Di Grassi aproveita oportunidades e escala precipício para superar Buemi rumo ao título da Fórmula E

Lucas Di Grassi chegou a ficar 43 pontos atrás de Sébastien Buemi em meados do campeonato 2016/17 da Fórmula E. A sensação era, naquele instante, de que a temporada não teria qualquer tempero de emoção. Até que a recuperação de Di Grassi contou com a ausência de Buemi em Nova York e um poder de decisão invejável em Montreal

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Quando a temporada 2016/17 da Fórmula E iniciou a sensação era de que o final não seria tão emocionante como nas duas temporadas anteriores. Pudera, no primeiro ano tudo era novidade, enquanto na segunda jornada as equipes de Sébastien Buemi e Lucas Di Grassi apareciam como grandes favoritas e com melhor desempenho de forma desenfreada. A partir da terceira temporada, porém, uma coisa parecia evidente: a Renault e.dams tinha o melhor carro do grid de forma única.

 
Ainda em 2016, a FE foi a Hong Kong e Marrakech. Duas pistas novas para o campeonato e que mostraram diferentes facetas de Buemi. As duas vitórias do suíço foram construídas de forma diferente – uma mostrando superioridade o bastante para escalar o pelotão sem reconhecer os adversários e outra, sem erros na classificação, com controle da corrida. Na virada do ano, após apenas duas etapas, Buemi já tinha 22 pontos de frente para Di Grassi e um favoritismo que não cabia em si. 
 
O 2017 da categoria começou, de fato, em Buenos Aires. Em fevereiro, Lucas começou a tentar uma resposta e cravou a primeira pole-position dele na categoria. Logo depois da corrida começar, no entanto, Buemi tomou a ponta e sumiu, enquanto Lucas brigava com as armas que tinha para segurar a segunda colocação. E ainda voltou a se envolver numa questão com o arquirrival Nelsinho Piquet, coisa que não acontecia desde a temporada inicial. A reclamação de Piquet foi que Lucas saiu bem na frente dele no pit-lane e acabou ganhando uma multa e advertência.
Buemi e Di Grassi (Foto: Reprodução/Twitter)

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Naquele momento já se sabia que Fórmula E e WEC teriam uma data conflitante: nos dias 14 e 15 de julho, enquanto o endurance estivesse em Nürburgring, na Alemanha, os monopostos elétricos correriam em Nova York. E por que isso se tornou tão fundamental na disputa pelo título? Porque Buemi tem em seu contrato uma atenção primordial para os trabalhos com a Toyota e o WEC, à frente da Renault. Não fosse encontrada uma solução, a chance era enorme de que Buemi perdesse a rodada dupla nos Estados Unidos. Mas, no ritmo que ia, podia chegar neste ponto com a distância coberta: abrira 29 pontos em três corridas. 

 
No México, o campeonato enfim se apresentou como uma disputa que podia se tornar meramente interessante. Di Grassi largou longe, em 15º, se envolveu num toque com Stéphane Sarrazin na largada, quebrou a asa e foi aos boxes. No 17º giro, quando era o último colocado, resolveu arriscar. Foi aos boxes novamente, agora trocar o carro. Para que desse certo ele precisava de nova parada na corrida – o que aconteceu. Conseguiu sair do buraco para uma vitória épica, enquanto Buemi teve problemas e complementou ao cometer um erro na segunda metade de prova – e terminou sem marcar pontos. A diferença entre os dois caía de 29 para cinco pontos.
 
"Para ser honesto, eu não sei [como ganhou]. Posso dizer que foi sorte, que foi Deus… Depois do ano passado eu tive um pouco de sorte agora. Tive que guiar meu melhor, usar o modo de mais recuperação de energia, assumir as linhas de pilotagem mais eficientes e trazer o carro para casa. Mostra como na F-E pode mostrar do céu para o inferno rapidamente. Eu tive uma classificação ruim, larguei em 15º, tive de mudar a asa traseira e ainda conseguimos", disse na ocasião.
Lucas Di Grassi celebra vitória em Montreal (Foto: Audi Abt)
No mês de maio, em Mônaco, ficou mais claro que em qualquer outra pista como os dois dominavam a temporada. Buemi anotou a pole e Di Grassi ficou em segundo. Assim que a corrida largou, os dois sumiram no horizonte. Ficaram próximos entre si, e Lucas até garimpou um ponto onde pudesse ameaçar a vitória do rival. Não conseguiu atacar de fato e terminou na segunda colocação. 15 pontos passaram a separar ambos. 
 
A diferença não era tão pequena, mas decolou de vez em Paris na semana seguinte. Buemi partiu da ponta novamente e caminhou com extrema tranquilidade para vencer a corrida. Ao passo que Di Grassi, numa corrida desastrosa, largou atrás e bateu duas vezes. Terminou sem pontos e 43 pontos atrás. Na marca de metade da temporada, a impressão é que uma briga pelo título estava apenas na cabeça de quem queria vê-la.
 
Buemi, afinal, tinha cinco vitórias e duas pole-positions em seis corridas. E o campeonato, agora com 43 pontos de vantagem do líder para o vice, embarcava para as três rodadas duplas que iriam fechar as contas.
 
Até que Berlim sorriu. No aeroporto desativado de Tempelhof, Di Grassi foi superado por Felix Rosenqvist e anotou um segundo lugar que era bom naturalmente visto que Buemi findou em quinto após ir muito mal na classificação. Ficou ainda melhor para o piloto da Audi ABT quando a inspeção da FIA encontrou uma ilegalidade com a pressão dos pneus do suíço, que acabou desclassificado. Na corrida do dia seguinte, Buemi voltou a vencer, porém, enquanto Lucas foi terceiro.
Lucas di Grassi disputa posição com Nico Prost (Foto: FIA Fórmula E)
A ausência confirmada de Buemi em Nova York se dava com uma vantagem de 32 pontos na classificação do campeonato.
Para Di Grassi, no entanto, a ausência de Buemi não foi a mais frutífera possível. Se a expectativa era de que ele vencesse ao menos uma corrida e fosse a outro pódio para cobrir a diferença grande de pontos, na pista a Audi ABT era frágil. DS Virgin, Mahindra e Techeetah eram claramente mais forte e rapidamente deixaram Lucas para trás. Na rodada dupla norte-americana, Di Grassi cravou um P4 e um P5 e foi para a decisão ainda dez tentos atrás.
 
Em Montreal, Buemi podia apenas marcar o rival. Acontece que, ainda no treino livre do sábado, encheu a frente do carro no muro numa das chicanes. Com o outro de seus dois carros, conseguiu cravar o segundo posto na classificação, enquanto Di Grassi se anunciava à altura da ocasião e anotava a pole. 
 
Pela batida anterior, porém, Buemi foi punido. A equipe teve de trocar a bateria no carro danificado e fez com que saísse em 12º. Na corrida, Di Grassi partiu da frente e precisou resistir a um ataque de Jean-Éric Vergne. Conseguiu e venceu, enquanto Buemi subiu para o quarto posto.
 
Sim, Di Grassi tomou a ponta do campeonato por seis pontos. Mas a situação mudou ainda mais quando a inspeção da FIA concluiu que o carro de Buemi estava abaixo do peso mínimo e desclassificou o suíço. Lucas partiu para a decisão do campeonato com inconcebíveis 18 tentos de vantagem.
Lucas Di Grassi celebra com equipe a vitória em Montreal (Foto: Audi Abt)
“Foi o meu melhor dia na carreira na FE com 28 pontos. Minha meta é simples: ser o melhor que eu posso, ficar calma e ser rápido, ajudar o time e ver no que dá. FE, como eu sempre digo, pode ir do céu ao inferno em um momento, uma decisão, rápido”, falou na ocasião.

No domingo, desde o começo, a situação era favorável ao brasileiro. Buemi largou em 13º, Lucas em quinto, e o rosto do suíço mostrava o desespero. Mas Di Grassi, que até caiu algumas posições, se recuperou e até arriscou o título em dado momento quando não precisava, para tomar a sétima colocação de Maro Engel. No sétimo lugar, Di Grassi confirmava o título ao passo que Buemi se envolvia em confusão. Saindo do carro, foi tirar satisfação com Daniel Abt, Robin Frijns e António Félix da Costa. Ninguém deu muita conversa para o suíço. 
 
"Quero agradecer a torcida, aos patrocinadores, toda a equipe e todo mundo que assistiu pela TV e participou", falou Lucas naquele dia. "Foi necessário muita disciplina, muito trabalho. Eu corri duas corridas com a perna quebrada e muito dor. Mas tudo valeu a pena para conquistar esse título para mim e para o Brasil", seguiu. 
 
"Passa toda minha história, toda a luta… São muitos campeonatos batendo na trave. Eu estou muito feliz", seguiu. "Valeu a pena", encerrou, naquela situação para o Fox Sports Brasil.
 
Primeiro piloto a ingressar na Fórmula E, Di Grassi se tornou campeão três anos depois.
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