Ricciardo entrega Renault forte e cria chance de Alonso imitar pior de Schumacher
Aos 41 anos, Michael Schumacher voltou à F1 para ajudar a Mercedes e... Falhou. Fernando Alonso retorna em 2021 com praticamente a mesma idade (fará 40 durante a temporada). E a Renault parece abrir o caminho para que ele, se bobear, cometa o mesmo erro
+ PARTICIPE DA PROMOÇÃO DO GRANDE PRÊMIO COM MOTUL
Quando Michael Schumacher voltou para a Fórmula 1, no já distante ano de 2010, sua idade foi o fator que mais saltou aos olhos de quem acompanha o esporte a motor. Por mais multicampeão que fosse, já se passavam três anos de ausência e, queiram ou não, o corpo humano passa por transformações com o envelhecimento e, também, da memória muscular – quando se para de fazer algo por um bom tempo, sim, o corpo esquece. Dos 41 anos até os 43, quando parou novamente, o alemão não foi além do oitavo lugar no Mundial e de um só pódio. Resumindo: frustrante. E, curiosamente, Daniel Ricciardo pode entregar para Fernando Alonso o caminho para situação praticamente idêntica.
Qual a relação feita neste texto? A de que Alonso pode, ao receber a Renault em um bom momento conduzido por Ricciardo, imitar o pior de Schumacher: fracassar em um retorno em um papel que não é o que melhor lhe veste.
Relacionadas
Conheça o canal do Grande Prêmio no YouTube! Clique aqui.
Siga o Grande Prêmio no Twitter e no Instagram!
Qual é este papel? Bem, o de Schumacher em 2010 era desenvolver a Mercedes recém-chegada, com novo projeto. Ele não brilhou, enquanto Nico Rosberg, seu companheiro, continuou na equipe e foi capaz de segurar as pontas para as conquistas futuras.
É praticamente o mesmo de Alonso a partir de 2021: desenvolver a Renault para que a marca com a qual ele ganhou seus dois títulos mundiais (algo assumido pelo piloto assim que assinou o contrato) cresça e volte a brigar por títulos. A quantidade de dinheiro injetada na categoria pelos franceses exige tal posicionamento, e a demora incomoda. Assim, a aposta foi feita no experiente.
Mas o problema é que Alonso, tal como Schumacher, pode ter no discurso a vontade de trabalhar pelo desenvolvimento. Mas e na prática, ele segura a onda com tal idade? Porque paciência nunca foi a do espanhol. O papel que sempre lhe coube foi o de vencer. E nada além disso.
O fator Daniel Ricciardo
Esse risco era menor quando a Renault estava simplesmente mal das pernas – algo que durou até parte da atual temporada. Se continuasse sem resultados, qualquer pequena melhora de Alonso já seria o suficiente na comparação. Porém, tudo mudou quando Ricciardo resolveu mudar essa situação.
Nas últimas três provas, dois pódios. Na classificação, já é o quarto – ou seja, lidera aquela que virou a ‘F1 B’ do momento, a parte que engloba todos os 17 pilotos que não se chamam Lewis Hamilton, Valtteri Bottas e Max Verstappen, que brigam entre si.
Mas o mais importante de tudo é preciso reiterar: Ricciardo fez a Renault andar rápido, e agora Alonso não pode simplesmente dizer que “desenvolve o carro”. Tal carro já está em evolução clara. Alonso passa a ter a obrigação de andar bem. E ao menos brigar por pódios, ficar ali na beira. Qualquer queda e a comparação direta com Ricciardo será fatal. E, se ele começar a perdê-la, a paciência acaba. Aos 40 anos, o espanhol vai suportar ser alvo de críticas?
Na McLaren não foi – nem na primeira passagem, muito menos na segunda. Na Ferrari, também não aguentou. Nas duas, passou pela situação de ter de construir uma equipe forte – e não conseguiu.
Tal como Schumacher, Alonso já tem a glória, tem sua história escrita. Se voltasse em um time claramente fraco, uma mancha seria quase impossível. Mas Ricciardo vai deixando tudo limpinho, clarinho… E Alonso vai chegar, na verdade, precisando evitar ao máximo que qualquer pingo estrague o trabalho feito. Antes era fácil voltar. Agora, complicou. A tendência de que a história ganhe uns rabiscos passa a ser forte. Vale o risco?
🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.