Pourchaire prova que aprendeu com erros a ponto de vitória ser irrelevante na F2 2023

Em um campeonato em que cada rodada possui duas corridas, sendo uma com grid invertido, nem sempre a vitória é o que fará a diferença no final. É só olhar para a própria Fórmula 3, que teve seu desfecho a favor de Gabriel Bortoleto, vencedor das duas primeiras corridas do ano, enquanto o vice-campeão, Zak O’Sullivan, ficou em primeiro em quatro oportunidades. E como o brasileiro ainda terminou com 45 pontos de vantagem? Simples: regularidade + se ver livre de erros.

Foi exatamente essa a lição muito bem aprendida por Théo Pourchaire após o passeio de Felipe Drugovich em 2022. Em várias ocasiões, o francês desperdiçou pontos preciosos por culpa própria e viu o então piloto da MP sagrar-se campeão com uma rodada de antecedência. Não que Drugovich não fosse terminar com o título, mas não há dúvidas de que Pourchaire poderia ter ao menos levado a decisão até Abu Dhabi.

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Virou a página, e lá estava a promessa francesa mais uma vez diante de mais uma chance — a terceira após o vice de 2022. E muito provavelmente a última, pois já declarou que não pretende continuar na classe ainda que não conquiste a taça. Só que, dessa vez, Théo entendeu que nem sempre vencer é o que se busca em uma competição de onde um piloto pode sair com até 39 pontos por rodada.

Na Itália, Pourchaire tratou de fazer a pole-position e garantir mais dois tentos, jogando a pressão para cima de Frederik Vesti, seu principal oponente na briga pelo título. O dinamarquês, contudo, fez a parte dele com louvor, vencendo a sprint e devolvendo a batata quente. E detalhe: era a quinta vitória na temporada, quatro a mais que Théo. Só que veio a hora do ‘vamos ver’, e Vesti sucumbiu: mais um abandono, enquanto Pourchaire foi terceiro.

É claro que vencer importa e muito. Além do óbvio de ser a posição mais valiosa, são as vitórias o primeiro critério de desempate, o que já deixa Pourchaire não podendo se dar ao luxo de empatar o campeonato com Vesti. Mas talvez nem seja preciso isso, pois o francês impressiona pela regularidade e constância em colecionar pódios: de 12 rodadas, só ficou fora do top-3 em quatro delas, Arábia Saudita, Áustria, Hungria e Holanda. Nas outras, garantiu um troféu para coleção em pelo menos uma das corridas do final de semana.

Foi graças à constância que Pourchaire conseguiu capitalizar em cima dos erros de Vesti. É graças à constância que chegará em Abu Dhabi dependendo apenas de si para ser campeão. Claro que tudo pode acontecer, afinal, 24 pontos são muito possíveis de serem tirados. Porém as lições foram mais que aprendidas. Que Vesti também esteja atento para absorvê-las.

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