Red Bull diz que briga por título da F1 2024 “seria diferente” sem ‘mini-DRS’ da McLaren
Para Pierre Waché, diretor-técnico da Red Bull, o truque utilizado pela McLaren durante algumas corridas da temporada 2024 interferiu diretamente no resultado final do Mundial de Construtores. O engenheiro reconheceu que é difícil para a FIA detectar todas as irregularidades
Enquanto a Fórmula 1 se encaminha para o fim da temporada 2024 com o GP de Abu Dhabi, que acontece neste fim de semana, Pierre Waché, diretor-técnico da Red Bull, resolveu fazer uma breve retrospectiva e falou sobre as polêmicas envolvendo as rivais ao longo do ano. A maior crítica foi mesmo em relação à asa traseira da McLaren, motivo de protestos por parte dos taurinos após o GP do Azerbaijão, realizado em setembro.
Na ocasião, através das câmeras que ficam posicionadas nos carros, foi possível perceber que a asa traseira do MCL38 sofria uma distorção quando recebia uma certa quantidade de carga, principalmente durante as retas, e, assim, criava um ‘mini-DRS’, o que causava uma redução do arrasto e, consequentemente, aumentava a velocidade do carro do time papaia. A vitória de Oscar Piastri acabou servindo de munição para os acusadores pressionarem a Federação Internacional de Automobilismo (FIA), que acabou banindo o artifício na etapa seguinte, em Singapura.
Em entrevista ao portal neerlandês RacingNews365, Waché explicou sobre as dificuldades que as equipes encontram ao tentar explorar os limites do regulamento técnico. Ele admitiu que algumas descobertas se tornam atraentes aos engenheiros, mas deixou claro que o truque utilizado pela McLaren estava muito além do que é legalmente permitido.
“É tão difícil de desenvolver [o carro] que acho que algumas áreas cinzentas são muito atraentes para qualquer engenheiro. Quando você vê a asa traseira da McLaren, sinto muito, mas ela é mais do que cinza, e eles a utilizaram em várias corridas. Porque, sem ela, eles não teriam vencido em Baku. Até mesmo nosso Mundial de Construtores seria completamente diferente”, declarou.
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Com 581 pontos e terceira colocada na classificação, a Red Bull chega a Abu Dhabi sem qualquer chance de conquistar o título entre as equipes. A McLaren, por sua vez, lidera com 640 tentos e espera segurar a Ferrari na última etapa do certame — a diferença entre elas é de 21 pontos — para conquistar um título que não vai para Woking desde 1998.
O francês, no entanto, reconheceu que não é tão fácil para a FIA descobrir quais são as irregularidades que estão presentes nos carros. Para explicar seu pontos de vista, Pierre chegou a comparar a direção de prova com policiais que precisam evitar que os carros ultrapassem certo limite de velocidade enquanto trafegam por uma estrada.
“Para vencer é preciso que todos os planetas estejam alinhados. É preciso ter desempenho, boas operações e um pouco de sorte. Mas também bons ‘policiais’. Quando é a mesma equipe que sempre ganha, isso se torna um problema, porque a polícia está mais interessada nela do que nas outras. É parecido com quando você tem um irmão mais novo, que pode fazer o que quiser”, brincou.
“Quando há um radar de velocidade entre dois pontos, a polícia só consegue cuidar desses dois pontos e você pode ir em uma velocidade muito alta entre uma detecção e outra, se não tiver controle da velocidade média. Faz parte do jogo, mas também há limites”, acrescentou.
“Se a polícia não vir, não significa que seja legal. E é frustrante para nós quando a polícia não faz o seu trabalho”, encerrou o engenheiro da Red Bull.
A Fórmula 1 retorna já neste fim de semana, entre os dias 6 e 8 de dezembro, com o GP de Abu Dhabi. Será a 24ª e última etapa da temporada 2024.
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