Sims confirma saída da Fórmula E ao final da temporada: “Não é para mim”

Atualmente na Mahindra, Alexander Sims confirmou que vai deixar a Fórmula E após o encerramento da temporada por não se encaixar no formato de disputa, e planeja sequência da carreira no endurance

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Alexander Sims confirmou que vai deixar a Fórmula E após o encerramento da atual temporada, que ainda vai realizar três rodadas duplas em Nova York, Londres e Seul até o fim da disputa, em agosto. Com apenas dois pontos somados em 2022 — ambos na corrida 1 de Berlim, quando largou na primeira fila —, o britânico reconheceu o desânimo com os resultados aquém do esperando e admitiu que optou por deixar a categoria — mesmo após conversar com outros times por um possível lugar no grid do ano que vem.

“Tem sido duro algumas vezes, honestamente, e começa a impactar minha visão sobre o que quero fazer, aonde quero estar a longo prazo”, afirmou Sims ao portal inglês The Race. “Ninguém gosta de ser menos competitivo do que gostaria de ser, e sem respostas do motivo. Essa é a principal coisa para mim. Na verdade, eu que tomei a decisão [de não participar da Fórmula E após 2022]”, ressaltou.

“Naturalmente, eu quis explorar quais outras opções existiriam fora da Fórmula E”, revelou. “Existiam algumas e pude decidir eu mesmo. Depois de Nürburgring e Le Mans, eu dei a mim mesmo dois ou três meses de ‘sabemos a situação com a equipe, olhe para outras possibilidades também'”, ressaltou.

Curiosamente, o único ponto alto da temporada de Sims até aqui foi justamente o ponto que fez o britânico perder ainda mais o encanto com a categoria de monopostos elétricos. Na primeira corrida etapa de Berlim, Alex se aproveitou de uma punição sofrida por Sébastien Buemi para ‘tomar’ a vaga do suíço nos mata-matas, e seu desempenho impressionou.

Sims quer mais tempo de pilotagem e vai deixar a Fórmula E (Foto: Fórmula E)

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Confronto após confronto, sempre tido como o ‘azarão’ da disputa, o britânico foi deixando todos os pilotos para trás até bater de frente com Edoardo Mortara — que levou a pole — no final. Durante a corrida, entretanto, Sims não conseguiu segurar o ritmo com o carro da Mahindra e terminou apenas em nono, somando seus únicos dois pontos do campeonato.

O desânimo de não entender os motivos pelos quais o carro funcionou tão bem afetou Sims, que não conseguia explicar a falta de rendimento da Mahindra em voltas que o piloto considerava boas — mas que ficavam muito atrás dos competidores. Assim, o piloto passou a olhar para outras possibilidades, já que se tornou cada vez mais difícil entender o comportamento do monoposto.

“O carro pareceu bom aquele dia, mas não conseguimos entender o por quê”, explicou. “Esse é meu maior problema. Eu não sei o que tentar com o carro, porque mesmo quando estamos rápidos, não vemos muita diferença nos dados, não conseguimos entender o que está me dando aquela sensação”, lamentou.

“Aquelas voltas no mata-mata foram, não quero dizer fáceis, mas simplesmente fazíamos uma volta — e bum, somos competitivos, estamos na briga —, outra volta — bum novamente, continuamos competitivos”, avaliou. “Foi normal, eu dei várias voltas assim durante a temporada, em que me senti bem, mas fiquei a 1s ou 0s5 atrás”, destacou.

Sims somou pontos em apenas uma etapa de 2022, quando largou na primeira fila e chegou em nono (Foto: Fórmula E)

Sobre o futuro, parece que Sims tem claro na cabeça que o endurance se apresenta como uma possibilidade forte. O britânico admitiu dificuldades com o formato da disputa nos monopostos, que conta com um tempo consideravelmente menor dos pilotos dentro dos carros — principalmente na Fórmula E. Assim, além de confirmar novamente a saída, deu pistas de que a sequência da carreira pode ser mesmo nas corridas de longa duração.

“Acho que é apenas o formato de monopostos, especialmente na Fórmula E, com uma quantidade muito curta de tempo na pilotagem, alta pressão, um ambiente muito competitivo — o que é ótimo, porque quando você vai bem, sente que bateu alguns dos melhores do mundo”, admitiu. “Mas simplesmente não é algo 100% eu. O endurance é um lugar melhor para mim, pessoalmente”, observou.

“É que o formato [da Fórmula E] não é algo para mim, o que é uma pena porque sou apaixonado pelos EV e me parecia uma boa junção”, salientou. “De um ponto de vista esportivo, eu tendo a pensar demais sobre as coisas e existem muitos pontos desconhecidos na Fórmula E que não estou confiante o suficiente para ignorar e seguir em frente”, prosseguiu.

“Eu penso demais nas coisas, e isso provavelmente seria uma vantagem no endurance, porque você tem muito mais tempo no carro, pode configurar melhor as coisas, então essa vai ser minha última temporada na Fórmula E”, cravou. “E eu tomei essa decisão sozinho”, confirmou Sims.

Sims ainda não decidiu os próximos passos da carreira, mas o endurance é uma forte possibilidade (Foto: FIA Fórmula E)

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Por fim, Sims admitiu que o pensamento no momento de entrada na Fórmula E era completamente diferente do que pensa agora, de certa forma desiludido com o caminho que as coisas tomaram em sua passagem na categoria. Alex destacou o trabalho diário dos pilotos, principalmente no que diz respeito às modificações dos carros, como o fator principal de prazer na carreira — novamente, algo que pode ser encontrado com mais facilidade no endurance.

“Eu me sinto muito estranho falando sobre o fato de que talvez correr na Fórmula E não seja algo que eu gosto muito no momento”, afirmou. “É porque acho que para os olhos que veem de fora, e até para mim antes de entrar na Fórmula E, o pensamento costuma ser: ‘isso é incrível’. Alto rendimento, campeonato mundial, porque você não iria querer estar lá?”, questionou o — ainda — piloto da Mahindra.

“Mas no final das contas, é o trabalho diário. É o trabalho que você faz dia a dia e o sentimento de prazer que você tira disso”, explicou. “Como eu disse, eu me dou bem com todo mundo na equipe. Eu nunca tive problemas com isso. É o formato de corrida, não funciona para mim”, finalizou.

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