Vettel diz sentir falta de “amigo” Schumacher e recorda última conversa: “Contei que seria pai”

Dez anos após o fatídico acidente de Michael Schumacher, Sebastian Vettel disse sentir falta do "amigo" e lamentou não ter tido a chance de ter feito "tantas perguntas" sobre a carreira

Muitos são os pilotos da atualidade que têm em Michael Schumacher uma grande inspiração, mas talvez poucos tenham tido a sorte de estreitar tal laço a ponto de chamá-lo de “amigo”, como é o caso de Sebastian Vettel. O tetracampeão teve a chance de competir ao lado do ídolo por algumas temporadas, mas desde aquele 29 de janeiro de 2013, a relação mudou para sempre.

Já são exatos dez anos desde o fatídico acidente de esqui que tirou Schumacher dos holofotes e o isolou do resto do mundo. De certo, só que Michael está vivo, porém precisa lidar com as consequências da lesão cerebral decorrente da queda nos Alpes Franceses quando esquiava, por mais que não se saiba ao certo quais são as sequelas da violenta pancada na cabeça.

Para Vettel, o recorrente assunto ainda é “muito, muito difícil” de ser abordado. “Não digo sobre aceitar, mas sobre ele continua lutando. Claro que só desejo o melhor para ele, mas é um tópico ainda muito frequente. Penso muito nisso, particularmente, é um tema recorrente”, salientou, em entrevista à emissora alemã RTL.

Quando Seb estreou na F1, em 2007, Schumacher já havia se aposentado. Mas para a surpresa do jovem alemão, eis que seu grande ídolo decidiu retornar em 2010, liderando ao lado de Ross Brawn o ambicioso projeto da Mercedes. Foram três temporadas tendo Michael ali até a retirada definitiva do heptacampeão, ao final de 2012.

SEBASTIAN VETTEL; MICHAEL SCHUMACHER;
Sebastian Vettel ao lado do ídolo Michael Schumacher (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)

Nesse período, Vettel teve a chance de conhecer Schumacher mais intimamente. E recordou a última e especial conversa que teve com ele antes do acidente.

“Contei que ia ser pai e o que estávamos esperando. Realmente foi bom, no sentido de que nosso relacionamento foi se tornando cada vez mais forte antes do acidente, sabíamos mais e mais sobre cada um, e as corridas não eram mais a maior coisa que tínhamos em comum, mas a vida de forma geral, com as corridas ao redor”, relatou.

“Só sinto falta do meu amigo. Ele teria sido muito importante nos últimos anos”, continuou Seb. “Teria tantas perguntas para fazer, sem dúvida, ele poderia ter me dado tantas respostas ou inspirações. Isso ficou em falta, mas é, claro, o ponto de vista de um amigo. Para a família, é muito mais difícil. Na época, Mick era um menino, talvez não tão pequeno, mas um adolescente. Acho que é uma dimensão completamente diferente”, concluiu.

O acidente de Schumacher

Em 29 de dezembro de 2013, o heptacampeão da Fórmula 1 sofreu uma queda enquanto esquiava fora da pista na estação de Méribel, em Saboia, nos Alpes Franceses, bateu a cabeça com violência em uma pedra e foi diagnosticado com lesões cerebrais que o mantêm distante dos olhos do público até hoje.

Na época, Sabine Kehm, porta-voz da família Schumacher, afirmou que Michael esquiava em uma área de neve profunda, quando parou para ajudar um amigo que tinha caído. Quando voltou a se movimentar, o alemão escorregou em uma pedra que estava escondida sob o gelo. Catapultado, o ex-Ferrari bateu a cabeça em outra pedra e foi resgatado por patrulheiros locais, que acionaram o resgate aéreo. Testemunhas relataram o uso de capacete, mas que foi partido no impacto.

Michael Schumacher: dez anos se passaram desde o trágico acidente (Foto: Ferrari)

Schumacher foi levado de helicóptero primeiro para um hospital próximo, em Moûtiers, mas depois acabou transferido ao Centro Hospitalar Universitário de Grénoble, onde já chegou em coma. A partir daí, Michael iniciou uma luta pela vida.

Pouco se sabia sobre a condição de Schumacher. Os comunicados oficiais eram sempre sucintos, falando sobre “pequenos e encorajadores sinais de melhoras” e “longo processo de recuperação”. Quanto mais o tempo passava, menos se sabia — e as notícias passaram a ser cada vez mais parcas, até que Michael foi transferido de vez do Hospital Universitário de Cantão de Vaud, na Suíça, para seguir o tratamento em casa.

Em uma rara declaração à imprensa, a esposa, Corinnadestacou que o sigilo em torno da condição de saúde era “a vontade” de Michael. Em julho de 2021, a Netflix lançou um documentário sobre Schumacher, que teve o apoio da família, mas tampouco abordou o quadro de saúde pós-acidente em Méribel. Desde então, é o que se tem de conhecimento sobre um dos maiores pilotos da história da Fórmula 1.

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