Bottas admite “estado de negação constante” em competição com Hamilton na Mercedes

Em uma posição diferente na Fórmula 1 atualmente, como piloto experiente da Alfa Romeo, Valtteri Bottas voltou a relembrar seus tempos de Mercedes e admitiu que precisava viver em um constante estado de negação para competir com o companheiro Lewis Hamilton. Enquanto o britânico assegurou quatro títulos mundiais entre 2017 e 2020, o finlandês conquistou dez vitórias — e a diferença de desempenho, naturalmente, obrigava o piloto a buscar maneiras de se manter competitivo.

“Você precisa estar em um estado de negação”, disse Bottas ao portal inglês Motorsport. “Fiquei em estado de negação por quase cinco anos, porque em todos eles eu queria voltar e começar a temporada brigando pelo título. Então, precisava acreditar em mim mesmo”, explicou.

“Quando estava saindo da equipe, percebi que estava mais tranquilo em relação a certas coisas”, afirmou. “Pude aceitar algumas dessas coisas. Com certeza, ao longo da carreira, você passa por esse tipo de situação”, pontuou.

Segundo Bottas, a percepção de que alcançar Hamilton era uma tarefa próxima do impossível só veio em seu último ano com as Flechas de Prata. Por outro lado, o finlandês garantiu que a equipe nunca escondeu suas deficiências em relação ao heptacampeão mundial. Segundo ele, as reuniões eram francas e costumavam expor as diferenças entre os dois.

“Com Lewis [Hamilton], apenas no último ano pude aceitar que, com o mesmo carro e ao longo de uma temporada inteira, realmente sofri para vencê-lo e que ele é provavelmente melhor em algumas áreas. Como piloto, admitir isso para si mesmo é difícil”, ressaltou.

“As reuniões eram bem abertas”, frisou. “Era tudo baseado em fatos e no que era possível de ver nos dados. Você conseguia ver a diferença média na classificação e no ritmo de corrida. Nada era escondido”, garantiu.

Apesar disso, Bottas garantiu que não tem arrependimentos pelo tempo que passou com a equipe alemã. O finlandês destacou que, por assinar contratos sempre de um ano, sentia que poderia ser facilmente substituído caso adotasse uma postura de confronto.

“Não tenho arrependimentos, porque era uma situação difícil para mim, já que sempre tive contratos de um ano. Eu sabia que, se quisesse brigar pelo título, precisava ter calma dentro da equipe. Se começasse a agir que nem um idiota, perderia meu trabalho muito facilmente. Eles sempre poderiam contratar outra pessoa”, finalizou.

Com a temporada encerrada, a Fórmula 1 retorna apenas no ano que vem, no dia 2 de março, com a estreia do campeonato no GP do Bahrein.

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