Renovação de Tsunoda com AlphaTauri trava ótima safra de jovens pilotos Red Bull
Yuki Tsunoda não é o pior piloto do mundo e tende a evoluir em 2022, mas o teto não justifica a aposta da Red Bull, que vê uma ótima safra de jovens em risco pela fila parar de andar
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A AlphaTauri anunciou, nesta terça-feira (7), a manutenção da dupla de pilotos para a temporada 2022 da Fórmula 1. Ao mesmo tempo em que não surpreende e que traz uma grande notícia com a permanência de Pierre Gasly, um dos melhores do grid nos últimos anos, leva a uma reflexão sobre a sequência de Yuki Tsunoda e, principalmente, sobre os efeitos que isso pode causar para o futuro da Red Bull.
Sim, a vaga é na AlphaTauri, mas não é segredo algum que quem dita os rumos da equipe é Helmut Marko, o guru da Red Bull. O time de Faenza, nada mais é, que a equipe B dos austríacos, uma espécie de estágio antes de chegar a um dos cockpits mais desejados do mundo.
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Ou seja, a permanência de Tsunoda faz parte do projeto Red Bull, do futuro do time. Em um primeiro momento, é difícil crer que não tenha a ver com a Honda, que deve seguir ao lado da equipe austríaca, ainda que não mais como fornecedora de motor. Outro ponto é que a AlphaTauri, desde os tempos de Toro Rosso, não tem o costume de trocar tão cedo seus pilotos, diferentemente do que acontece no time principal.
Ainda assim, mesmo com tudo isso, é difícil entender a renovação olhando para um contexto mais amplo, o da grande menina dos olhos de Marko: o programa de jovens pilotos da Red Bull. Mais eficiente academia formadora de talentos da F1, o programa passou por dias complicados, mas hoje já se encontra novamente cheio de frutos que precisam ser colhidos. É aí que a sequência de Yuki empaca tudo.
Tsunoda não é o pior piloto do mundo e tem tudo para fazer um 2022 muito mais competente, com menos erros, mais resultados interessantes, mas não parece ter, por exemplo, o mesmo teto alto de talento que caras que hoje estão na F2, F3 e até na F-Regional Alpine.
Separamos, então, os seis melhores nomes do programa da Red Bull e tentamos projetar como fica a situação de cada um deles, com uma ordem que segue quem parece – ou parecia – estar mais perto da F1, até o mais distante, mas todos com potencial imenso para estarem no grid.
Jüri Vips
Grande talento da geração, o estoniano foi quem apareceu para tapar o buraco deixado desde a promoção de Gasly. Depois que a Red Bull teve de chamar Brendon Hartley, Alex Albon e Sergio Pérez, Jüri parecia carta marcada para encerrar o hiato de garotos subindo para a F1 pela AlphaTauri. Não rolou.
Não rolou porque 2020 foi caótico. O estoniano disputaria a Super Formula, campeonato que fez Gasly ganhar a maturidade que faltava para a F1, mas a pandemia de Covid-19 transformou o sonho em pesadelo. Quase parado, Vips viu Tsunoda furar a fila com um bom ano de F2 e ficou ali na espera.
Mesmo fazendo ótima temporada na F2 com a Hitech, Vips ainda não vai ter a chance que merece em 2022 e, como tem ainda 21 anos, parece certo que ficará mais uma temporada na categoria de acesso à F1. Se for campeão em 2021, porém, vai jogar uma batata quente no colo de Marko, que terá de arrumar novo rumo para o garoto.
Ainda que seja mais jovem que Vips, com 19 anos, Lawson talvez esteja mais longe da F1 que o parceiro de Hitech. A temporada na F2 não é das piores, mas o destaque absoluto no DTM, bem melhor que o companheiro Albon, faz Liam despertar interesses em diferentes categorias. A Indy já é um campeonato que olha com carinho para o neozelandês. Pensando em F1, é bem possível que vire carta fora do baralho com as permanências de Pérez e Tsunoda.
Dennis Hauger
Virtual campeão da F3 2021, Hauger é a prova viva da diferença enorme que faz uma segunda temporada em um campeonato de base. E, lógico, como não há comparação entre guiar por um time médio e uma equipe de ponta. A relação com a Prema e a experiência na F3 tornaram Dennis quase imbatível no atual campeonato.
Aos 18 anos, o norueguês tem tudo para aparecer na F2 2022, provavelmente em uma equipe mediana, como a Red Bull costuma fazer com seus pilotos em um primeiro ano. Assim, o impacto pode se dar no futuro, já que o programa pode acabar acumulando muita gente na porta da F1. E pouca vaga.
Jak Crawford e Jonny Edgar
Aqui dá para fazer um 2 em 1 porque a situação de ambos é muito parecida. Caçulinhas do programa no início de 2021, Crawford e Edgar eram rivais na F4 e subiram para a F3 sob muitos holofotes, mas com carros tremendamente lentos.
As temporadas não são lá incríveis, mas o americano e o inglês fazem o possível. A aposta aqui é que ambos terão um time de ponta em 2022, assim como aconteceu com Hauger. E aí, sem dúvida, são dois dos favoritos ao título. Apenas 16 e 17 anos, respectivamente.
Isack Hadjar
Novo caçula do programa, o francês surgiu maravilhosamente bem na F-Regional Alpine de 2021. Com a mediana equipe R-ace GP, vai dando bastante trabalho e empilhando grandes apresentações em um campeonato com considerável dificuldade para se ultrapassar nas corridas.
É nome certo na F3 2022, mas provavelmente vai passar pelo mesmo estágio de ter de roer o osso como Crawford e Edgar estão fazendo em 2021. Junto dos dois futuros rivais de categoria, deve ficar pronto para a F1 ali por 2024.
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