Sarrazin lembra oportunidade perdida de ser titular na F1 e revela dor da rejeição de Prost: “Partiu meu coração”

Tal qual os de Fox Mulder e Dana Scully, os caminhos de Stéphane Sarrazin e Alain Prost voltaram a se cruzar recentemente depois de mais de uma década. A relação próxima caiu por terra em 1999, quando, segundo Sarrazin, o tetracampeão mundial de F1 partiu seu coração. Até a F-E os juntar de novo em 2014 – ao menos os obrigando a dividir o pit-lane.

 

A história começa antes enquanto Sarrazin guiava na F-3000. Quando 1999 começou, ele era piloto de testes da Prost – que tinha Olivier Panis e Jarno Trulli como titulares. Mas foi a Minardi que apareceu com um espaço para o francês de então 23 anos de idade estrear.

 

Luca Badoer, um dos titulares, havia se machucado antes do GP do Brasil e havia uma vaga aberta para aquela corrida. Sarrazin aceitou e foi mais rápido que o outro titular, Marc Gené, por todo o final de semana. Acabou abandonando por um acelerador emperrado, mas impressionou.

"Eu era piloto de testes da Prost e de repente a Minardi me chamou para uma vaga. Claro que eu aceitei. Depois do Brasil, me pediram para assinar imediatamente para uma temporada completa", contou.

 

Só que o chefe o segurou. Prost garantiu que ele receberia uma das vagas de seu time no ano seguinte e, portanto, não era para assinar o contrato com a Minardi. Assim ele fez. 

 

"Me ligaram várias vezes, Minardi e Rumi [os donos da equipe], mas Prost disse 'Não, não, você não vai guiar para eles. Você vai guiar para mim ano que vem'. Esse foi o meu erro, acho que o erro da minha carreira", disse.

 

Só que não foi isso o que aconteceu. Prost usava motores Peugeot, mas queria um novo fornecedor para 2001. A Mercedes era a favorita, e por isso Alain foi para Nick Heidfeld. Sarrazin contou ter ficado arrasado.

 

"Mas nessa época eu era amigo de Alain e para mim ele era um Deus. Quatro vezes campeão mundial. Então guiar para ele era uma honra. Segui Alain, mas quando cheguei em segundo no campeonato da F-3000 atrás do Nick, ele disse 'Desculpa, não posso te levar. Tenho que levar Nick pelo motor da Mercedes para o próximo ano'. Eu fiquei completamente perdido. Ele partiu meu coração. Mas é parte do jogo", lembrou. 

"Eu estava sozinho, tinha 23 anos e é difícil ficar nesse mundo sem um agente. Se eu tivesse um agente forte, talvez ele tivesse dito 'Alain, vamos para a Minardi e depois disso falamos sobre o ano que vem'", seguiu.

 

A Prost existiu até o final da temporada 2001 – aliás, sem o acordo com a Mercedes, utilizou motores Ferrari com o selo da Acer. Sarrazin jamais teve uma vaga de titular na F1, embora tenha passado perto da Toyota em 2002.

 

Na F-E, Prost é o chefe da e.dams e foi campeão do Campeonato de Equipes na temporada inicial – Sarrazin é piloto da Venturi, onde foi, coincidentemente, companheiro de Heidfeld na primeira temporada da categoria.

 

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