Suborno, treta e Brasil x Argentina: como foi o campeonato vencido por Piquet em 1981

Bernie Ecclestone, antigo chefão da Fórmula 1, sacudiu o mundo do esporte nesta semana ao revelar à série documental ‘Lucky!’, disponível no Brasil no streaming Star+, que teria subornado massagistas da categoria para favorecerem o brasileiro Nelson Piquet na disputa pelo título de 1981, travada contra o argentino Carlos Reutemann. Assim, o GRANDE PRÊMIO decidiu abordar aquela temporada, em um breve resumo do ano que deu ao brasileiro seu primeiro título mundial.

Em sua terceira temporada completa como titular da Brabham, Piquet orbitou as primeiras colocações do campeonato durante todo o ano, mas teve muitas dificuldades para alcançar Reutemann — que se colocou como candidato ao título desde o início.

No entanto, Alan Jones — companheiro do argentino na Williams — abriu a disputa na liderança, ao vencer a estreia em Long Beach e relegar os dois postulantes à taça aos outros lugares do pódio.

Reutemann empatou a contagem com uma vitória na segunda corrida, no Brasil, em um dia triste para Piquet: em 12º, o brasileiro sofreu com problemas em sua Brabham e não conseguiu somar pontos, vendo os líderes se distanciarem. Tudo isso se inverteu na etapa seguinte, contudo: logo após Carlos vencer em território brasileiro, Nelson garantiu seu primeiro triunfo do ano na Argentina, encostando no segundo colocado Jones na tabela.

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A briga pela primeira colocação seguiu firme durante todo o campeonato, com Reutemann e Piquet separados por poucos pontos. A maior distância entre os dois aconteceu após a nona etapa, o GP da Inglaterra, quando o argentino abriu 17 pontos de vantagem para o brasileiro [43 a 26].

Com seis corridas pela frente, entretanto, Piquet partiu à caça do rival e começou a diminuir a diferença logo após a rodada seguinte, na Alemanha: vitória para o brasileiro e um abandono para o argentino, o que diminuiu a distância para nove pontos e deixou a briga aberta novamente.

Depois de correr atrás da liderança durante todo o campeonato, Piquet assumiu a ponta com um segundo lugar na Holanda, a 12ª etapa, em dia de vitória de Jones. Como Reutemann abandonou novamente, fruto de uma colisão, o brasileiro enfim tomaria a liderança — ainda que empatado com o argentino em 45 pontos.

Restando apenas três etapas para o fim do campeonato, a briga pelo título se tornou dramática na reta final. Reutemann conseguiu um pódio na Itália e não passou da décima colocação no Canadá, o que levou a disputa para a última corrida, em Las Vegas, com um ponto de diferença entre os dois primeiros colocados [49 a 48 em favor do argentino].

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Na disputa derradeira da temporada, melhor para o Brasil: com uma quinta colocação vital no GP de Caesars Palace, Piquet viu Reutemann terminar em oitavo e ergueu o primeiro de seus três títulos mundiais por apenas um ponto — 50 a 49. Jones foi o terceiro colocado daquele campeonato, apenas quatro tentos atrás do campeão.

Em uma temporada que terminou com os dois principais candidatos ao título fora da briga pelas vitórias nas últimas corridas, sete vencedores diferentes marcaram seus nomes nas 15 corridas de 1981: Piquet e Alain Prost venceram três cada; Reutemann, Jones, Gilles Villeneuve e Jacques Laffite triunfaram em duas; por fim, John Watson venceu uma vez.

Após o título de 1981, Piquet ainda permaneceria tempo suficiente na Fórmula 1 para ser campeão mais duas vezes, em 1983 e 1987. O brasileiro encerrou a carreira com 204 corridas disputadas, 23 vitórias e 24 poles.

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