F2 volta das férias com coadjuvantes querendo roubar cena do duelo Vesti × Pourchaire

Théo Pourchaire e Frederik Vesti são os principais candidatos ao título e terão disputa aberta pela frente, mas há muitos pilotos dispostos a incomodar o duo — de Jack Doohan a Enzo Fittipaldi

Assim como a Fórmula 1, a Fórmula 2 também retorna das férias neste final de semana, em Zandvoort, na Holanda. A partir de agora, serão mais três rodadas até o fim da temporada 2023, e ao contrário do que se viu no ano passado, a disputa pelo título está muito mais equilibrada, embora seja possível dividir os atores da peça entre protagonistas e coadjuvantes.

O primeiro grupo, na verdade, é um duo: de pódio em pódio, com uma regularidade impressionante, Théo Pourchaire conseguiu capitalizar em cima dos últimos infortúnios de Frederik Vesti e foi para a pausa da liderança. Melhor: com uma vantagem de 12 pontos, que certamente está longe de ser confortável, mas coloca o francês em posição de poder enfim dar as cartas nas etapas finais.

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Pourchaire e Vesti em Mônaco: dupla promete duelo equilibrado na reta final da F2 (Foto: F2)

Em seu terceiro ano de F2 e um vice-campeonato na conta, Pourchaire mostrou nítida evolução de 2022 para cá, cometendo menos erros e terminando no top-3 nove vezes até aqui. É o piloto hoje que tem os holofotes voltados para si, principalmente porque é o nome em, digamos, melhor posição do grid atual na briga por uma vaguinha na F1 2024, já que integra a Academia da Sauber, equipe que não terá mais a parceria com a Alfa Romeo no ano que vem e ainda não definiu a renovação de Guanyu Zhou.

“É ótimo porque ajuda no meu futuro, ainda mais com as equipes de Fórmula 1 olhando para mim. Claro, é a minha terceira temporada na F2, mas tenho só 19 anos”, disse ao site oficial da categoria antes do seu aniversário de 20 anos, em 20 de agosto. “Há apenas pilotos bons no grid e muitos merecem pilotar na F1. Eles estão pilotando em alto nível e lutando por isso. Então, preciso manter o foco e trabalhar duro, mesmo sendo mais jovem que os outros”, salientou.

Do outro lado, seu principal oponente é Vesti, que tomou um belo revés na Inglaterra ao se envolver numa batida com Dennis Hauger e Roman Stanek e abandonar. Foi, inclusive, mais uma corrida em que Pourchaire terminou no pódio. Depois, na Hungria, ficou em segundo, mas zerou de novo a corrida principal da Bélgica e viu Théo passar à frente.

Na prática, 12 pontos é algo possível de ser tirado já na sprint: bastaria a Frederik fazer a pole-position e vencer a prova curta enquanto Théo não poderia marcar pontos. Isso significa que o dinamarquês da Prema está totalmente no páreo. A etapa holandesa, na verdade, será determinante para as intenções de ambos, e Pourchaire tem razão: o lado mental é o que fará a diferença.

Agora, tanto o representante da ART quanto Vesti precisam se ligar, pois há três pilotos em especial dispostos a embolar de vez a classificação já em Zandvoort. O primeiro da fila é Ayumu Iwasa, em terceiro, porém o japonês teve uma etapa desastrosa em Spa-Francorchamps, permitindo a aproximação de outros dois concorrentes perigosos: Jack Doohan e Victor Martins.

O australiano, na verdade, vive cenário até parecido com o da última temporada, quando também venceu na Hungria e na Bélgica e entrou na briga pelo vice. Antes mesmo do início do campeonato, Doohan era tido como candidato certo ao título, porém esbarrou na falta de performance do carro da Virtuosi. Em Budapeste e em Spa, contudo, deslanchou, mostrando que tem fôlego para brigar até o fim.

Quanto a Martins, o começo de 2023 pode ser definido pelo célebre ditado “a pressa é inimiga da perfeição”. Dono de uma velocidade impressionante, pecou pela afobação em momentos nem tão decisivos, perdendo pontos preciosos pelo meio do caminho. Mas o campeão vigente da F3 entendeu que era preciso dosar o ímpeto e recalcular a rota, e a mudança de atitude veio na hora certa: ele aparece em quinto com 120 pontos — 48 de desvantagem para Pourchaire com mais 117 em jogo. Ainda que não repita o feito do ano passado, tem tudo para terminar a temporada com uma impressão muito melhor que a inicial. E, sim, se acertar a mão, será difícil batê-lo.

É, em suma, uma reta final das mais interessantes. Há ainda Enzo Fittipaldi, que finalmente conquistou uma vitória sonhada e suada na última rodada, e se talvez o título esteja mais distante, o brasileiro também tem seus alvos individuais e vai incomodar bastante, o que será outro ingrediente a mais nas três etapas finais. A única coisa que é certa é que todos venderão caro cada ponto.

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