Brawn põe fim a extensa e vitoriosa carreira e anuncia aposentadoria da Fórmula 1
Ross Brawn anunciou nesta segunda-feira (28) sua saída do cargo de diretor-técnico da Fórmula 1 e sua aposentadoria, encerrando uma trajetória de 46 anos de sucesso na categoria
Uma das maiores trajetórias da história Fórmula 1 chegou ao fim nesta segunda-feira (28). Depois de seis anos como diretor-técnico da F1, o britânico Ross Brawn anunciou sua aposentadoria. O engenheiro esteve diretamente envolvido na criação do regulamento técnico atual, com a volta do efeito-solo e a premissa de ter corridas mais empolgantes, permitindo que os carros andem mais próximos e facilitando ultrapassagens.
Depois de mais de 40 anos de carreira, passando por diversas equipes da principal categoria do automobilismo mundial, e com seu contrato com o Liberty Media se encerrando em 2022, Brawn decidiu que chegou o momento de se aposentar. O dirigente já havia dado indicações que gostaria de ter uma rotina mais tranquila. Em seu texto de despedida, britânico ressaltou que acredita estar deixando a Fórmula 1 em um ótimo lugar após a introdução do novo regulamento.
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“Eu amei tudo o que fiz nos últimos anos”, disse Ross em sua coluna no site oficial da Fórmula 1. “Deixei de querer fazer parte de uma equipe, tinha decidido que já tinha feito o suficiente disso! E esta era a única oportunidade que poderia me atrair. Tive muita sorte de ter recebido a oportunidade do Liberty e foi um trabalho de amor”, prosseguiu.
“Agora é a hora certa para eu me aposentar. Fizemos a maior parte do trabalho e agora estamos em um período de consolidação. Há um carro novo chegando em 2026, mas ainda faltam quatro anos, é muito distante para mim, então é melhor que um próximo grupo de pessoas assuma isso. Acredito que estou deixando a F1 em um ótimo lugar”, ressaltou Brawn.
Agora, o dirigente espera poder ter um pouco mais de tranquilidade e curtir a aposentadoria. Ross admitiu que seguirá acompanhando a Fórmula 1, mas agora como fã, assistindo às corridas de seu sofá e aproveitando o tempo com a família.
“Adorei quase todos os minutos da minha carreira de 46 anos e tive a sorte de ter trabalhado com grandes equipes, grandes pilotos e ótimas pessoas. Eu não mudaria nada. Uma certeza é que, sem o apoio da minha esposa e família, eu não teria conseguido e nem gostaria de ter feito tudo que fiz”, agradeceu Brawn.
“Agora vou assistir à Fórmula 1 do meu sofá, torcendo e xingando como um fã de F1, satisfeito porque o esporte está em um lugar fantástico e tem um futuro tão fantástico. Um brinde às boas corridas”, encerrou o diretor-técnico da Fórmula 1.
A carreira de Ross Brawn na Fórmula 1
Ross Brawn começou a trabalhar na Fórmula 1 em 1977 com a Williams. Rapidamente deixou de ser apenas um mecânico para assumir funções mais importantes dentro da equipe, se tornando diretor do departamento de pesquisa e desenvolvimento, conquistando dois títulos consecutivos em 1980 e 1981.
Depois de períodos na Lola e na Jaguar, Brawn foi contratado por Flavio Briatore para trabalhar na Benetton em 1991. Mais uma vez teve muito sucesso, conquistando os títulos de 1994 e 1995, os dois primeiros de Michael Schumacher na Fórmula 1. Ele seguiu o piloto alemão rumo à Ferrari em 1996. Junto com Schumacher e Jean Todt, formaram uma dinastia, que venceu cinco títulos em sequência entre 2000 e 2004.
Após um breve ano sabático em 2006, retornou para trabalhar na Honda. Depois de dois anos na equipe, o britânico viu a montadora japonesa se retirar da categoria por conta da crise financeira que atingiu todo o mundo. Começou ali uma das grandes histórias da F1: Ross utilizou a base da equipe para formar a Brawn GP e chocou o planeta ao conquistar o título de construtores e de pilotos com Jenson Button.
A Brawn GP acabou sendo vendida no final daquele ano para a Mercedes. O britânico foi mantido como chefe da equipe alemã por quatro anos, até passar o bastão para Toto Wolff. Ross teve uma breve aposentadoria entre 2014 e 2016, até ser chamado pelo Liberty Media para ocupar os cargos de diretor da F1 e diretor-técnico.
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