Red Bull dá “segunda chance” e mantém Vips no Programa de Jovens Pilotos após racismo

Embora Jüri Vips tenha sido demitido do cargo de piloto de testes e reserva da Red Bull na F1, Christian Horner afirmou que o estoniano vai continuar no Programa de Jovens Pilotos para mostrar que "aprendeu com erros"

Uma semana após anunciar a rescisão de contrato de Jüri Vips por conta das falas racistas e homofóbicas ditas pelo piloto durante uma live na Twitch, a Red Bull entendeu que era o momento de tirar o jovem do castigo e dar mais uma chance. A equipe austríaca confirmou que o estoniano permanecerá no Programa de Jovens Pilotos, embora a demissão do cargo de piloto de testes e reserva na F1 continue.

O vídeo em que Vips aparece dizendo o termo “nigga” — considerado extremamente ofensivo para se referir aos negros — e depois, em outro trecho, rejeita um boné dado pelo também piloto da F2 Liam Lawson afirmando que “rosa é cor de gay” caiu nas redes em 21 de junho e logo viralizou. Assim que tomou conhecimento das imagens, a Red Bull suspendeu Vips e disse que iniciaria uma investigação para apurar o caso.

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Jüri Vips permanece no Programa de Jovens Pilotos da Red Bull (Foto: Red Bull Content Pool)

A conclusão veio sete dias após o ocorrido, e a base em Milton Keynes optou por rescindir o contrato com Vips, que também era piloto de testes e reserva da equipe na F1. Agora, no entanto, Christian Horner veio a público para explicar que o jovem vai continuar ligado à academia, pois entende-se que as desculpas de Vips foram “sem reservas”.

“Cancelamos nosso acordo com ele, e isso, sem dúvida, lhe dará tempo para refletir”, disse Horner à agência de notícias AP. “Todo mundo merece uma segunda chance se mostrar que realmente aprendeu com os erros”, acrescentou o chefe dos taurinos.

“Ele é jovem, um garoto jovem, e vamos apoiá-lo — ainda que tenhamos rescindido contrato — partindo do ponto da saúde mental e educacional. Espero que ele aprenda com isso”, completou Horner.

Quem também decidiu ficar ao lado de Vips foi a Hitech, equipe pela qual o estoniano corre na F2. Mesmo depois de se dizer “chocado e horrorizado” com a postura racista do piloto, Oliver Oakes, chefe da equipe britânica, disse que a decisão de manter Vips até o final da temporada da F2 foi muito debatida.

“Permitir que ele complete a temporada com a Hitech é uma oportunidade para ele demonstrar, através das suas ações, o tipo de pessoa que ele é. Eu deixei claro que acho que a linguagem utilizada foi totalmente inaceitável, mas decidi dar a ele a chance de se redimir”, declarou Oakes na ocasião, mas a F2 imediatamente reagiu, dizendo-se “surpresa” e que não seria a decisão que a categoria tomaria. No entanto, nem Vips e nem a Hitech sofreram algum tipo de sanção, participando normalmente da última rodada do calendário, realizada em Silverstone.

Sobre a polêmica envolvendo a decisão da Hitech e a nota de repúdio da F2, Horner disse a Red Bull nada tem a ver com o fato. “Essa é a decisão deles, e não estamos financiando isso de forma alguma. É uma escolha puramente deles, e eles têm suas próprias razões para justificar as ações que fizeram”, encerrou.

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