maior do que acontece em fim de semana de corrida. É para isso que o teste existe. Tivemos um primeiro dia positivo e agora vamos trabalhar nos detalhes e ajustar”, disse o monegasco, que andou durante a tarde.

Carlos Sainz liderou pela manhã (Foto: AFP)

Mas se a Ferrari vive um dia produtivo, a Mercedes atravessa um drama. A equipe alemã enfrentou problemas nesta sexta-feira (24), e a acentuada perda de performance ganhou até uma investigação. Semblantes preocupados em uma reunião de emergência debateram a razão pela qual o W14 está longe de um desempenho razoavelmente satisfatório.

Pela manhã, Lewis Hamilton assumiu o carro e encontrou dificuldades para tirar performance. O W14 seguiu arisco e apresentou falhas de dirigibilidade e equilíbrio. De acordo com o heptacampeão, as altas temperaturas foram as responsáveis pelos problemas. Mas esse não foi o único motivo de preocupação. À tarde, quando George Russell estava no carro, houve uma pane hidráulica, que tirou tempo de pista da esquadra de Toto Wolff.

E falando no chefão, a Mercedes já deixa claro que pretende atualizar rapidamente o carro – o que é um mau sinal, porque falar em nova versão de um modelo que acabou de estrear nunca é legal. E isso já coloca dúvidas sobre a capacidade de o time em entrar em uma briga por vitórias.

“A Red Bull é rápida, mas a Ferrari também, porque eles fazem uma volta veloz com facilidade, um pouco como no ano passado. O nível dessas duas equipes é muito alto. Nosso objetivo deve ser lutar pelo campeonato, mas o que vemos hoje não me deixa otimista”, afirmou Wolff à Sky Italia. “Não acho que conseguiremos ser tão rápidos quanto a Red Bull e a Ferrari. É preciso ser muito realista. O que é certo é que somos uma grande equipe que pode realizar desenvolvimentos rapidamente. Precisamos entender e analisar os dados. Temos tudo o que precisamos para ser competitivos.”

George Russell deu apenas 26 voltas no segundo dia de testes da F1 (Foto: F1/Reprodução)

 “Vamos ver se podemos trazer novas peças na primeira metade da temporada, talvez para tornar o W14 mais parecido com os outros carros”, acrescentou.

É, a Mercedes parece em maus lençóis.

De toda a forma, o sábado é o último dia de testes e se espera que as equipes maiores também se joguem em simulação de classificação, com o uso dos pneus mais macios. O que daria a chance de uma análise mais próxima daquilo que a F1 vai encontrar a partir da próxima semana.

F1 volta para o terceiro e último dia de testes coletivos neste sábado. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades da pré-temporada da F1 AO VIVO e EM TEMPO REAL. O sábado de testes tem início às 4h (de Brasília).

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