Brawn revela que Schumacher considerava ser acionista da Mercedes: “Teria equipe”

Ross Brawn formou ao lado de Schumacher uma das parcerias mais vitoriosas da história da Fórmula 1. O ex-dirigente contou que certamente o amigo teria uma equipe, não fosse o acidente sofrido há dez anos

O trágico acidente de Michael Schumacher em 2013 tirou de todos a chance de acompanhar quais seriam os passos do heptacampeão após deixar as pistas, porém Ross Brawn acredita que não seria muito difícil imaginar o destino do alemão. Parceiro de longa data desde os tempos de Benetton, o ex-diretor-técnico da Ferrari disse que Michael possivelmente teria uma equipe, revelando, inclusive, que já havia conversas para que ele se tornasse um dos acionistas da Mercedes.

O time de Brackley marcou o seu ato final como piloto de Fórmula 1. Aposentado ao final da temporada 2006, Schumacher surpreendeu ao anunciar que formaria o duo germânico da Mercedes — montadora alemã que comprou a Brawn GP ao final de 2009 — em 2010, aos 41 anos de idade. O fato marcou o retorno às pistas e a reedição da vitoriosa colaboração com Ross nascida ainda na Benetton.

Nos dez anos do acidente de esqui sofrido por Schumacher nos Alpes Franceses que o arrancou da vida pública, Brawn — uma das raras pessoas a ter acesso a Michael nos dias atuais — revelou ao jornal alemão Bild que o futuro do amigo nos bastidores já era considerado.

“Posso imaginar que Michael teria uma equipe hoje”, começou Ross. “Na Mercedes, já se discutiu a possibilidade de ele se tornar acionista. O primeiro passo já tinha sido dado, porque, em 2013, ele foi embaixador da marca”, completou Brawn.

Michael Schumacher foi ao pódio no GP da Europa de 2012 com a Mercedes (Foto: Reprodução)

A passagem de Schumacher pela Mercedes foi bem mais discreta que o esperado. Nas três temporadas disputadas, o heptacampeão alcançou o melhor resultado no GP da Europa de 2012, quando cruzou a linha de chegada em terceiro, marcando o 155º pódio da carreira na F1. O trabalho de Michael, porém, é sempre apontado como o embrião de todo o sucesso alcançado pela equipe alemã nos anos seguintes.

O acidente de Schumacher

Em 29 de dezembro de 2013, o heptacampeão da Fórmula 1 sofreu uma queda enquanto esquiava fora da pista na estação de Méribel, em Saboia, nos Alpes Franceses, bateu a cabeça com violência em uma pedra e foi diagnosticado com lesões cerebrais que o mantêm distante dos olhos do público até hoje.

Na época, Sabine Kehm, porta-voz da família Schumacher, afirmou que Michael esquiava em uma área de neve profunda, quando parou para ajudar um amigo que tinha caído. Quando voltou a se movimentar, o alemão escorregou em uma pedra que estava escondida sob o gelo. Catapultado, o ex-Ferrari bateu a cabeça em outra pedra e foi resgatado por patrulheiros locais, que acionaram o resgate aéreo. Testemunhas relataram o uso de capacete, mas que foi partido no impacto.

Schumacher foi levado de helicóptero primeiro para um hospital próximo, em Moûtiers, mas depois acabou transferido ao Centro Hospitalar Universitário de Grénoble, onde já chegou em coma. A partir daí, Michael iniciou uma luta pela vida.

Pouco se sabia sobre a condição de Schumacher. Os comunicados oficiais eram sempre sucintos, falando sobre “pequenos e encorajadores sinais de melhoras” e “longo processo de recuperação”. Quanto mais o tempo passava, menos se sabia — e as notícias passaram a ser cada vez mais parcas, até que Michael foi transferido de vez do Hospital Universitário de Cantão de Vaud, na Suíça, para seguir o tratamento em casa.

Em uma rara declaração à imprensa, a esposa, Corinnadestacou que o sigilo em torno da condição de saúde era “a vontade” de Michael. Em julho de 2021, a Netflix lançou um documentário sobre Schumacher, que teve o apoio da família, mas tampouco abordou o quadro de saúde pós-acidente em Méribel. Desde então, é o que se tem de conhecimento sobre um dos maiores pilotos da história da Fórmula 1.

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