Red Bull projeta mudança definitiva em dispositivo do RB20 até GP de São Paulo

A Red Bull assumiu que utilizava um dispositivo que mexe no assoalho do carro e garantiu à Federação Internacional de Automobilismo (FIA) que mudaria o carro para o GP dos Estados Unidos. Porém, a alteração que a equipe austríaca vai fazer para a etapa no Circuito das Américas é apenas provisória, com a medida definitiva sendo concluída até o GP de São Paulo, que acontece no início de novembro.

Após ser acusada pelas rivais de infringir o regulamento técnico da FIA, a Red Bull admitiu  a existência do dispositivo que altera o assoalho durante o regime de parque fechado — algo que é proibido. E após conversas com a entidade que rege o esporte, os taurinos concordaram em  fazer mudanças no RB20 já para o GP dos Estados Unidos, que acontece neste fim de semana.

Porém, a alteração deste fim de semana é algo provisório, uma vez que a solução definitiva vai levar algum tempo para ficar pronta e deve estar disponível apenas no GP de São Paulo. A FIA, por sua vez, afirmou que vai utilizar alguns selos para garantir que o dispositivo não seja utilizado quando o carro estiver no parque fechado.

Ainda segundo a entidade, não existem provas de que a Red Bull utilizou o dispositivo de forma ilegal. Por isso, nenhuma medida adicional terá de ser tomada. Ainda assim, a mudança foi um acordo entre as duas partes por razões preventivas, para evitar “tentações” por parte dos taurinos e, ao mesmo tempo, atender ao pedido das demais equipes do grid.

Entenda o caso:

A controvérsia envolve a chamada ‘front bib‘ ou ‘T-Tray‘ — ‘bandeja T’, em tradução livre, um suporte vertical localizado na parte frontal do carro, perto da suspensão dianteira, que cria um vão entre o final do bico e o início do assoalho.

Segundo a publicação da revista inglesa Autosport, uma esquadra específica — que depois descobriu se tratar da Red Bull — encontrou um meio de ajustar o ângulo dessa folga logo após as sessões que definem o grid de largada. O resultado disso é uma melhora significativa dos requisitos relacionados à altura do carro em volta rápida (com o tanque vazio) e na corrida (mais pesado por conta do combustível).

Só que tal mecanismo se trata de uma mudança na configuração aerodinâmica, e isso é proibido por conta da regra do parque fechado após a classificação. O artigo 40.2 do Regulamento Técnico da F1 descreve os componentes que podem ser alterados, e as únicas alterações permitidas na carroceria são “a configuração aerodinâmica da asa dianteira, que pode ser ajustada usando as peças existentes. Nenhuma peça pode ser adicionada, removida ou substituída.”

O artigo 40.9 ainda acrescenta o seguinte: “Um competidor não pode modificar nenhuma peça do carro”. O texto ainda diz que “deve ficar claro na inspeção física que as alterações não podem ser feitas sem o uso de ferramentas”.

Em tese, essa modificação poderia ser facilmente feita por um mecânico durante o trabalho regular feito nos carros entre classificação e corrida, passando, assim, despercebida por observadores externos, mas a desconfiança é que essa mudança de configuração também possa ser feita pelo piloto dentro do cockpit.

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