Red Bull cola na Mercedes e dá a Verstappen chance de voltar ao jogo na Toscana

Os primeiros treinos livres da Fórmula 1 em Mugello revelaram um delicado equilíbrio entre as Mercedes e Max Verstappen. E deixam a expectativa de um fim de semana ainda mais interessante, se considerar que o ardiloso circuito da Toscana pode colocar outros nomes na dança

A Fórmula 1 enfim desembarcou em Mugello para um GP, e o primeiro dia de treinos mostrou que a maior categoria do esporte a motor levou tempo demais para promover uma corrida no idílico circuito da Toscana. Embora não seja propriamente um traçado de alta velocidade, possui uma combinação de curvas rápidas e de raio longo, com trechos técnicos e um retão desafiador de fazer inveja a muitos traçados velozes. Ainda, como um bom autódromo ‘raiz’, deixa pouquíssima margem para erro, uma vez que as áreas de escapes são enxutas e a pista é estreita. Assim sendo, é um lugar exigente. Não só em termos de configuração do carro, mas também do preparo físico dos pilotos, com tantas mudanças de direção. Portanto, a Fórmula 1 está diante de uma das mais interessantes etapas desta temporada tão singular, ainda que a Mercedes tenha comandado as ações logo de cara, nesta sexta-feira (11).

A verdade é que os homens de preto não costumam ceder às particularidades e insistem em liderar o espetáculo. Acontece que, desta vez, a esquadra alemã terá novamente a companhia de um persistente Max Verstappen. O holandês esteve fora do radar em Monza, há uma semana, depois que a Red Bull sofreu com uma estranha queda de rendimento. O complexo RB16 simplesmente não ofereceu qualquer resistência aos rivais. Inclusive, Max teve de abandonar a prova italiana por problema de confiabilidade do motor. Saiu zerado. Por isso, a diferença hoje de apenas 0s038 para Lewis Hamilton fez o jovem sorrir. Inclusive, para a classificação.

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De fato, o carro taurino parece ter gostado do sobe e desce e das 15 curvas do circuito da Toscana. A melhor adaptação é confirmada pelo desempenho de Alex Albon, quarto colocado, embora com uma acentuada diferença para o colega de equipe. “Acho que podemos ficar contentes com o desempenho do carro aqui. Não estamos muito longe da Mercedes, e isso é uma boa notícia. O equilíbrio também é bom. Certamente, você sempre pode melhorar, mas, no geral, eu me sinto muito satisfeito”, declarou Verstappen após os treinos.

Dito isso, parece razoável esperar uma briga mais próxima entre os dois Mercedes e o holandês. Não é possível traçar com exatidão como está o desempenho em corrida de ambas as equipes, uma vez que a simulação foi atrapalhada pelas bandeiras vermelhas na parte final do segundo treino, tradicional momento de se analisar o ritmo de prova. Mas o desempenho de ambas se mostrou muito forte. De qualquer forma, há muito o que se tirar desse TL2.

Para a pista de Mugello, que possui um asfalto abrasivo, a Pirelli entregou às equipes uma gama mais conservadora e de uma linha mais dura. De acordo com a fabricante, registrou-se um desgaste acentuado da borracha durante a sexta-feira, especialmente do pneu vermelho macio – o composto para a sessão que vai definir o grid de largada. “Como esperado, o pneu macio foi o mais rápido, mas muitos pilotos relataram que seu desempenho de classificação ideal foi entregue em apenas uma volta, o que significa que alguns pilotos podem escolher começar a corrida com o pneu médio”, explicou a fabricante de pneus em nota.

Valtteri Bottas comandou a dobradinha da Mercedes no TL2 em Mugello (Foto: Mercedes)

Apesar das interrupções, dá para dizer que Valtteri Bottas, o mais rápido do dia, Hamilton e Verstappen são os únicos em condição de brincar mais com a estratégia. Ou seja, tentar iniciar a corrida com o pneu médio, muito embora a diferença entre o amarelo e o vermelho tenha ficado em 0s9, ligeiramente maior do que normalmente acontece. Uma vez mais, Mercedes e Red Bull tendem a optar por uma mesma tática.

“Esperávamos que o desgaste dos pneus fosse relativamente alto na simulação de corrida, com alta degradação também no macio, e os dados que vimos nos treinos livres provaram que era esse o caso. Em termos de desempenho, notamos um intervalo de tempo ligeiramente maior entre o médio e o macio do que o esperado. Isso obviamente será um fator crucial no cálculo da classificação e da estratégia de corrida, juntamente com os dados acumulados amanhã no TL3. A pista ‘verde’ que significa também que veremos enorme evolução amanhã”, analisou Mario Isola, o chefão da Pirelli.

A palavra evolução esteve em todas as declarações dos principais pilotos, na verdade. É claro que, com um conhecimento maior do traçado, a performance e os tempos devem melhorar significativamente. E aí surge a Renault. Os franceses parecem ter em Mugello o terceiro melhor carro do grid. Com um motor melhor, mas um pacote aerodinâmico azeitado, é muito possível imaginar Daniel Ricciardo e Esteban Ocon na liderança do pelotão intermediário neste fim de semana.

Daniel Ricciardo foi o quinto colocado e ficou perto da Red Bull de Alex Albon (Foto: Renault)

Acompanhar Verstappen será uma tarefa mais complicada, mas a meta de seguir Albon pode ser cumprida. O grupo do meio do grid vem, de novo, parelho. Ricciardo liderou o bloco com 1min18s039, na quinta colocação. A marca é apenas 0s346 melhor que a de Pierre Gasly, vencedor na Itália e que terminou o dia em oitavo, pouco à frente de Kimi Räikkönen e Charles Leclerc.

A decepção de certa forma é a McLaren. Carlos Sainz e Lando Norris completaram a sessão vespertina em 13º e 14º lugares, respectivamente. Mas há se destacar que o inglês rodou e bateu durante o TL2, perdendo tempo de pista. Outro fator importante: a equipe inglesa trouxe um novo bico para Mugello e passou bons minutos testando o pacote de atualizações.

E não dá para finalizar esse texto sem falar da dona da casa. Depois do duplo abandono em Monza, a Ferrari até conseguiu respirar mais aliviada em Mugello. Isso porque as características do traçado da Toscana são bem menos agressivas à difícil SF1000. Quer dizer, a décima colocação de Leclerc já deixa a expectativa de que o Q3 neste sábado é possível. Mas a escuderia terá de eliminar qualquer rastro de erros desta vez.

A Fórmula 1 retoma os trabalhos neste sábado em Mugello a partir de 7h (de Brasília) para o terceiro treino livre do GP da Toscana. O GRANDE PRÊMIO acompanha tudo AO VIVO e em TEMPO REAL.

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