Williams admite pobreza de detalhes no assoalho após imagens: “Claramente carente”

Chefe da Williams, James Vowles, veio a público para esclarecer sobre as comparações do assoalho do FW45, tido como excessivamente modesto, com o de outras equipes. O engenheiro reconheceu a carência de detalhes e disse que a escuderia trará algumas atualizações nos próximos meses

A Williams reconheceu, nesta quarta-feira (7), que o assoalho do FW45 necessita ser aprimorado para que possa fazer frente aos concorrentes. Na terceira sessão de treino livre do GP da Espanha de Fórmula 1, realizada no último sábado (3), o carro de Logan Sargeant precisou de um guindaste para ser retirado da brita e, ao levantar o bólido, a parte inferior ficou à mostra e foi fotografada.

Horas depois do acidente, as primeiras imagens do assoalho da Williams começaram a circular nas redes sociais. O que causou espanto nos fãs é que a base do FW45 possui linhas modestas, pouco trabalhadas, principalmente se comparadas com as da Red Bull e as da Mercedes, que também tiveram seus carros içados no GP de Mônaco.

O assoalho passou a ter muita importância no ganho aerodinâmico com a volta do efeito-solo e por isso abriu margem para discussões sobre as performances de Sargeant e de Alexander Albon, que podem estar atreladas à simplicidade do bólido. O chefe da equipe, James Vowles, trouxe esclarecimentos sobre a situação em um vídeo publicado pela escuderia britânica em suas redes oficiais.

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Nas redes sociais, assoalho da Williams (à esquerda) chegou a ser comparado com o da Red Bull (à direita) e chamou a atenção pela simplicidade (Foto: Reprodução / Redes sociais)

“Obviamente, essas [fotos do FW45] foram comparadas com outras fotografias tiradas de nossos concorrentes há algumas semanas. Creio que uma coisa a ser destacada é que elas são um pouco enganosas. O que aconteceu nelas é que estão muito focadas na rampa do difusor traseiro, ao contrário das outras fotos [das adversárias] que talvez se concentraram no assoalho e no meio do assoalho, onde você pode realmente, dentro dos regulamentos, ter mais detalhes”, ponderou Vowles.

“Estamos claramente carentes de detalhes em relação aos nossos concorrentes. Mas você não precisaria ver a parte inferior do assoalho para saber disso, você pode ver pelos tempos. Isso é fundamentalmente uma característica do equilíbrio e do desempenho do carro, e do efeito-solo ao mesmo tempo. E grande parte disso tudo é gerado pelo assoalho”, completou.

Ainda no vídeo, Vowles destacou que a Williams não pode simplesmente replicar os assoalhos das equipes adversárias, já que a parte aerodinâmica do carro engloba mais peças e componentes que também precisariam ser trabalhados para que um ganho seja possível.

“Entender o que seus concorrentes fazem ao obter uma imagem disso e simplesmente copiar não ajudará. Pode dar uma vantagem instantânea, uma compreensão de onde você deve estar avançando, mas se você não entender a ciência e o raciocínio por trás disso e a dinâmica de fluxo, você terá apenas um instante no tempo ao invés de uma ideia de como desenvolver consistentemente para se tornar não apenas tão bom quanto eles, mas melhor”, disse Vowles.

“Além disso, tudo o que você viu em um adversário está pelo menos de seis a oito semanas desatualizado, e eles estão mais avançados agora. Portanto, os ensinamentos por trás disso ou a chave por trás de tudo é entender por que eles [os adversários] desenvolvem o assoalho da maneira que fazem e o que podemos aprender com isso e aplicar onde estamos hoje para avançarmos em nosso aprendizado e compreensão”, afirmou.

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Alexander Albon ficou fora da zona de pontuação no GP da Espanha. Piloto anglo-tailandês é o único, até o momento, a pontuar com a Williams na temporada (Foto: Williams)

Por fim, o chefe da Williams revelou que a equipe está trabalhando no assoalho e que deve trazer novas peças para os próximos meses. As atualizações poderão ter alguma influência do que foi visto nos carros das adversárias, mas não serão pautadas nisso, já que Vowles prega um desenvolvimento consciente e que encaixe da melhor forma possível no FW45.

“O que você não pode fazer é adotar alguns métodos e sistemas arraigados que você precisa realmente entender como gerar efeito-solo de maneira eficiente para o carro que você tem. Portanto, nossa prioridade é aprender com os outros o que precisamos, mas garantir que continuemos desenvolvendo nosso ciclo da maneira que sabemos e que, ao longo do tempo, consigamos um carro cada vez mais rápido”, apontou o engenheiro.

“Vamos introduzir melhorias em algum momento nas próximas três corridas, talvez de uma só vez ou distribuídas ao longo delas. Algumas delas você verá, outras talvez sejam menos visíveis”, finalizou.

No GP da Espanha, a Williams ficou novamente fora da zona de pontuação com seus dois carros, já que Albon foi o 16º e Sargeant, o último. Com isso, a escuderia britânica ocupa a última colocação no Mundial de Construtores com apenas um ponto conquistado — este do piloto anglo-tailandês no GP do Bahrein, a primeira etapa da temporada 2023 da F1.

A F1 volta em duas semanas, entre os dias 16 e 18 de junho, com o GP do Canadá.

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