Sexta-feira confusa (e tórrida) põe clima como fator chave na Alemanha

A Ferrari começou voando o fim de semana da F1 na escaldante Hockenheim. A SF90 se comportou muito bem, especialmente nos primeiros dois setores do circuito, e pareceu não sentir tanto o calor. Mas a má notícia é que a Mercedes ficou próxima e parece agora imune às altas temperaturas. De qualquer forma, o clima tende a ficar mais ameno na Alemanha, e isso deve proporcionar um equilíbrio entre as duas principais equipes do grid

Hockenheim se apresentou como uma caldeira quente nesta sexta-feira (26), e isso ajudou a confundir bem a divisão de forças da Fórmula 1 para o GP da Alemanha. Ainda que não seja possível apontar favoritos com clareza, o que ficou do primeiro dia de treinos livres é que o clima vai desempenhar um papel de protagonista, e a vantagem vai estar ao lado de quem souber lidar melhor com as intempéries. De qualquer forma, foi importante também a Ferrari se colocar na frente, com Charles Leclerc liderando o pelotão vermelho. Depois do que aconteceu há duas semanas, em Silverstone, havia ficado a impressão de que a escuderia italiana perdera o posto de segunda força do campeonato para a Red Bull. Por enquanto, não parece o caso. 
 
Em ritmo de classificação, ou seja, usando os pneus macios, o monegasco foi o melhor dos ferraristas, sendo 0s124 mais rápido que Sebastian Vettel. O problema é que a Mercedes não ficou longe: Lewis Hamilton se colocou em terceiro, só 0146 atrás. Como já era esperado, a Ferrari se deu bem nas seções mais rápidas do circuito alemão – os dois primeiros setores -, enquanto os carros prata foram mais velozes no último trecho, no estádio, que vem a ser a parte mais lenta e técnica. Ainda assim, a SF90 levou vantagem sobre o W10. 
Sebastian Vettel quer fazer as pazes com a torcida (Foto: AFP)

Na verdade, diante do forte calor, a dúvida era saber como a Mercedes se comportaria, uma vez que lutou muito contra o superaquecimento na Áustria. Era ingenuidade demais também achar que a pentacampeã não teria uma solução a essa altura. Pois bem, todas as atualizações feitas pela equipe surtiram o efeito esperado.

 
"Com o pacote que tínhamos na Áustria, a gente teria sofrido muito hoje, mas agora a gente conseguiu completar boas simulações de corrida. Tentamos isso no TL1, quando estava mais frio, então definitivamente aprendemos algumas coisas sobre pneus e acerto do carro", confirmou Valtteri Bottas – o finlandês ficou mais afastado do top-3, mas foi o responsável pelas simulações de corrida com os pneus duros.
 
Falando nos compostos, a Pirelli entregou para o GP alemão uma combinação bem parecida com a do ano passado. Tem-se, então, os pneus duros/brancos (C2), equivalentes aos médios de 2018, os médios/amarelos (C3), que nada mais são do que os macios da última temporada, e os compostos macios/vermelhos (C4), os ultramacios do ano passado. Houve, sim, certo nível de degradação, por isso muita gente simulou corrida com duros e médios, além de reduzir ritmo para poupar borracha – Mercedes, inclusive.

A performance de modo geral entre os diferentes compostos não é gritante como em outras pistas, por isso os times trabalham com um leque de possibilidade em termos de estratégia – vai depender também do que São Pedro reservar para o domingo. A diferença de desempenho é de cerca de 0s6 entre os compostos macio e médio, com um intervalo um pouco menor entre médio e duro. 

Lewis Hamilton ficou aliviado com a previsão do tempo (Foto: Mercedes)
 
O dia de hoje foi quente demais, com temperaturas na casa de 37ºC. No asfalto, a medição chegou a 58ºC. Esse mesmo cenário não deve se repetir no sábado e no domingo, porém. Há uma previsão de que as temperaturas sofram uma queda de quase 10ºC, além de uma chance real de chuva nos dois próximos dias. Nesta situação, então, a ordem de forças vai mudar. E essa não é uma boa notícia para a Ferrari.
 
Ainda que tenha liderado o dia e tenha apresentado grande desempenho em ritmo de classificação e uma performance até consistente em corrida, isso talvez não seja o suficiente quando as temperaturas caírem. Ao longo do dia, Mercedes e Ferrari trabalharam em diferentes frentes com seus pilotos. Leclerc usou os pneus macios/vermelhos e duros/brancos na simulação de corrida, andando com os C2 na casa de 1min19s3. Já Vettel preferiu avaliar os pneus médios/amarelos, guiando entre 1min18s8 e 1min19s3. 
 
Os prateados, por sua vez, também dividiram a análise do comportamento da borracha com tanque mais cheio, e Hamilton se pôs ligeiramente melhor que Seb com os amarelos, sendo mais veloz, sempre marcando tempos na casa de 1min18s4. Bottas foi quem andou com os duros, também em 1min18s9. Max Verstappen, que ficou a 0s6 de Leclerc em classificação, acompanhou os adversários com os pneus médios, também andando em 1min19s4. 
 
Talvez tenha sido do homem mais rápido do dia a conclusão mais nítida do que esperar para o fim de semana. “Claro que a situação parece boa, mas ainda é só sexta-feira e nós sabemos que a Mercedes costuma esconder algumas coisas até o sábado, então não vai ser algo fácil”, disse Leclerc. 
Nunca se pode descartar Max Verstappen (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)

“Além disso, o clima vai ficar mais frio amanhã, o que ajuda as outras equipes. Nós ficamos muito fortes quando está ensolarado. Se chover, sabemos que a Red Bull fica muito rápida. Não vai ser fácil”, completou.
 

De fato, neste cenário, Mercedes e Red Bull retomam as posições da Inglaterra. E só a chuva pode embaralhar as cartas novamente. Ou uma onda inesperada de calor.

As atividades de pista do Mundial de F1 em Hockenheim continuam neste sábado. Às 7h (horário de Brasília), acontece o terceiro treino livre, enquanto a definição do grid de largada está marcada para 10h. O GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e em TEMPO REALSiga tudo aqui.

 
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