A Fórmula E mudou os rumos para a sua quinta temporada. É uma revolução, como eles avisaram que seria. Novos carros, baterias, uma série de questão técnicas. Mas também no formato das corridas, classificação e gerenciamento de energia. Pilotos que mais marcou pontos nos primeiros quatro anos – e campeão num deles -, Lucas Di Grassi falou ao GRANDE PRÊMIO sobre as possibilidades estratégicas após as primeiras corridas do campeonato 2018/19.
Em Santiago, antes da prova local, Di Grassi afirmou que uma questão que ainda desagrada é o tempo da corrida. Sendo baseada por tempo e não mais por voltas, como era até a temporada passada, a organização acaba aumentando o fator sorte e desprezando o trabalho de gerenciamento de energia.
“Eu não gosto muito dos 45 minutos [de corrida]. Porque, quando você tem um safety-car… antigamente, ele só contava de um jeito: basicamente, você tinha de fazer as mesmas voltas, só que cada volta que você fazia você economizava energia. Só que as voltas eram iguais. Hoje, com o safety-car, você diminui a quantidade de voltas da corrida, porque o safety-car vai devagar, e você economiza energia", avaliou.
"Então tem um efeito muito maior hoje ter o safety-car no meio da prova, e isso pode ter um efeito muito grande. Foi o que aconteceu nas duas primeiras corridas, que tiveram safety-car no final, e gente que tava com a energia quase acabando foi salva pelo gongo, duas vezes. É muito mais na sorte do que uma corrida que é por voltas", opinou.
Lucas Di Grassi (Foto: Audi)
"O que acho que é errado, acho que deveria ser por voltas. Por outro lado, como a gente não tem um pit-stop, esse modo de ataque é legal, dá uma dinâmica diferente, você pode usar a potência para usar uma ultrapassagem… É interessante”, falou.
Questionado sobre se já tem uma maneira definida de lidar com o novo formato, o piloto da Audi argumentou que toda corrida é diferente e os pilotos precisam entender o panorama em que se encontram.
“É muito dependente da posição em que você está na corrida. Então é muito difícil fazer uma estratégia a priori. Acho que é mais no momento, se você tem o gap, se você acha que está mais rápido ou se precisa se defender do cara de trás. Então faz muita diferença", disse.
"Lá em Marrakech, por exemplo, eu não usei o segundo modo de ataque e caí de terceiro para sétimo. Aí tinha um modo de ataque para recuperar, mas entrou o safety-car. Quer dizer: naquele momento em que estava atrás do D’Ambrosio, a gente estava numa condição muito boa de corrida, tinha a mesma energia que a Virgin, numa posição até melhor, só que a gente não usou o modo de ataque na hora certa, acabamos perdendo duas posições para a Virgin, logo depois chegou a Techeetah, passou também com o modo de ataque, então perdemos quatro posições numa situação muito, assim, não favorável", lembrou.
Lucas Di Grassi (Foto: Audi)
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"Tem todos os elementos, você precisa estar 100% ciente de tudo o que está acontecendo, e isso é muito difícil. Vai acontecer corrida em que gente não vai acertar e a gente vai acertar e vice-versa. Isso cria uma dinâmica legal, cria uma imprevisibilidade mais alta ainda do que tinha na temporada 4”, encerrou.
Após a entrevista, Di Grassi cravou a pole-position no Chile, mas foi punido por infringir uma regra nova e muito criticada – por ele próprio, inclusive. Terminou com a 12ª colocação na prova após largar em último e chegar em décimo, mas sofrer uma nova punição logo após o fim da prova.
A FE volta em 16 de fevereiro, direto do México.
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