Bortoleto chega à Bélgica a dois passos do paraíso graças à regularidade ímpar na F3
Gabriel Bortoleto está muito perto do título da Fórmula 3 2023, uma conquista que reflete a consistência do piloto ao longo da temporada, mas também a inteligência na hora de travar batalhas em pista
Pouco menos de um ano após o título de Felipe Drugovich na Fórmula 2, um piloto brasileiro novamente terá a chance de ser campeão em uma das principais categorias de base dos monopostos. Neste final de semana, na Bélgica, Gabriel Bortoleto jogará o seu primeiro match point em busca da consagração na Fórmula 3. E tal qual o compatriota em 2022, com uma rodada de antecedência. Como diz a icônica canção da Blitz, banda de sucesso na década de 1980, o rapaz de 18 anos está “a dois passos do paraíso”.
É um feito e tanto em vários sentidos. Primeiro, por ser a F3 o antepenúltimo degrau na escada em direção à F1, portanto, um título deixaria o piloto em ótima posição para conseguir uma vaga na F2 no ano que vem em uma equipe de ponta. Segundo, representaria uma conquista inédita para o Brasil, que teria pela primeira vez um campeão na classe. E, por fim, ainda consolidaria o bom momento do automobilismo brasileiro, com nomes exponenciais surgindo no radar após muitos anos.
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Para isso virar realidade, Bortoleto depende apenas de si. São 43 pontos de vantagem com 78 em jogo. Em suma, precisa apenas impedir que o adversário mais próximo — hoje Zak O’Sullivan — desconte quatro tentos para soltar o grito. Considerando que Gabriel é o único piloto a pontuar em 13 das 14 corridas realizadas, e todas em sequência, vê-lo não sair de Spa-Francorchamps campeão seria uma baita zebra.
Os próprios adversários reconhecem isso. Josep María Martí, atualmente em terceiro, já jogou a toalha e voltou as atenções para o vice. O’Sullivan ainda não falou sobre a disputa pelo título e está apenas concentrado em buscar mais um bom resultado com a Prema, que cresceu bastante nas últimas rodadas, empurrada ainda por Paul Aron e Dino Beganovic.
A questão é que as duas vitórias logo no início do ano, no Bahrein e na Austrália, foram cruciais para Bortoleto construir a vantagem no campeonato. Além disso, foram mais três segundos lugares em meio aos pontos acumulados, uma regularidade impressionante e que deixa rivais como Martí com “99% de certeza” de que, domingo, não terá para mais ninguém.
Mas há de se destacar também outros dois pontos nessa receita: a pilotagem segura e inteligente e a maturidade. Em momentos em que parecia ser possível até um pódio caso forçasse um pouco mais, Bortoleto optou por correr ‘com o regulamento debaixo do braço’, parafraseando um jargão muito usado no futebol. Afinal, para que arriscar um acidente e pôr tudo a perder com os adversários diretos estando atrás?
Foi exatamente o que ele fez na Áustria: “Na corrida de ontem (sábado), tínhamos um problema de ajuste, o que me impediu de ganhar mais posições. Contudo, na corrida de hoje (domingo), com a pista seca, fiz o meu melhor e lutei pela vitória até a última volta. Porém, não poderia colocar em risco a minha classificação no campeonato e, com isso, deixamos Red Bull Ring com uma diferença de 36 pontos para o segundo colocado, 12 a mais do que chegamos aqui.”
O título virá na Bélgica, a menos que aconteça uma hecatombe. E mesmo que fique para Monza, Gabriel provou que tem condições de não só administrar a vantagem, como também velocidade para ir para o embate se for preciso. Características que, sem dúvida, moldam a carreira de grande pilotos.
A Fórmula 3 volta entre os dias 28 e 30 de julho, para a disputa da rodada da Bélgica, a penúltima da temporada 2023. O GRANDE PRÊMIO acompanha tudo.
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